sábado, 18 de dezembro de 2010

38 - Youth and Young Manhood - Kings of Leon (em pratos limpos)


Kings of Leon.
Ultimamente se tornou meio estranho pensar neles. Pelo menos pra mim.
Bom, é mais uma coisa minha mesmo.
A banda não está ruim, mas está completamente diferente do que era quando em 2003 lançaram esse disco aí. Visual, composições, estilo musical, postura de palco, clipes... Tudo mudou.

"Ah, venha você dizer que foi pra pior... Vai pro hospital, seu maníaco".

Nah, calma lá.
Não acho que o som esteja pior. Mas é outra banda, e isso não dá pra negar. Eu conheci os caras bem no meio da transição entre os extremos da banda através de "Charmer" e curti pra caramba. Era uma música meio bizarra, mas eu achei bem original. Fora que aquele grito não é pra qualquer um.
Dei um jeito de escutar o disco e... sei lá... não era bem o que eu esperava. Mas foi então que dei uma ouvida no YAYM e cara... Começando aqui, ó:


(tirando o Jack Black incorporando o vocal, essa versão ficou bem boa; os vídeos originais estão todos bloqueados...)
"Red Morning Light" ganhou a banda pra mim na hora em que apertei o "play" do Media Player. Ali, na introdução mesmo. A maneira de cantar... tudo na música ali estava certo. É rock 'n' roll pra ninguém colocar defeito. Simples e muito bom.
E o disco todo é na mesma levada. Todas músicas com o antigo selo "KOL" de qualidade e identidade únicos que durou até o segundo disco, o Aha Shake Heartbreak. Não dá pra ficar parado escutando o primeiro disco. A música de sequência até nem parece ser tão dançante e boa assim. Mas é só entrar o refrão de "Happy Alone" e cabeças balançam, pés batem, e air guitars enchem o ambiente. Aqui os vocais ainda tem o som rasgadão e tudo mais.

Mais som fodão em "Spiral Staircase" desde as guitarras, passando pela bateria, baixo, vocal e as palmas depois do solo (e que solo!). Uma música dessas é pra levantar multidão. Acho que uma das turnês mais animadas da história foi a primeira, porque com esse disco a multidão deveria ir ao delírio. Só estas três aí já são de enlouquecer. Outra animada é "Joe's Head". Do mesmo jeito que "Happy Alone" não parece ser muita coisa à primeira ouvida, quase não se dá nada pra "Joe's Head". Mas ela é o tipo de música que fica melhor a cada minuto em que o final se aproxima. Mas vale a pena escutar.
"Wasted Time" vem no embalo das duas primeiras e a ponte dela ("Time on me is wasted time" - repetidamente) ficou mais na minha cabeça do que o refrão. Mas só coisa boa aqui também. O verso depois do refrão é pura alucinação, de tão foda que é; fora que o riff da música toda é muito bom.

Não dá pra dizer que o disco tenha baladinhas, mas as músicas lentas são ótimas.
O Calleb dá show nessas músicas lentas pelo vocal completamente largado. É quase um diálogo, mas muito bacana de ouvir. São canções das mais simples do disco. "Trani" é um exemplo. Ele só vai falando a letra ali, na dele, bem devagar, relaxadão... Quase nem dá pra entender o que ele canta. Mas é legal pra ficar numa boa, só naquele ritmo devagar e sem compromisso.
Outra no mesmo estilo é "Dusty", inclusive, uma das minhas preferidas do disco. É mais largada que "Trani" e me traz à cabeça um bar no meio do deserto, num calor do inferno, com um radinho bem simples tocando pra quatro pessoas acabadas em tédio. Mas é boa. Boa pra caramba. E naquele crescente dela dá até pra crer que a música vai mudar; pura enganação. Enganação boa também, ao menos. A música só parece ficar melhor ainda. Sensacional.

Ainda tem a baladinha oculta no fim do disco, depois de "Holy Roller Novocaine". É de transportar qualquer pessoa pro mesmo bar que citei ali em cima, mas agora num clima mais noturno, com o pianista lá atrás, compenetrado na coisa (que imaginação, não?).

Mas coisa boa, acima de tudo, e conhecida por todos, é essa:



Acho que essa foi uma das primeiras músicas que escutei e que assumi como uma das melhores da banda logo de cara. "Molly's Chambers" é completa. Dá pra furar o disco ouvindo ela sem enjoar. É totalmente fodástica.

Mas por que o título do post?
Por que o lance de pratos limpos?
E que dramalhão era aquele lá no começo?

Sei lá. Pode ser que eles tenham simplesmente decidido virar uma banda comercial. Nada contra, principalmente porque eles são uma banda comercial BOA. O problema é que, como já mencionei, nem parece a mesma banda. Fãs das antigas provavelmente não irão ouvir algo como "Molly's Chambers" tão cedo em discos próximos. Cada vez mais, o apelo pop domina os discos.
E de novo, não que o som deles seja ruim, mas não é mais a mesma coisa.

Ainda este ano, a banda lançou seu quinto album, o Come Around Sundown. Eu escutei ele algumas vezes, mas nenhuma música me pareceu exatamente legal. É como se fosse um b-side bem trabalhado com muito dos dois últimos discos. Gostei de uma música em particular, mas mais por ela ter um valor pessoal do que por ela se destacar..

Longe de parar de ouvir a banda, prefiro pensar no KOL como uma banda em constante mudança. Quem sabe um dia desses eles não viram uma outra banda com boas influências e de bom rock 'n' roll como antes?
Só o tempo dirá...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

37 - Franz Ferdinand (e a grande revolução)


Cara, como foi difícil escolher qual dos álbuns postar... A dúvida entre o Selftitle e o You Could Have It So Much Better foi imensa.
Porque sem a menor dúvida, Franz Ferdinand é uma banda DO CARALH@!
Não existe nego na face da Terra em sã consciência que não curta pelo menos uma música deles. Não tem como não gostar dos caras.

A banda inteira despontou numa excelente mistura de autenticidade, dedicação e bons músicos em meados de 2004 (dois anos antes da minha já famosa revolução de 2006, na qual me livrei da fera devoradora de mentes que era o metal e passei a escutar os outros bons tipos de música mundo afora) e foi de uma forma esmagadora que vieram pra ficar.

Diferentemente do que costumo fazer com outras postagens, deixarei a música através da qual conheci a banda lá para o final (pela razão compreensível de que também é minha música favorita do disco).
Ao invés disso, vou previamente colocar aqui de cara uma das músicas mais fodas do disco e com um dos clipes mais virados na maconha que já vi na vida:



O clipe de "This Fire" é provavelmente um dos mais bizarro que já vi na vida. Coisa de psicopata mesmo. A galera gritando; os quatro com as caras mais maníacas do universo mandando cartas pro mundo inteiro; o clipe todo... Fora que aquele vídeo em conjunto com a letra (que parece ser uma hipnose em andamento) deve conter horas de mensagens subliminares. Simplesmente demais.

Os caras do Franz tem um estilo próprio de fazer música que fez com que despontassem em absoluto quando lançaram o selftitle. Junto com a Arctic Monkeys, Raconteurs e Fratellis (há outras bandas boas no meio do caminho, mas as que mais me marcaram quando surgiram na época forma certamente essas), a banda conquistou seu espaço entre as boas bandas que apareceram na virada "pós Strokes".

Abrindo o cd de modo espetacular temos "Jacqueline". Logo de cara, uma demonstração do que é um raro vocal (não tem outra palavra) bonito. Na boa, o timbre de voz do Kapranos é de deixar uma galera na inveja. Além de grave, é um timbre limpo. Aquela introduçãozinha antes da banda entrar inteira na música é de arrebentar. E quando a banda entra então... Já é paulada na cara com refrão, riff e tudo mais.
Num estilo parecido, a quarta música faz um bom serviço. "The Dark of the Matinée" tem o segundo riff mais pegajoso e fodão do disco (perde só pra minha música preferida, deixada para o fim do post). É uma música boa de ouvir e o tecladinho no fundo dá toda uma peculiaridade no som.

De letra duvidosa, mas com uma melodia extremamente envolvente temos "Michael". Não sei se há alguma história por trás da letra ou da música, mas enfim... essa é outra altamente recomendável para se ouvir no talo. Na verdade, todo o primeiro e segundo disco são altamente recomendáveis em alturas absurdamente elevadas em qualquer fone de ouvido. "Michael" também tem um riff interessante e um baixo bem forte (não que as linhas de baixo sejam lá muito elaboradas, como um amigo meu - e colega de banda - comentou outro dia; é interessante, contudo, ver como mesmo a linha simples faz das músicas da banda o que elas são).
É com uma boa levada de baixo, porém, que começa "Cheating on You". Aqui a banda aposta em uma letra simplificada e em instrumental pesado. Destaque aqui para Paul Thomson e sua bateria mais do que frenética. Espetacular.

"Come on Home" foi a segunda música que escutei da banda. Na verdade o solo dela. Não lembro nem onde, nem quando, mas gostei pra caramba. Quando comprei o cd (e aqui uma felicidade imensa, porque encontrei os dois primeiros discos por 10 mangos cada, novos e o YCHISMB com direito a DVD e tudo! hehehe) e fui bisbilhotar as letras, essa foi uma das que mais me chamou a atenção. Rende uma balada das boas, mas falando de coisas mais complexas do que saudade pura. Vou longe com ela.
Logo depois dessa e fechando o disco, temos "40'". Ela é meio estranha no começo e parece trilha de desenho, ou jogo do Sonic ou algo no estilo. Mas depois é só acrescentar voz e pronto: tasca aí mais uma excelente música pra enfiar ouvido adentro!

