Quando soube que no ano passado a turnê do Dig Out Your Soul passaria pelo Brasil eu fiquei esperançoso.
Quando eu soube que iria passar por Curitiba eu jurei que iria ao show.
E foi bom, porque foi a última chance de ver a banda inteira por aqui.
A Oasis se separou no fim da turnê (e até agora não entendi direito o por quê) e bem... Certo que a maioria dos fãs tende pra um dos lados: Liam ou Noel.
Sem nem pestanejar, assumo minha inteira lealdade ao Noel.
O cara é músico nato e sem ele o Oasis não teria saído da garagem em que o Liam e uns gatos pingados ensaiavam. Em compensação, mesmo que de uma maneira arrogante, não há como se negar a presença do Liam como front man da banda durante todos os anos em que seguiram juntos.
Oasis, assim como muitas bandas das quais eu já falei, foi uma que conheci tarde no meio da revolução de 2006 (a saga). Eu estava naquela já conhecida vontade de me separar do que me prendia e abraçar estilos novos.
Eis que um espertão qualquer chega e comenta: "Aposto que foi Wonderwall!"
Que "Wonderwall", o quê! O papo foi muito mais reto:
A despeito de a Foo Fighters ser minha banda favorita, minha alma é de "The Importance of Being Idle". A melhor música do mundo. E se eu começar a falar dela, eu posso acabar saindo do foco do post, então fica pra uma outra hora.
Enfim... Hesitei muito antes de falar da banda por todo esse lance bairrista que existe entre os fãs de Oasis. Com a separação da banda então... Sobra fogo pra tudo o que é lado...
Eu iria postar sobre meu álbum favorito, o Don't Believe the Truth, mas resolvi falar do Dig Out Your Soul por alguns motivos:
Primeiro porque foi o último trabalho da banda como um todo. E falando do trabalho dos caras em estúdio, não há o que se discutir: não há intrigas dentro de um cd; a banda ainda é um nome só, por mais talentoso que seja um ou outro músico. Você espera pelo novo álbum da banda e não pelos novos riffs mirabolantes do Noel ou que óculos o Liam vai sair usando na capa, por exemplo.
Em seguida, porque é no Dig Out Your Soul em que eu finalmente noto o Liam como um (finalmente) compositor de qualidade (e já digo o por quê).
E por fim, devido a uma declaração do Noel sobre o disco. Não lembro as palavras com exatidão, mas quando perguntaram pra ele o que ele esperava do público com relação ao disco ele foi curto e (nada além do rotineiro) grosso: "Eu não espero nada. Minha história na música eu já escrevi. Meu tempo de querer fazer música para os outros passou. Estou satisfeito com minha carreira como está e não preciso da fama pra sempre".
Classudo como nunca, esse comentário (vindo do Oasis, humilde até) me disparou a vontade instantânea de ouvir o DOYS quando ele foi lançado.
Mas mais do que isso, e mais do que o clipe psicodélico de "The Shock of the Lightning", foi uma música em particular aliada a um clipe que me fez mudar a opinião sobre um cara de quem eu não gostava muito: o Liam.
Sempre achei que tudo o que ele tinha era um timbre de voz diferente e só. Mesmo nos álbuns em que ele começou a realmente escrever algo (Heathen Chemistry e Don't Believe the Truth), achava as composições fracas quando comparadas a pérolas como (agora sim) "Wonderwall", "The Masterplan" ou "Talk Tonight".
No último disco, entretanto, ele quebrou minhas pernas com essa aqui:
Acho que essa música dispensa qualquer comentário.
Adoro o Noel. É meu ídolo mesmo.
Mas só por essa eu vou tirar meu chapéu pro Liam dessa vez.
"I'm Outta Time" é a melhor música do cd inteiro na minha opinião. Todo o instrumental (muito simples até!), aliado com a letra e, putz, a sensação que ela me passa... É fora de qualquer descrição que eu poderia colocar aqui. Merecido parabéns ao cara.
O álbum é bom de se ouvir. Não é parecido com nenhum dos outros, mas é muito bom.
Acho que "Waiting for the Rapture" é uma música simples também, mas com uma pegada diferente. Não me lembra nenhuma outra música que tenha ouvido com o Noel no vocal.
"The Shock of the Lightning" é massa e dá pra dar uma pirada legal com ela. Gosto da distorção das guitarras e o clipe é bizarro (não vou colocar aqui porque acho que ele iria sumir depois dos que já estão ali em cima...). Sem contar que foi uma das duas primeiras músicas que eu
"The Nature of Reality" tem uma levada legal e é meio "tensa" por assim dizer. O solo dela com aquelas palmas no começo arrepia. Pusta sonzeira.
E por último, eu não deixaria de mencionar "Falling Down". Embora seja outra música realmente boa (há quem diga que é a contraparte Noélica de "I'm Outta Time"), eu acho que ela é meio fora da levada do álbum. Meio "excluidona" na minha opinião. Acho que é de uma maturidade musical diferente. Excelente, mas meio perdida no meio do álbum.
A Oasis é outra que fará falta no meio do despejo de porcarias em que anda a indústria cultural nos últimos tempos. A banda já não é mais a mesma e agora é hora de dar uma olhada nos trabalhos de cada um dos Gallaghers.
Gostei muito do Noel no TCT (Teenage Cancer Trust - um grupo internacional de luta contra o Câncer, que conta com frequentes shows beneficentes), apesar da qualidade horrível da gravação que consegui ouvir. E não tenho me mantido lá muito informado sobre novidades do Liam exceto sobre a acidez de costume...
Vamos ver no que dá.
Na melhor das hipóteses, dois grandes músicos pra ajudar a purificar a "colorice"...
Assim espero...