E pra encerrar o post não por ser piegas, mas principalmente por ser um sucesso absoluto, meu primeiro contato com a banda foi através desta música e clipe:



"Take Me Out" é tão foda, mas tão foda, que até hoje faz sucesso. Falo isso porque toco ela em shows com minha modesta banda e se tem um momento em que as pessoas vão ao delírio (a despeito de todo um vasto repertório da banda) é quando tocamos "Take Me Out". A música é perfeita, não tem o que tirar nem pôr. Desde aquela introduçãozinha passando devagar ao riff principal, e chegando nos intervalos aonde dá vontade de gritar mais alto que o Kapranos aquele "TAKE ME OUT!!!"... sem comentários, a melhor do disco e ponto. Se tivesse falado dela lá no começo, acho que não teria nem tido criatividade pra acabar o post e ficaria escutando ela pra sempre hehehe.

Talvez você amigo tenha notado que não fiz referências ao Tonight por aqui. Não acho ele um disco ruim. Sendo franco, acho que só houve experimentação DEMAIS no som. Ficou diferente do que eram as outras músicas e longe de achar isso algo que diminui o trabalho da banda, a questão é que apenas não me acostumei ainda com como este útlimo disco soa (mas tenho que dizer que aquele finalzinho de "What She Came For" é de cair o c# da bunda de tão fodão!).

A banda atualmente anda em ritmo de shows secretos pela Europa e boatos longínquos de fontes não seguras arriscam em um 4º disco para o fim do ano que vem. Verdade ou não, eu sem dúvida estarei com minha grana a postos quando ele for lançado. Porque qualquer coisa desses caras eu escuto sem medo nenhum. Música (orgasmaticamente foda) para os ouvidos.
Fui.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

36 - Costello Music - The Fratellis


Seguindo as postagens eu lhes apresento uma banda em recesso indeterminado que me apareceu do nada nos meus dias.
Foi na televisão o lugar em que eu ouvi falar desses caras pela primeira vez.
Acordei com uma música estranha, e eu não digo que foi bem a música que me atraiu...



(Tudo fica bem com Casey Batchelor no meio, hehehe)
Mas enfim, a música eu achei meio paradinha, pra ser bem honesto. Mas a propaganda da banda pela emissora era boa. Fazia referências boas ao som do trio da Escócia com nome de banda italiana.
Em minha infinita curiosidade, fui buscar mais a respeito (em meados de 2007, antes que as pedras e paus comecem a voar) e ao escutar o Costello Music meu respeito pela banda aumentou consideravelmente. Até porque na altura em que eu consegui dar um jeito de escutar o disco e depois comprá-lo em uma loja, os caras já haviam feito mais dois clipes e dentre eles estava o de "Chelsea Dagger".

"Chelsea Dagger" é aquele tipo de música pra tocar em um bar cheio de gente que conheça a música, com muita cerveja, abraçados em uma corrente humana, pulando e cantando aquele "parara parara pararararara" até o infinito. É simplesmente demais (e o clipe... aiai...).
E também é o exemplo do que um trio tem de fazer quando o assunto é música. Jon, Barry e Mince mostram serviço total durante as (infelizmente) curtas 13 músicas da banda. Cada música tem a marca "Fratellis" de ser. É o tipo de música que você sabe quem está tocando só de ouvir a primeira nota da música. Demais, demais!

Na linha do "cante com o bar você também!" está "Baby Fratelli". Aquele "All riiiiight!!! She was sucking fingers all niiiiiiight!!!" é de encher o pulmão de alegria. Fora que ela tem um riff dos mais maneiros (putz, maneiro é gíria de tio...) do disco. Ainda numa animação destruidora, não dá pra não mencionar "Henrietta" abrindo o disco. Sem dúvida, assim como muitas bandas decentes, a Fratellis escolheu a música certa pra inaugurar o primeiro disco. "Henrietta" tem uma levada boa o suficiente pra levantar qualquer um de um estado de morbidez e levá-lo (a) à loucura. No volume certo, até o mais autista chacoalharia a cabeça com ela!

Seguindo o mesmo estilo da marca da banda, "For the Girl" tem uma pegada até levemente cômica. É cheia de ruídos estranhos e "qua qua quás". Mas gosto bastante dela e as palmas no fundo ajudam com um ritmo gostoso de ouvir e que não enjoa.
Falando de palmas, elas aparecem a rodo em "Creepin Up the Backstairs". Aqui além delas e do estilo particular da banda, eu gostaria de ressaltar o quanto o Mince é um baterista fenomenal... Cara, ele desossa naquela bateria sem dó. Animalesco ouvir as quebradas, viradas e batidas do cidadão!
Muito das músicas é o que é por causa dele.
Falo mesmo.
Fechando as que eu gosto nesse estilo mais animadão tem também "Got Ma Nuts from a Hippy". Ela começa meio susse; aquele estilo de música que faz você ficar só batendo o pé no começo, mas que depois apavora e arrepia cada pelo do corpo. Fora que aquele solo é tudo de bom.

"Acabou já?"

Não.
Antes de terminar o post ainda tem três músicas que marcam definitivamente o Costello Music pra mim. Se eu não falasse delas eu não dormiria tranquilo (blablabla...).
A primeira é "Ole Black 'N' Blue Eyes". Ela é toda sossegadinha e também tem um solo simples, mas completo. É aquele tipo de música que fica na cabeça, mas sem ser um grude chato.
A segunda é "Doginabag" que começa num ritmo que foge um pouco do estilo do disco. Ela tem um quê de blues que é bom de ouvir. Aqui o show fica por conta do Jon e do Barry numa parceria das boas entre baixo e guitarra. Fora que o vocal rasgado do Jon dá um toque todo fodão pra música.

Mas a minha favorita do disco (sim, uma baladinha) é sem dúvida "Whistle for the Choir":



Sério, desde o clipe, passando pela letra, passando pela melodia, passando por tudo... "Whistle for the Choir" é jogada de mestre. Tem até solo de assovio! Aqui o Barry assume a guitarra e o Jon o violão. E longe de tornar a coisa objeto de fanatismo, mas das baladinhas recentes das bandas da época eu tenho certeza de que esta foi sem nenhuma dúvida a melhor de todas.

"Mas e aí, que papo é esse de recesso? Justo agora que estava gostando da coisa!?"

É, pois é, foi a mesma coisa que me perguntei logo depois de eles terem lançado o Here We Stand um ano depois. Estava afinzaço de escutar coisa nova da banda e o segundo disco não atendeu muitas das minhas expectativas. Não que seja um disco ruim, mas achei particularmente inferior ao trato dado ao primeiro trabalho. Pra completar a banda entrou no já famoso "recesso por tempo indeterminado". Ao consultar o site da banda, há apenas uma pequena lista de shows solos do vocal e guitarrista Jon Fratelli em alguns raros eventos. Não há datas de novos singles ou gravações.

Resta saber se um dia eles voltarão a encher mp3's (qual o plural de mp3?) mundo afora ou se esta será mais uma excelente banda com fim triste para a porrada de fãs que eles têm.
Abração

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

35 - Howl - Black Rebel Motorcycle Club


Finalmente! Depois de algum tempo eu consegui voltar a colocar algo aqui.
A demora foi por causa dessa banda aí.

Bom, tudo começou comigo imerso em um tédio infernal. Estava em casa há alguns finais de semana buscando bandas novas sobre as quais pudesse falar e não queria falar de nenhuma que eu já conhecesse. Queria algo novo, que me surpreendesse e me deixasse com vontade de escutar coisa boa por dias.
Nessa época acabei topando com a Fistful of Mercy (que rendeu a postagem passada), banda que salvou minhas semanas enchendo meu mp4 de música boa.
Mas o trem não pode parar e comecei a ficar agoniado novamente. O trio só tinha 9 músicas - de qualidade, mas ainda assim, apenas nove - e eu precisava de mais (que papo de viciado hehehe).
Foi então que meu amigo me sugeriu esta banda de nome enorme: Black Rebel Motorcycle Club. Nunca havia ouvido falar e pedi uma sugestão de melhor disco dos caras. Ele me apontou o Howl.

Bem, eu até agora escutei 4 dos discos da banda. Todos os discos são excelentes. Em cada um deles a banda renova um pouco de leve a forma de fazer música, mas não perde a essência. Os caras são um trio hiper fodão. Hayes e Levon (guitarra e baixo, respectivamente) dividem os vocais em quase todas as músicas enquanto o Shapiro, na bateria, direciona a percussão com seus diversos efeitos.
A despeito de qualquer coisa, a primeira que ouvi dos caras não foi do Howl:



Essa música pertence ao primeiro disco da banda, o selftitle B.R.M.C. Foi a primeira música que escutei por acaso, já que foi a primeira que apareceu quando realizei a busca no Youtube pelo material da banda enquanto estava... hã... esperando pra ouvir o Howl.
Mas só esse vídeo já dá uma idéia boa do que os caras são capazes.

Quando coloquei o Howl pra tocar, a primeira coisa que me chamou a atenção foi a frase de abertura do disco: "Time won't save our souls".
"Shuffle Your Feet" abre o disco com essa frase e foi por isso que gostei dela logo de cara. Eu costumo dizer essa frase ("O tempo não salva ninguém" - ali no caso é "O tempo não salvará nossas almas", mas a idéia é a mesma) constantemente. Fiquei particularmente feliz com a levada dela.
O estilo musical do Howl em particular tende a uma espécie de "garage blues" (lembrando que nome de estilo musical é uma coisa que se inventa muito hoje em dia hehehe). Esse disco em particular me pareceu o mais triste de todos e o mais "lento" também. As letras tem uma melancolia distinta e as melodias uma sensibilidade sutil, sem perder a qualidade sonora. Parece um álbum que fala de arrependimento, consequência, nostalgia e solidão.

Exemplo de música assim é "Devil's Waitin'". Extremamente simples e praticamente voz e violão, a música envolve pela melodia triste e letra caprichada. Não que os caras sejam mestres da composição, mas as letras são de encher os ouvidos.
Eles cantam sobre muita coisa diferente.
Aliás, eles cantam.

Tanto Hayes quanto Levon assumem os vocais das músicas. Ambos tem timbres extremamente similares, mas a sutil diferença é o que traz o charme para a banda.
Na levada lenta ainda há "Fault Line". Gosto bastante dela porque a letra lembra (e influenciou) muito a maneira como escrevo meu outro blog e outras coisas. É uma espécie de nostalgia vaga, rica em detalhes e tudo mais. Sem contar que uma gaita bem tocada sempre me prende a uma música.
Em "Weight of the World" mais letras envolventes. Essa me parece falar um pouco mais de solidão de uma forma não piegas. Destaque para a frase do "B" da música: "The time will change; still the world remains the same" ("O tempo vai passar; mesmo o mundo continuando o mesmo" - tradução não literal).
A música que dá nome ao disco tem uma levada que é meio diferente do disco. O teclado no fundo dá um ar tétrico, enquanto a melodia e suave dá um contraste bem bacana. Não sei bem o que pensar de "Howl", além de ela ser uma música bizarramente legal hehehe...

Do lado menos lento do disco temos coisas realmente boas também.
"Promise" é a marca maior da influência do blues no disco. Aquele piano é digno de tudo no mundo. A levadinha lenta da música é suave e sem exageros. Pra escutar de olho fechado e viajar dentro de um bar.

Lembra do que falei sobre gaita bem tocada? Pois é, em "Complicated Situation" os caras abrem a música com ela e depois se empolgam em um ritmo tranquilo e, ao mesmo tempo, rápido. A despeito disso, ainda assim a gaita é a marca da música e só não é minha preferida porque...
Bem, eu curto quase o álbum todo e se fosse falar de todas as músicas o post sairia longo demais. Entre as que eu mais gosto (e não incluindo aqui as que já mencionei como "Weight of the World", por exemplo) estão "Sympathetic Noose", que parece ter sido uma música escrita pra mim (ah, vá; todo mundo já achou isso alguma vez na vida) e que tem um riff bem simples e marcante; e essa:



Como muitas outras músicas sobre as quais já argumentei, "Ain't No Easy Way" é o tipo de música da qual eu gosto e não faço a mínima idéia do por quê.
Tudo bem que ela é uma boa música, tem uma levada legal e tem bastante de blues também, mas o gosto por ela é meio anormal. Na verdade só falei do Howl porque ela estava perdida no meio. Acho que no fim ela resume bem tudo o que eu falei sobre o disco e de quebra tem uma levada um pouco mais animada que lembra os outros discos da banda.
Eu gosto do disco todo, mas não quero encher liguiça sobre as músicas que não postei. Gosto muito delas e se fosse ressaltar mais alguma eu certamente falaria de "The Line", que fecha o cd de forma espetacular e com direito a uma música bônus remendada. Demais.

"Tá, cara, mas e agora?"

Bom, agora fica a dica: se estiver buscando um disco cheio dessas qualidades do Howl escute-o e com certeza você terá boas horas de entretenimento.
Se curtir uma levada mais pesada eu recomendo fortemente outros dois discos da banda que são o selftitle B.R.M.C. e o Baby 81. Toda a discografia vale uma conferida, exceto talvez pelo estranho The Effects of 333 que me pareceu só barulho hehehehe.

Os discos são caros e a divulgação ainda é pobre.
Se realmente gostar do disco, espalhe pra quem quiser e escutem as músicas até estourar os tímpanos. Se permitam viajar com os caras e não haverá arrependimento.
Abraços e até a próxima.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

34 - As I Call You Down - Fistful of Mercy


Eu gosto de me surpreender com música.
É simplesmente bom demais quando do nada eu encontro uma música nova a ser ouvida, um cd novo a ser descoberto ou uma banda (ou projeto) nova a ganhar espaço nos humildes 4GB do meu mp4 (humildes porque hoje em dia isso é um espaço risível).
Mas há dias em que isso é muito melhor.
Para mim música é um reforço e, ao mesmo tempo, um moderador de emoções: quando estou de muito bem com a vida eu posso escutar uma tarde toda um cd devastador e pesado pra me sentir assim pelo dia todo. Se estou deprê, posso escutar um disco pesado pra melhorar ou um mais leve pra deixar esse momento ruim ir embora e tudo mais.
Mas deixando esse papo emo de lado, fato é que sou extremamente bipolar em se tratando do meu gosto musical. E sendo assim, se meu último disco aqui comentado foi o Selftitle do Wolfmother (que ainda estou escutando) peço que não se surpreendam diante do contraste com esse: o oposto de peso e estilo.

Fistful of Mercy foi um projeto iniciado no começo de 2010 entre três músicos: Joseph Arthur, Bem Harper e Dhani Harrison. Confesso que dos três eu só conhecia o Harper (que inclusive já teve um de seus discos aqui comentados) e foi através da comunidade dele que consegui ouvir o disco. Continuo sem saber direito quem é o tal Arthur, mas o sobrenome de Harrison dá uma idéia de quem é o terceiro cidadão. Sim, Dhani Harrison é filho do ex-Beatle George Harrison.

“Tá, e daí? Ele nasceu com superpoderes?”
Não (mas deveria hehehe).

Não gosto de comparar pais e filhos em nada, muito menos musicalmente, mas o cara manda bem sim. Tem estilo dele e é um bom músico que se juntou com mais dois e fizeram um belo trabalho. O primeiro vídeo que vi da banda foi esse:



A despeito de “In Vain or True” abrir o disco, eu gosto bastante dela. Acho que logo de cara dá pra colocar os fones de ouvido e fazer uma viagem das boas com a calma que ela passa. E o esquema vocal dos caras é brilhante. Característica presente em todas as músicas (exceto em “30 Bones”, já que ela é instrumental - mas ainda assim, minha segunda preferida deste álbum tristemente curto - pelo talento dos caras eles poderiam ter gravado umas 15 músicas!), o trio vocal é de dar inveja em muitas bandas. Não existe estrelismo e cada uma das faixas do disco tem acabamento único. E letras únicas também.

Falando das letras (que eu me dei ao trabalho de tirar no muque, já que não achei em outros lugares – e depois de postar tenho certeza que vai ser a primeira coisa que vou encontrar), é impressionante como os caras conseguem fazer coisas ótimas com letras tão simples. São letras com uma pegada legal, mas que não tem cinco páginas de texto, manja? Falam o que tem que falar e pronto. Um exemplo é “I Don’t Want to Waste Your Time”, em que as quatro primeiras frases (e o refrão, por conseqüência) nada mais é do que “I don’t want to waste your time” repetida quatro vezes.
Música ruim?
Nada.
Eu gostei.

Em "Restore Me" tem um feeling nos vocais que dá arrepio de ouvir. E acho que das letras ela é a mais foda de todas. Desde o começo até o fim da música dá pra imaginar essa música como trilha sonora de um filmaço desses que marcam a vida. Excelente.
Uma das canções mais bacanas do disco é "Things Go 'Round". Há uma versão em vídeo do youtube muito boa de ver em que cada um dos membros da banda assume um instrumento diferente (o que é fora do comum do som da banda, onde o Dhani e o Joseph estão quase sempre de posse de violões e o Ben com sua guitarra no colo (cara, aquilo tem outro nome... eu não lembro qual é...). No tal vídeo o Ben Harper se engata num baixo, o Dhani num teclado, o Joseph na batera e só a Jessy (violinista) permanece no seu instrumento. Mas é uma coisa agradável de ouvir.

Gosto muito da levada de "Fistful of Mercy". Tem algo no timbre vocal de um dos caras (sério, não sei qual é) que deixa ela completamente surreal. É uma coisa que melhora demais o conjunto. Mas falar disso é bater na tecla ali de cima: o trabalho com as vozes no álbum todo. De novo, ressalto: coisa de gênio.

Mais coisa de gênio é a minha preferida:



Quando escutei "Father's Son" pela primeira vez, eu me lembro que fiquei com um sorriso de orelha a orelha de tão boa que ela era. Palmas marcando o tempo, os três se revezando no vocal de uma maneira completamente diferente das outras faixas... Eu queria entrar no mp4 e cantar com os caras essa coisa por décadas. Muito boa.

Ainda recente, tendo em vista que o álbum foi lançado apenas no começo de Outubro (dia 5, precisamente) a banda ainda não é muito conhecida e carece de uma atenção especial. Duvido muito que as gravadoras brasileiras se darão ao luxo de lançar a versão nacional do disco, o que é uma pena.
Esse foi um dos motivos que me levou a atropelar outra postagem pra colocar o trabalho destes senhores no ar.
Escutem a banda (sempre dá-se um jeito, não? hehehe) e divulguem o quanto puderem.
Numa dessas, com um pouco de sorte quem sabe não dá pra se surpreender vendo o disco numa prateleira por aí...
Abraços.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

33 - Wolfmother (E mais um motivo pra cuspir na cara de quem disse que o rock morreu)


Sim, isso mesmo que você leu no título.
Manja aquele cara chato que faz uma cara marrenta toda a vez em que você fala de música hoje em dia?
Sabe aquele cara que anda todo o dia com a mesma maldita camiseta preta, calça preta, bota preta, cabelo ensebado preto, que bebe pra cacete e quer pagar de mauzão?
Enfim, conhece aquele poser filho de uma p$#@ que diz que não tem nada melhor que o Vol. 4 do Black Sabbath (que por sinal é um álbum excelente)?
Esse mesmo.

Então, manda ele escutar Wolfmother.
E se ele não gostar de nada mesmo, mata ele.
Assim ele vai se encontrar com os ídolos dele no inferno e é feliz...
(Hoje tô meio bruto, não?)

Mas toda essa história eu conto porque aconteceu com um cara que eu conheço bem: eu mesmo.
Tirando a parte de ficar de porre (porque eu simplesmente não fico bêbado - não consigo e não foi por falta de tentativa) e ter cabelo preto ensebado, eu já fui todo o resto.
Claro que não foi só o Wolfmother que mudou minha vida; muitas outras bandas entraram na parada (Audioslave, Foo Fighters, Strokes, Pearl Jam, Black Keys... enfim, uma porrada mesmo) e mudaram completamente meu mundo musical. Para muito melhor, eu diria.

E, como meio mundo, conheci a banda por causa desse clipe aqui:



A despeito de gostar de Jackass (e rir muito da burrice daquele bando de cuecas - só macho pra fazer essas merdas... hehehe), gostei da música na hora em que ouvi.
Mas sabe como é... Grana curta, sem internet... Demorou pra colocar as mãos no disco dos caras.
Depois de muita enrolação e procura (sim, foi difícil achar o cd por um preço decente - apesar de já ter, hã... escutado antes por aí...) eu comprei o disco e confesso que na época gostei muito.
Escutei até "furar" o desgraçado, de tão bom que era.

E bem, eu curto "Joker & The Thief". Aquele começo é (como citei há algumas postagens atrás) o começo perfeito. Toda uma introdução (meio longa, mas e daí) boa com os instrumentos aparecendo aos poucos pra que, no final, tudo vire um som puramente destruidor! E que som destruidor!
Antes de baixar e escutar o disco, era a que eu mais ouvia.
Mas ao comprar o disco, o grito de "Dimension" expressa bem o que eu senti. Só aquela abertura do disco é de matar. Bem pra mostrar ao que veio, a banda já começa com uma bicuda na cara. "Dimension" mostra quase de sopetão todo o potencial da banda. Aliás, QUE banda.
A primeira formação é de arrebentar qualquer trio que já vi. O Chris Ross é acho que um dos tecladistas com mais presença que eu já vi. O cara desossa e ainda consegue se sair bem no palco. O Stockdale é muito fodão também (e só - SÓ - cometeu a cagada de trocar o resto da banda, mas enfim...) e toca a guita dele como ninguém, além de ter personalidade vocal. Quase inigualável! E o Heskett é um dos bateras mais apavorantes que eu já escutei. O cara tem, além de um talento enorme, uma presença talvez ainda maior que a dos outros dois juntos!
Eita sonzeira!

Apesar de muita gente não concordar, "Where Eagles Have Been" é uma das que mais se aproxima de uma balada feita pelo Wolfmother no primeiro disco. A letra é muito boa, surpreendente tendo em vista a simplicidade da maioria das letras da banda que costumam repetir um ou dois versos em cada música. Mas aquele solinho no final... Rapaz... É demais! Se fosse apontar e dizer "isso é uma baladinha", contudo, eu apontaria pra "Mind's Eyes". A levada dela inteira é lentinha e até o Stockdale dá uma maneirada. Outra mais leve, mas que não chega a entrar no clima "baladinha" de ser, é "Tales". Aqui a letra também é boa, mas o ritmo muda um pouco. E acaba de um jeito meio estranho.
Mas são boas as três, com certeza.

Uma galera curte "Love Train", mas eu não vejo muita coisa nela. Acho a percussão muito boa e o baixo devastador (mais uma vez, ressaltando a cagada de deixarem o Ross e o Heskett saírem do trio). Aqui a guita tem pouco o que fazer. Sei lá. Parece que falar dessa música é pisar em ovos e prefiro me abster disso por enquanto.

Dá pra encontrar todas as influências da banda em "Witchcraft": desde RPG (sim, você leu certo) até todo o rock antigão. Cara, é só olhar pro riff dessa música... Pra música INTEIRA! É quase se estivesse ouvindo uma música do Led (mas sem os solos bizarros do Page) ou do Sabbath.
Aquela flautinha solando é hilária e tão sutil quanto aparece, ela se vai. Animal.

Deixo para o final as minhas duas músicas favoritas. A primeira me ganhou esses dias quando criei vergonha na cara pra escutar direito o disco. O violãozinho puxa "Vagabond" (uma música dessas carrega tudo o que eu sou só no título, hehehe) e dá pra se permitir fechar os olhos e curtir uma das músicas mais simples e, ao mesmo tempo, complexas da banda. Aqui o meu gostar vai desde a letra (ultra foda, por sinal), passando pelo riff, pelo teclado, pela batera... E pela melodia. Essa música é demais e pago demais pra ela, prontofalei.
E, óbvio:



"Woman" é, indiscutivelmente, a música mais foda do disco.
É soco na cara, rápido e certeiro. Puro rock and roll do começo ao fim. Toda simples também, aqui o lance é o solo conjuto da guitarra e do teclado. Na boa, é um dos solos mais criativos que já vi (e não vou falar do Tom Morello por aqui - todos sabem que ele é tipo o Macguyver dos solos bizarros e que ele faz som na guitarra até com refil de veneno pra mosquito...) e tem uma levada pesadona sem pausa. A música serve, tranquilo, pra "headbanguear" a vontade.
Muito foda.

Citei bastante o meu desgostar do Stockdale e todo o lance de ele montar uma banda completamente diferente pra produção e turnê do Cosmic Egg. Não que eu ache que o disco ficou ruim (não ficou), mas acho o primeiro disco um tanto quanto único e dotado de uma personalidade realmente forte. Os músicos (trio na época) deixaram ali bem impressas as suas identidades e é um cd bom de ouvir. Não cansa e varia bastante. Já o Cosmic Egg me pareceu um  tanto "constante demais". Mas sei lá; pode ser só besteira minha.
Entrementes, mostrem pra os pseudoconservadores do que o rock pós 2000 é capaz.
Quero ver atirarem uma pedrinha que seja.
Abração

sábado, 9 de outubro de 2010

32 - Light Me Up - The Pretty Reckless


Há quem diga que eu sou meio "machista" musicalmente falando. Porque nunca comento sobre bandas de vocais femininos ou sobre vocalistas mulheres com potencial.
Pra ser honesto, tirando a leva das postagens de Março em que falei sobre Sophie Madeleine, KT Tunstall (que superou minhas expectativas recentes com o Tiger Suit), Juliette Lewis e Dead Weather (com os vocais destruidores de Alison Mosshart) eu acabei nunca mais comentando albuns de vozes femininas.
Não que não curta mulheres cantando; mas são realmente poucas as vocalistas que me impressionam. Não é só uma questão de timbre nem nada... mas é o conjunto da obra: letras, presença, interação com a banda e com o público, etc... E um pouco de frescura, claro.

Eu estava pensando há algum tempo em outra moça respeitável para falar aqui e entre as candidatas estão (sim, ainda pretendo falar delas) Duffy, Reeta Leena (da Husky Rescue) e Norah Jones. Mas inusitadamente outra entrou na jogada. O pior é que ela jogou sujo, porque não é o tipo de música (se bem que eu escuto quase de tudo, mas enfim...) ao que estou acostumado a escutar. Uma amiga minha me passou dois vídeos, sendo que o que me ganhou foi esse:



Honestamente nunca tinha nem ouvido falar da moça nem da banda. Mas talvez pelo fato de eu não estar acostumado com muitas vozes femininas interessantes e curtir esse tipo de mulher (cara de menininha psicopata com cabelo rebelde e voz semi rouca) eu fiquei ligadão na "banda", hehehe...
Enfim, a Taylor Momsen faz um papel em um seriado chamado "Gossip Girl" (que eu confesso, nunca vi na vida) e se juntou com Ben Phillips (Guitarra / Backing Vocal), Mark Damone (Baixo) e Jamie Perkins (Bateria) na segunda formação da banda pra formar o The Pretty Reckless. E tenho que dizer que a banda é muito boa.
Começando pelo instrumental. Sem cair na pieguice de fazer coisa fófis só porque tem uma mulher no vocal, o instrumental é puro rock. Não dá pra chamar aquilo de pop nem a pau. E não falo de só um dos músicos; os três cuecas deixam muitos instrumentistas das antigas no chinelo! Mesmo as baladinhas da banda são mais no estilo rock and roll do que "Avril Lavigne" de ser. Show de bola.
E show de bola maior ainda é da Taylor. A moça tem um vocal extremamente massa de ouvir. Não que ela tenha muita potência; nem precisa. A voz dela tem uma personalidade incrível e que condiz exatamente com o tipo de música da banda. Acho que a melhor música pra exemplificar isso tudo é logo de cara a que abre o disco.

"My Medicine" abre o disco bem do jeito que eu gosto: com uma introdução que leva à música de uma maneira progressivamente pesada. Começa ali, com a Taylor acendendo um cigarrinho, dando umas baforadinhas e depois com a banda inteira naquela levada que, apesar de simples, é extremamente boa. Por sinal, junto com "Factory Girl", lá pelo fim do disco, "My Medicine" me lembra muito (mas muito mesmo) aquela levada do rock antigão. Aquela coisa de "I Love Rock and Roll" que fez sucesso a cada dez anos com vocalistas diferentes (exceto talvez pela vez em que a Britney Spears lançou sua versão - se é que dá pra chamar um gato fanho cantando de versão, mas é a vida...). Gostei bastante também de "Since You're Gone", apesar da letra no estilo Alanis Morrissete de ser... É na minha opinião uma das mais bacanas do disco todo e vale escutar bastante.
Também bacana e em uma levada fudidamente legal tem "Goin' Down". Aqui um destaque pra voz da menina e pra o Perkins na batera. Sério, o cara destrói naquelas viradinhas. E todo aquele andamento caprichado é por causa da bateria.

Uma coisa que a banda faz direitinho também, como comentei ali por cima, são as baladas. Gosto da maioria delas. Na verdade de todas elas. "You" por exemplo fecha o disco de um jeito legal (ultimamente tem sido raro as as bandas fecharem seus discos com uma baladinha, preferindo músicas de "peso intermediário"). Mas acima de tudo, nenhuma das músicas lentas se parece com alguma outra. Simplesmente detesto quando um guita qualquer metido a fodão aparece com aquela "fórmula secreta" da baladinha perfeita que deixa todas as músicas da banda com cara de serem exatamente a mesma, só que com letra diferente. Aqui isso não acontece. Acho que das lentas a que eu menos curto é "Nothing Left to Lose", porque a letra é uma coisa mais menininha, e talz (mas a melodia é bacana de ouvir).
De longe, minha preferida dessas é "Light Me Up", que além de uma letra boa pra cacete tem um feeling todo especial. De todas as músicas do disco, essa é minha preferida, sem dúvida.

"Tá, e 'Make Me Wanna Die'?"

Tá aqui, ó:



"Mas só isso??? Nem um comentário???"

Bom, eu gosto dela. Não curto muito o clipe (tirando coisas óbvias - porra, eu sou homem, oras! Se bem que a Taylor seduz qualquer cueca com o clipe de "Miss Nothing" - onde a cara de psicopata dela está mais acentuada - ... Rapaaaaaz...) porque me parece clipe de metalzão auhauhauhah
Ficou bem trash, cheio de fogo e clima pseudo sombrio... Achei desnecessário, na verdade. Mas falando da música, acho ela muito boa. E assim como as primeiras que comentei ali por cima, ela é outra que mostra bastante do potencial e desempenho dos membros de toda a banda. "Make Me Wanna Die" tem uma pegada forte, apesar de achar ela meio fora de contexto no meio do disco (algo nela é diferente das outras músicas).
Enfim, eu gosto.

Quando baixei dei um jeito de ouvir o disco todo acabei baixando uma outra versão ultra power com mais 12 músicas que não estão no Light Me Up ("Zombie" inclusive). Gostei bastante daquele disco também e gostei de ver a banda trabalhando, já que é bem recente e tem mais é que ralar mesmo.
Principalmente pelo trabalho de qualidade.

Bem, Gossip Girl está longe de ser algo que eu vá assistir, mas a Pretty Reckless eu faço questão de acompanhar. Dá uma olhada no material dos caras (e da moça também). Vale a pena.
Abraços

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

31 - Oh, No! - OK Go


Chega essa época do ano e todo mundo tem que assistir aquela vergonhosa premiação da "música" brasileira chamada VMB. Não vou passar horas aqui dizendo o quanto eu detesto essa premiação. Eu trouxe esse fato à tona por um motivo: todos os anos uma das poucas coisas boas do evento são as atrações internacionais (exceto pela participação do Bloc Party - aquilo foi uma bosta). Juliette & The Licks e Marilyn Manson são bons exemplos de shows ultra fodásticos que a premiação já concebeu.
E a atração desse ano foi a OK Go.

Aliás, fazia um bom tempo que não ouvia nada sobre os caras.
As últimas notícias foram justamente esse ano com o lançamento do disco novo, o Of the Blue Color of the Sky.  Ainda não pude escutá-lo com cuidado, apesar de ter achado muito bem feito o clipe de "This Too Shall Pass". E é falando de clipes interessantes que os caras se destacam. Quer dizer, antes do Oh, No! a pegada deles era um pouco diferente (não melhor e não pior; diferente mesmo).
Mas assim que os caras lançaram esse disco sobre o qual eu quero tanto falar, a coisa mudou.
Sim, eu fui mais um cara qualquer parte dos 99% que conheceu a banda através desse clipe aqui:



Eu não fui atrás de material da banda direto, mas gostei dela no instante em que escutei.
Foi um bom tempo até eu me interessar o suficiente ao ponto de encomendar o cd (uma pechincha) e ouvir o disco todo. A princípio não sabia que a banda tinha um disco antes desse. Fui direto ao Oh, No! ver o que havia de legal pra escutar além da música do clipe.

Bem, confesso que no começo (e lá vou eu...) eu não gostei do cd. Mas como pra mim música é algo maior do que ouvir uma coisa uma vez e dizer que não gostei, eu esperei, escutei novamente um tempo depois e daí a coisa melhorou. Melhorou porque comecei a escutar o disco com mais atenção do que antes.
E o Oh, No! é um disco legal.

Começando pela "Here It Goes Again", ela não é a mais popular do disco sem motivo nenhum; do contrário, ela é uma música toda elaborada desde a introdução (acho massa pra cacete introduções desse tipo, com um riff simples que chama a música devagar e que simplesmente some depois) até o refrão com todos os backing vocals caprichados ao ponto de serem quase um "instrumento adicional" da banda.

Falando dos backing vocals, eles preenchem praticamente quase todas as músicas do disco. Em "Oh, Lately It's So Quiet" - uma das com os vocais mais tranquilos da banda - eles fazem parte da música toda cantando seu "oh, no!" lá no fundinho. Em músicas como "A Million Ways" ou "A Good Idea at the Time" os backing vocals são mais presentes no refrão. Em ambas eles aparecem de forma mais discreta. Qual das duas eu gosto mais? Difícil dizer. "A Good Idea at the Time" tem um instrumental mais pesadão, enquanto que "A Million Ways" tem um clima "calmo e tenso" ao mesmo tempo. Acho que corresponde bem ao jeitão do clipe. Até porque depois de assistir o clipe, não consigo ouvir a música sem imaginar toda aquela coreografia ensaiada deles (muito boa).
No mesmo clima "tenso" temos "Maybe, This Time" quase no finzinho do disco. Gosto bastante da levada dela. Ela soa como uma baladinha com clima de "DR". Não é uma letra romântica; pelo contrário até. E curto músicas em que o refrão vai aparecendo aos poucos, sem exagero.

"Let It Rain" é pra mim a que mais chega perto do clima de uma baladinha. O riff, a calma da música... Aliás, o vocalista (Damian Kulash) tem um timbre muito massa. É só dele e parece servir pra tudo. Seja em uma música tranquila, seja em uma pesadona, o cara não deixa a desejar em matéria de voz.

Curto "It's a Disaster" por ser uma das mais animadas do disco e por ter um dos instrumentais mais fodões do álbum todo, junto com "Television, Television". Acho que ambas aparecem no momento certo do disco e apesar da cara rápida de ambas, elas valem bem o tempo que têm.
Com uma entrada de bateria bacana, também tem "Do What You Want". Essa música me ganha pela característica que mais gosto de comentar sobre qualquer disco que eu escute - a simplicidade. Ela tem uma letra rápida, guitarras simples, uma bateria realmente boa, um solo sem nenhuma porcaria de outro planeta e vocal invocadão.

Mas mais foda que as duas juntas, e de longe a minha preferida do disco, é só "Invincible":



Acho que essa música resume tudo o que expus sobre o álbum todo: desde o vocal versátil do Damian, passando pelos backing vocals da banda, o instrumental invocadão (porra, tenho que dizer, o baterista é um dos melhores músicos da banda!) puxando todo o disco - na verdade abrindo o disco - e ainda por cima com um clipe cheio de explosões (tudo fica legal explodindo, hehehe - nenhuma tendência terrorista por aqui, mas vai dizer que você nunca teve vontade de explodir alguma coisa?).

A despeito de gostar das outras músicas (sim, eu gosto) eu paro minha postagem por aqui.
Agora são 1:39 da matina e tenho que confessar que acabei não assistindo a apresentação dos caras naquele evento desprezível. Soube apenas que tocaram "This Too Shall Pass" (uma música incrivelmente dona de DOIS bons clipes) e mais nenhum outro hit... Pena.
Mas valeu pelas vaias àquele projeto malfeito de banda colorida com fãs em pré puberdade com dedos em carne viva de tanto votarem em algo que não é música, não é cultura e não: não é bom.
Mas não citarei nomes.
Irei em paz sabendo que por alguns minutos uma banda decente pisou naquele palco e mostrou serviço (li uns comentários muito bons e assim que alguém colocar no Youtube eu vejo, hehehe).

Fui

sábado, 11 de setembro de 2010

30 - Get Born - JET


Das várias bandas da levada dos anos 2000, muitas resolveram aparecer com um estilo cru e simplista de música. Eu comentei previamente que não curto ficar classificando os 435 tipos de rock; se é música e é bom é o que me importa. O resto é papo.
Mas o estilo dessas bandas do início de 2000, mais precisamente dos meados de 2002, foi classificado como Garage Rock. Bandas como The Strokes, The Hives e The Vines são exemplos desse estilo de música com guitarras sujas e vocais rasgados. Na real, eles são uma senhora cuspida na cara daquele povo que diz que não existe nada de bom pra se ouvir de 98 pra cá. "Is This It", "Veni, Vidi, Vicious" e "Winning Days" são respectivamente excelentes amostras do que essas bandas trouxeram pra música. E no meio delas também entra a JET.
Diferente da maioria das bandas que conheci através do doce despertar da minha televisão, eu fiquei sabendo que essa banda existia quando montei com alguns colegas de faculdade a primeira banda que quase deu certo. Um amigo nosso sugeriu uma música pra tocarmos e foi, óbvio, essa:



"Are You Gonna Be My Girl" tem uma pegada lazarenta. Acho ela uma música simples demais e foda demais. É soco na cara! É muito foda. E, porra, os vocais da banda merecem respeito; os caras mandam bem nos agudões, hehehe.
Apesar de eles terem lançado mais dois álbuns (um inclusive no ano passado) eu quis falar do Get Born porque ele é um album bom, mas do qual ninguém mais fala. E tem que ele me fisgou por esses últimos dias junto com o Lullabies to Paralyze (do QOTSA) e o Core (do Stone Temple Pilots).
Ele, como eu disse, pertence à essa leva de bandas boas recentes e esse álbum de estréia é o que eu mais gosto por ser o mais equilibrado dos três.

"Como assim, 'equilibrado'? O que ele tem de diferente dos outros?"

A banda faz bem tanto músicas pesadonas quanto baladinhas. Dos três álbuns eu sou da opinião de que o Get Born é o mais balanceado dos três discos. Tem praticamente o mesmo número de ambos os tipos de música. E todas elas são boas (ou quase todas).
Já o Shine On e o Shaka Rock são diferentes. O primeiro é mais baladinhas e o segundo é mais das pesadinhas (não mais tão pesadas assim...). Além disso, devido ao grande recesso da banda entre o segundo e terceiro discos e a perda de um dos integrantes, o estilo do Shaka Rock ficou um pouco diferente (apesar de ainda ser distinguível como um album da banda assim que se ouve).

Bom, e o que dizer do Get Born?
Pra começar, ali em cima eu já dei o alerta: ele é um álbum simples, mas de uma sonoridade muito singular.
Abrindo o disco temos uma espécie de dobradinha. "Last Chance" e "Are You Gonna Be My Girl" abrem o disco de forma rápida e pesada. "Last Chance" por sinal, começa praticamente do nada e se você não está pronto pra escutá-la de primeira ela chega a assustar. É um grito e já entra a banda inteira com aquele riff massa (que foi desgraçadamente utilizado em lugares estrambólicos como, por exemplo, aberturas de quadros do programa do Luciano Huck, mas enfim, a vida é assim mesmo). E então, quando a música está no finzinho dá pra ouvir uma meia lua sendo pega do chão e começando a que de longe é a melhor das rockonas do cd. Mas já falei dela ali em cima e não quero soar repetitivo demais.

Aprendi a gostar de "Rollover DJ", mas ainda acho que falta algo naquele refrão. Não sei bem dizer o que é...
"Get Me Outta Here" é quase um hadouken. Principalmente por ela vir depois de duas baladinhas, aquele riff ali do começo é chocante. Tem até um tecladinho no meio. E a batera parece mais empolgada nela.
Eu gosto de "Cold Hard Bitch" porque ela tem cara de música das antigas. Alguma coisa nela me lembra (lembra, não tô falando que é igual) um pouco o AC/DC ou o Creedence Clearwater Revival. Não sei se é a guita, o vocal, ou o conjunto da obra.
Melhor que ela, de longe, é "Take It or Leave It". Apostando em uma simplicidade ainda maior do que a própria "Are You Gonna Be My Girl", essa música é aquela pra escutar no talo e pular que nem um louco. Juro que se um dia eu ver um cover bem feito dessa música eu pago pau.

Eu curto "Lazy Gun" porque acho que ela foge um pouco do estilão do álbum (mas pra melhor). Ela tem aquele efeito bacana no riff. Acho aquilo lá hilário (junto com os backing vocals hehehe).

O disco vai além dessa. Já comentei na postagem que fiz sobre o disco do Audioslave: banda que se preza tem o DEVER MORAL de ter pelo menos UMA boa baladinha. Diante dos mais pôseres (que se dizem puristas) e que acham que isso é balela eu tenho três palavras: "Stairway to Heaven".

E falando dessas baladinhas, eu começo justamente com a "Lazy Gun", já que ela está quente. Quando disse que ela foge do estilo do disco é porque ela junta aquela guitarra bacana com cara de música fumadinha, com um refrão com a maior cara de baladinha do universo.
Eu acho o começo de "Radio Song" meio broxante, mas pelo menos a música melhora quando a bateria entra. Melhora muito. E a música fica realmente boa.
Acho "Look What You've Done" meio popzinha, mas ainda é uma baladinha excelente. E, novamente, quando a banda inteira entra, ela se torna de arrepiar.
Não vou falar muita coisa de "Timothy" porque apesar de gostar dela, acho que ela soa repetitiva.

"Hm, tá, já acabou?"

Não.
Pra mim a baladinha mais animal desse disco, que vale ser escutada centenas de dezenas de vezes é "Move On":



Na boa, ela tem mais feeling do que todas as baladinhas do disco juntas. Não tem falsetinho. Não tem fescurinha. Não tem levadinha pop, nem nada assim.
Ela é boa porque tem só o que precisa: voz boa, um violão, uma meia lua, uma gaitazinha e uma pusta de uma letra bem escrita.
Nessa versão ao vivo chega a me arrepiar os pêlos do pé quando o cara resolve mostrar pra que serve um gogó decente.
É muito boa.

Talvez a você tenha parecido que eu não curto muito os outros dois álbuns. Sendo honesto, acho todos os três muito diferentes entre si e, ao mesmo tempo, todos com o timbre único dos músicos. Acho o Shaka Rock o "menos bom" dos três, apesar de ele ter simbolizado um retorno que eu esperava há tempos.
Aliás, algo que tem me deixado contente é que muitas das bandas decentes que estavam adormecidas e/ou separadas voltaram à ativa de forma espetacular nos últimos tempos. Desde o Rage Against the Machine, passando pelo Queens of the Stone Age e os Strokes (que finalmente lançarão seu quarto disco).
Com retornos assim dá pra começar a voltar a crer na música, já que eu achei que entraríamos na "Dark Age" da música, com a porrada de lixo que tem aparecido e, infelizmente, ganhando público.

Mas meu blog não é pra críticas, e sim para bons comentários sobre o que eu acho que presta.
Em breve, mais um álbum de uma banda que voltou recentemente e que povoou minha semana com música boa. Pra quem não a conhecer será uma boa oportunidade hehehe.
Abraços

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

29 - Lullabies to Paralyze - Queens of the Stone Age


"Ué! Por que o Lullabies? O Songs for the Deaf é bem mais fodão! É a melhor fase do QOTSA!..."

Ah, concordo com mais da metade dessas afirmações e se eu fosse um fã da banda lendo o blog (e não escrevendo) eu falaria a mesma coisa (ou não).

Na real o Lullabies to Paralyze é meu álbum favorito da banda. Aliás, excelente banda independente da quadragésima formação em que ela esteja. O som dos caras é demais.
Na real, quem me apresentou o Queens foi um amigo meu que não vejo há anos! Um belo dia, enquanto eu estava entrando na onda "Foo Fighters apavora, eba! O Dave Grohl é muito fodão! Eba!" esse cara (Diego, vulgo Super-Homem... pusta saudades do cara) me perguntou se eu já tinha ouvido Queens of the Stone Age. Eu achei o nome engraçado e disse que ía dar uma procurada.

Capaz...

Foi o cara virar as costas e eu simplesmente esqueci da sugestão (até do álbum que ele havia sugerido... que depois soube ser - sim - o Songs for the Deaf) e segui minha vida. Não demorou muito pra eu acordar (sempre ela, a minha querida TV) com um clipe muito do bizarro passando de manhã:



Depois de assistir a um vídeo desses, com a música daquela... Desnecessário dizer que fui logo no 4shared numa loja ouvir tudo o que pudesse dos caras. Nessa época acabei perdendo contato com aquele meu amigo e não sabia mais por qual disco começar. Ouvi o R antes de todos e, apesar da sonoridade pesadona eu não fui muito com a cara dele não. Só anos mais tarde (é, como se eu fosse um ancião mesmo) eu comecei a ouvir ele e gostar. Depois dele escutei o Self-titled (outro bem estranho) e então conheci o tão falado Songs for the Deaf. A lendária formação perfeita; o já admirado entrosamento dos membros; Josh e Nick naquele love forever; Dave na batera; um disco com "Go with the Flow" e "No One Knows"... Achei bom pra cacete (sem contar que o disco parecer ser tocado inteiro num rádio de carro foi uma idéia digna de mestre).
Pois é.
Só que eu conheci o Lullabies.

"Se disser que ele é o melhor dos caras, você apanha véio!"

Nah, para com isso. Na real eu gostei do Lullabies to Paralyze porque ele é macabrão. Não macabrão de fazer cagar nas calças, mas macabrão de ter todo um clima diferente. Sei lá, é meio "medievalzão", por assim dizer (embora essa não seja ainda a palavra certa). Mas é só pegar a música que abre o disco pra ver isso. Ou vai dizer que você  nunca imaginou um daqueles bardos numa taverna sentar e tocar "This Lullaby" com todo aquele feeling (a versão do Josh no "Over the Years and Through the Woods" então...)?
Eu sempre escuto esse album como se ele fosse na verdade dois: antes de "Little Sister" (mais leve) e depois de "Little Sister" (mais pesado)...
Prefiro particularmente a parte depois de "Little Sister". Acho que as melhores coisas do album estão logo ali apesar de a primeira música que eu escutei do disco ter sido essa aqui (que fundamenta toda a minha opinião de que esse disco tem um clima diferente):



"Burn the Witch" é toda estranha e o clipe faz bem o ambiente em que imagino esse cd. Em "Someone's in the Wolf" tem uma parte ainda mais macabra em que no meio do solo alguém começa a afiar facas no fundo. Sinistro, eu diria. Sem contar que no fim dela alguém REALMENTE corta alguma coisa (e vá lá imaginar o que, saindo da cabeça do Josh).

Claro que a própria "Little Sister" por si já é um achado do disco. Acho aquele um dos riffs mais bacanas dos discos do QOTSA, quiçá de todas as músicas que já escutei. E não sei exatamente o porque mas ele me traz alguma coisa dos anos 90 quando escuto.
Porra, ainda no clima macabrão como não mencionar a sovaqueira fudida que é "The Blood Is Love"? Logo depois daquele corte, uma levadinha suave que quase te faz mudar de música; tudo isso só praquele baixo e a batera te levarem naquele lance pesadão e cru. Só alegrias. Acho que "Broken Box" é algo que me parece ter servido de inspiração pra algo dentro do projeto do Them Crooked Vultures. Sério, olha lá, é bem na mesma levadinha (heheh, aquele projeto é foda).

"You Got a Killer Scene There, Man..." fecha com chave de ouro meu argumento de álbum macabrão (e eu acho aquele ruído de (pelo menos parecem) palmas hilário.

Em contrapartida, na parte antes de "Little Sister", não tem como tirar os méritos de músicas como "Medication". Ela é curta, mas vale por uma boa do disco, sem fru fru.
"Tangled Up in Plaid" já traz alguma coisa de "Burn the Witch" em seu desenvolvimento. Se estivesse em um show eu fazia um medley com elas fácil fácil.
Mais do que chiclete, "In My Head" é uma música que foge um pouco do clima macbrão do disco todo e põe a banda na melhor levada. Sou fanzaço dela e principalmente o vocal e os backing vocals dão uma sonoridade muito boa pra ela.

Bom, falando nisso tudo, é conhecido que finalmente os caras deixaram a putaria de lado e vão se reunir novamente pra nova turnê e novo disco em breve.
Fico feliz de finalmente ver que uma das poucas bandas realmente boas da  atualidade deixou as frescuras de lado e resolveram trabalhar naquilo que fazem melhor: entupir shows de fãs sedentos de música (e alguns sedentos pra arranjar alguma briga com o Josh, hehehe). O Queens of the Stone Age foge de todos os padrões de banda que postei recentemente e eu honestamente não sei por que. Queria postar esse álbum aqui há algum tempo, mas somente hoje me veio a inspiração necessária (apesar de achar que ainda preciso criar mais vergonha na cara e colocar mais coisas por aqui).

E se forem escutar esse disco aí entrem no clima. Valerá a pena.
Abraços

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

28 - Grace - Jeff Buckley




Já há algum tempo eu ouvi falar sobre o Jeff Buckley.
Foi em uma época em que a MTV ainda tinha Top Tops interessantes (ultimamente anda um repeteco chato) e ele apareceu num tema foda: músicos que tinham tudo pra dar certo se não acontecesse alguma coisa estranha com eles.
O campeão daquele foi o Jeff. A história dele eu não sei direito mas sei que esse foi um cara que morreu na hora errada - sim, mais um morto do qual eu vou falar. Ele se afogou enquanto nadava em um rio, deixando a música pobre de algo que eu há muito tempo venho sentindo falta: VOCALISTA COM FEELING.
Se tem uma coisa que concordo com todo aquele povo chato "old school" é que antes os caras davam o suor e sangue por uma banda. Não tem como negar. Pega lá uma apresentação qualquer de um McFly da vida (banda que na minha opinião são só Backstreet Boys com instrumentos) e compara com isso:



Tudo bem que essa é uma versão de estúdio, mas nem se compara.
O vocal desse cara é uma das coisas mais fodas que esse mundo já perdeu. Emoção é o que me traz ouvir o disco do Jeff.

Existem duas razões simples pra eu falar do Grace:
1 - Era um cd que eu já tinha e só me dei ao luxo de escutar direito recentemente, quando me propus a ouvir os cds que eu tenho ao invés de só comprá-los pela música que gostei (ainda tem alguns que estão nesse estado); e
2 - Dos discos dele esse foi o que eu tive acesso mais facilmente. Os outros eram difíceis até de encontrar pra baixar (mas recentemente fiz minha busca power e encontrei três lugares diferentes aonde posso... hã... escutar eles com mais facilidade)...

Sim, eu fui um cara piegas que conheceu o Jeff por "Hallelujah". Escutei ela em um filme e gostei, procurei o intérprete (e, porra, como tem gente que canta essa música!) e o Jeff foi o que eu mais gostei. Não sei porque. Mesmo a música não é dos meus estilos favoritos. Mas algo no timbre de voz desse cara me fez mudar um pouco de opinião. Gostei da música, procurei pelo cd e encomendei o Grace.
Escutei "Hallelujah" e "Grace", porque era a música título e disse "nossa, como ele é legal".
"Grace", do clipe ali em cima, tem mais feeling que muita coisa que eu já ouvi. Só não curto muito os backing vocals no refrão... Chega uma hora que fica meio repetitivo. Mas o que ele canta é demais.

Aliás, esse é um cara tão fodão que dá pra escutá-lo sem instrumental nenhum e aproveitar o que ele passa. Na música de abertura do Live at Sin-é ele canta só com a palma e o pé batendo pra acompanhar (e é foda demais) "Be Your Husband" e não precisava de mais nada. A música é inteira boa só pela voz do cidadão.

Mas voltando ao Grace, temos "Mojo Pin" pra abrir o cd de forma quase discreta. A música vai evoluindo de uma forma tão suave que você nem percebe quando já está no fim dela escutando aquela levada de guitarra e bateria únicas que levam direto à "Grace" que já comentei ali por cima.
"Lilac Wine" tem um feeling que eu diria que é só dela. Ela começa meio tensa e depois descarrega todo um ritmo leve e tranquilo. Gosto da letra também (o que não deixa a desejar na qualidade nas composições do disco - apesar de essa ele não ter escrito).
Passo um pouco adiante no cd (já que já dei minhas impressões sobre "Hallelujah") pra falar de "Eternal Life". Essa é praquele tipo de gente interessada no que o cara sabe fazer de pesado. E isso que a versão do Grace ainda é levinha. Baixei o EP com o nome da música e a "Road Version" dela é dos grunges mais destruidores que eu já vi. O cara dá um hadouken em quem chama ele de músico de baladinha com essa.
Acho "Dream Brother" meio macabrona na real, mas é boa pra cacete. Ela tem todo um clima estranho, mas gosto muito dela. Acho que aquele refrão fecha bem o disco, de maneira sutil e sem exageros.

Eis que eu gostaria então de comentar a melhor música do disco, da autoria do próprio Jeff Buckley e que, na minha humilde opinião, é dona de uma das letras mais bonitas que já tive a oportunidade de escutar em uma canção.
Escuto ela e me transporto diretamente pra uma situação só minha.
Eu estou falando dessa aqui:



Disparada, a minha música favorita do cd, "Lover, You Should've Come Over" é a obra prima do disco.
Com personalidade, letra bem escrita, a emoção da qual eu tanto falei lá por cima e essa melodia, eu dou qualquer coisa pra escutar essa música e todas as outras mil versões dela dos outros discos quantas vezes forem necessárias até eu enjoar (e como raramente eu enjôo de músicas, isso significa muito tempo).
Sério, não canso de escutá-la e não pretendo parar tão cedo.

Infelizmente como eu comentei, Jeff Buckley faleceu antes da virada do século por um afogamento. É difícil ouvir falar qualquer coisa sobre ele nos dias de hoje (e ainda me admiro em ver fãs dele comentando o trabalho do cara; ser fã é isso ae) e por isso que resolvi colocar ele por aqui no Zumbidos.
Se puderem escutem tudo desse cara, porque vale muito a pena.

(Porra, que música foda, eu não me conformo...)
Vou nessa.
Curtam o cara.

sábado, 7 de agosto de 2010

27 - Audioslave (Selftitle)


"Cara chato, só fica falando de banda morta".

Mais respeito; essa é A banda morta.
Como aconteceu com muitas banda sobre as quais eu escrevi, eu não gostava de Audioslave. Nenhum motivo especial, além de não fazer a mínima idéia de que ela existia.
Na verdade, só fui conhecê-la por acaso.
Na primeira banda que montei na vida havia um guitarrista que é meu amigo até hoje (grande Toni!). Estávamos tirando uma porrada de músicas na época (tá, nem eram tantas assim) e estávamos com um repertório razoável. Então ele me olhou e perguntou se eu conhecia uma tal de "Cochise". Eu disse que não e então ele, muito solícito me mandou esse vídeo:



À primeira vista eu não curti. Mas só porque ouvi muito baixo. Porque quando ouvi ela no volume certo eu vi o quanto a banda era boa.
Fui atrás de material da banda (isso em 2008 - cara atrasado eu!) só pra descobrir que após três álbuns a banda se extinguiu.
Não pretendo ficar aqui naquela melação safada de dizer que a banda era um supergrupo, ex-Soundgarden com ex-Rage Against the Machine, entrosamento e blá-blá-blá...
Isso todo mundo sabe (pra quem não sabe essa é a hora de ir na comunidade de discografias e baixar os três álbuns dos caras).
Escutei muitas vezes os três álbuns e apesar de gostar de todos, cada um com sua peculiaridade, acho que nenhum supera o primeiro.
Não por causa daquele conservadorismo safado que alguns fãs tem de sempre achar que o primeiro álbum é melhor e que tudo o que vem depois é bosta; mas porque o primeiro álbum é, sem rodeios, do c@ralho!
A começar pela "Cochise", claro! Acho que poucas músicas de pouquíssimas bandas abrem tão bem um disco quanto ela. O começo com aquela bateria só pra dar uma expectativa, seguida pela guitarra, baixo e juntando tudo isso um vocal alucinante com um riff simplesmente demais.
E então há de se pensar: nossa, com uma música destruidora dessas, a segunda deve ser levinha...
Eis que "Show Me How to Live" dá sequência à mais uma paulada na cara. Com um vocal (como se fosse possível) ainda mais fodão, aquele refrão é de deixar no chinelo qualquer um que pense que Chris Cornell se resumia a ser um cara foda só no Soundgarden. O cara mostra poder nesse refrão.
Em "Gasoline" eu acho que ele exagera um pouco, mas a música é massa do mesmo jeito e ali o Morello parece saber usar um delay como ninguém mais. Aliás, mencionei até agora só o Chris Cornell, mas na real a banda inteira é muito foda. Acho que a guita do Morello tem mais personalidade nesse primeiro cd do que nos outros. Me parece que aqui ele era mais criativo e mandava ver em solos e tudo mais. Nos outros ele me pareceu mais preocupado em sustentar riffs e fazer "coisinhas mais bonitinhas" (sendo bem esdrúxulo mesmo). Não que os outros discos sejam ruins, nada disso. Mas não há mais personalidade em matéria de guitarra e voz do que nesse.
Ainda numa levada pesadona temos "What You Are" que começa em ritmo fraquinho e vai aumentando até um refrão matador.

"Thomas, o que você quer dizer com refrão matador?"

Eu explico: é um tipo de refrão que faz a música valer a pena, entende. Por exemplo, acho "Slither" do Velvet Revolver uma música extremamente broxante. Ela começa com uma promessa de ser a música mais foda que você vai ouvir naquele disco (o Contraband) e chega com um refrão pobre, sem graça e sem nada. Sonho dos guitarristas, pesadelo de quem espera uma música decente (mas o resto do Contraband inteiro é bom).

Mas enfim, "Set It Off" é uma música que começa com o Morello apavorando nos solos alienígenas que só ele sabe fazer. É uma música boa, junto com "Shadow of the Sun", e ambas complementam o conjunto das músicas ultra fodásticas do disco. "Shadow of the Sun" tem até um gutural do Chris Cornell que vale a pena escutar.
E fechando essa leva ainda temos "Light My Way". Ela é simples, mas gosto dela. Não tem frescura e tem a cara de todo mundo da banda. Quer dizer, dá pra escutar os instrumentos todos e cada um parece ser bem a cara dos músicos.

"Tá, mas esses caras só escrevem música pesada?"

Não, pra mim banda que se preza tem que ter baladinhas e o Audioslave não deixa barato.
Lá pela metade do cd temos "I Am the Highway" que, além de melodia, tem uma letra excelente. Acho que é uma das letras mais legais da banda e apesar de não ser um épico, é muito boa.
"Getaway Car" e "The Last Remaining Light" fecham o disco com um feeling inigualável. Acho que quem escuta o disco até o fim tem a impressão de que o Audioslave é uma banda bem completa, só por esse fechamento.
Mas como falar de baladinhas sem mencionar esse clássico aqui:



"Like a Stone" tem feeling, letra e qualidade suficientes pra ter um disco só dela.
Há quem vá dizer que a música nem é tudo isso (e eu até concordaria em outras épocas), mas pra quem pensa assim eu digo: escute no momento certo. Aliás, como muitas músicas e bandas, essa é uma pra se escutar em um momento certo. Comendo no Burguer King, por exemplo, não é a melhor ocasião.
É minha música preferida do disco e ganhou pontos comigo desde que a escutei pela primeira vez.

"Tá, e por onde anda o Audioslave?"

Infelizmente o que começou como uma banda dos sonhos terminou como se fosse um pesadelinho chato. O Chris Cornell teve um ataque de estrelismo (porra, esse cara não aprende que não presta pra trabalho solo!) e saiu da banda. E o resto? Chupou o dedo? Nada, os caras voltaram com o Zack de La Rocha e estão por aí fazendo uma sonzeira massa com o Rage Against the Machine (que inclusive vem ao Brasil, comprometendo meu salário significativamente).
O Cornell lançou o Carry On logo após sua saída da banda e não foi um disco ruim. Mas quando escutei o Scream tive vontade de nem ouvir mais falar do cara enquanto ele não arrumar uma banda. Há quem tenha gostado, mas pra evitar conflitos eu sou apenas da opinião de que o disco não é bom e só.

Agora é só ouvir o que os caras deixaram pra nós e curtir a vida.
Se aparecer uma banda do nível deles eu estarei a postos pra ouvir.
Adios

quarta-feira, 28 de julho de 2010

26 - Have a Nice Day - Bon Jovi



Então, lembram daquela introdução de umas postagens atrás sobre o "Nunca"? Aquele maldito "Nunca" que a gente diz e depois tem que amargamente dar pra trás? Pois é... Eis aqui um maldito "Nunca".
Vivia dizendo pra quem quisesse ouvir que Bon Jovi era furada; que aquele cara era um monte de coisas; que o tempo dele passou; que ele tinha uma boy band do rock...
Enfim, no primeiro ensaio da banda em que canto atualmente finalizamos o ensaio com uma das poucas músicas do cara a que me dava o luxo de ouvir. Não (só) por ser um clássico, mas por ser uma música boa de fato:



Sim, essa música é muito boa.
Mas até aí isso era tudo o que esse cara tinha de bom (isso e "Wanted Dead or Alive", "It's My Life", "I'll Be There for You" e mais uma ou duas).
Daí você me pergunta: "Thomas, seu ex-metaleiro de me@#$, você pelo menos se deu ao luxo de OUVIR algo do Bon Jovi?"
Não.
Ou melhor: não até o começo deste mês.
Estava eu em casa distraído e sem nada pra fazer pensando em muitas postagens pra este mesmo blog, mas sem nenhuma empolgação maior que me trouxesse vontade de escrever sobre uma banda em especial. Então o que eu fiz? Coloquei meus poderosos (e ainda aumentando) 30 GB de músicas do Media Player no shuffle e fiquei lá escutando. Então, de uma hora pra outra eu escutei uma música realmente legal.
E quando fui ver quem cantava, adivinha quem era...
Enfim, aquilo realmente me surpreendeu, porque achei a música incrível. Repeti a bendita umas noventa vezes só de incredulidade.
Eu tenho há algum tempo boa parte da discografia desse cidadão no meu PC e nunca nem tinha pensado em ouvir. Mas essa música que me chamou tanto a atenção (já digo qual, guenta ae) me fez olhar pra o trabalho do cara com outros olhos. E como não bastasse, lembrei-me então das palavras do sábio Dean Winchester: "Bon Jovi rocks, on occasion".
Deixei então a birra de lado e escutei os discos do cara.

Aqui vai um porém. Gostar dele não significa amar cada maldita música que ele faz. Existem álbuns excelentes e existem álbuns horríveis; como no trabalho de qualquer músico e/ou banda... Isso faz parte.

Mas deixando isso de lado, o que ele faz de bom ele faz MUITO BEM. Isso foi algo que tive que admitir logo de cara. E de todos os álbuns que pude escutar o que eu mais gostei foi esse, o Have a Nice Day.
Os mais tradicionalistas devem gostar dos outros mais antigos (e alguns são realmente bons), mas esse mexeu comigo. Não só pela sonoridade excelente, mas também pelas composições ultrafodásticas do álbum todo. Porra, não tem letra ruim! É uma melhor que a outra!
A começar pela música que caiu naquele shuffle:



(Putz, essa música me arrepia toda vez que escuto!)
"Have a Nice Day" abre o cd como nenhuma música do disco conseguiria abrir. Pancada na cara, a letra dessa música é alucinante. Esse disco todo, como disse antes, só tem letras incrivelmente boas. Essa é toda boa e tem um refrão matador.
Gosto bastante de "I Am" também, por ser extremamente feeling na veia. De repente com esse disco me veio vontade de escutar boas baladinhas e foi o que descobri que esse cara faz muito bem feito. "I Am" é uma das melhores do disco por ser esse tipo de baladinha não piegas e com letra destruidora que eu tanto gosto. Outra que entra no mesmo esquema é "Bells of Freedom". Cara, sério, aquilo (se não está) deveria estar numa trilha sonora de filme, principalmente nessa nova era em que até filmes ruins tem uma trilha sonora interessante (lálálá, não falei nome nenhum...). Fechando o ritmo de baladinhas (que na verdade me parece ser a alma do cara - e isso é bom) eu gosto também de "Welcome to Wherever You Are". Acho que é uma das músicas mais bonitas que tive a oportunidade de escutar recentemente. Esta divide acirradamente o posto de minha música preferida deste disco com "I Am", mas ambas tem conotações bem diferentes. Vou longe em ambas.
O disco também tem músicas mais pesadas, na levada de "Have a Nice Day". Aqui a coisa fica por conta de "Last Man Standing" - que tem até um riff mais metalzão (e eu fiquei felizaço). "Who Says You Can't Go Home" é boa também, mas não chega a ser a que eu mais escuto.
Acho que "Dirty Little Secret" é ótima e junto com "Story of My Life" fecha o disco de maneira espetacular (apesar de a segunda ter mais cara de música de encerramento e dona de um solo matador - mas pff, isso são detalhes). Além de um solo massa, tem algo nela (ou no refrão dela) que fica na cabeça. Muito boa mesmo.

Depois de toda essa enxurrada de post, fiquei feliz de saber que a banda vem pra cá este ano ainda com a turnê do disco novo (The Circle de 2009) em Outubro. E os ingressos nem estão tão caros (apesar de não haver show aqui na minha cidade... saudades da Pedreira)! Eu vou me esforçar pra ir, já que o cara me fez dar o braço a torcer e conquistou um novo fã.

Me despeço por aqui também pedindo desculpas pelo grande recesso nas postagens. Julho foi um mês relativamente corrido e acabei não mantendo minha regularidade aqui.
Mas agosto será um mês diferente.
Cuidem-se.
E nunca digam nunca...
(Maldito Bon Jovi e suas músicas fodas...)