sábado, 27 de março de 2010

13 - Horehound - The Dead Weather


Bom, fechando março e também a sequência de peso sonoro com vocais femininos eu lhes apresento a Dead Weather.
A banda é (mais) um projeto paralelo de Jack White.
Dessa vez, contudo, ele ataca de baterista, e o pior (ou melhor, afinal) é que o cara é bom. O baixo fica por Jack Lawrence (também baixista do Raconteurs) e a guitarra por Dean Fertita (que não conheço de nenhum outro lugar). Mas os vocais pertencem à ex-The Kills, Alison Mosshart.
Há quem vá ouvir o cd e dizer: ei!, isso é bem mais leve que a Juliette.
É... E não é...
Quer dizer, é um projeto do Jack. Só nós sabemos o quanto ele não é exatamente normal, não? (Dúvidas sobre a exentricidade de Jack White, busquem no Google... Vocês se surpreenderiam). O álbum é o que pode-se considerar como Alternativo. Tanto o Horehound quanto seu sucessor Sea of Cowards (na minha humilde opinião, o melhor entre os dois discos da banda) tem uma sonoridade particularmente sinistra. Como diria um grande amigo meu: quando alguém toca "Jawbreaker" Satanás ri em triunfo. E deve rir, aquele disco é maligno (e eu adoro ele heheh)!

Mas o charme de todas as músicas é dado, de longe, pela Alison. Não que o resto da banda seja descartável; e isso inclusive é tudo o que os caras NÃO são. Já mencionei na postagem sobre o Broken Boy Soldiers (Raconteurs) sobre o talento nato do Lawrence e do White. Mas eu já gostava do Kills um pouco por causa do jeitão da moça. Vejam bem, ela não é exatamente bonita. Mas a voz dessa mulher é de arrepiar os pêlos da nuca quando ela se esforça - e como ela se esforça com a Dead Weather! Ela me lembra muito aquelas Bad Girls morenas dos anos 70 - 80 no jeitão. No Kills nem era tanto porque o lance dela por lá era mais fumado do que nessa banda. Mas vai dizer que nesse clipe ela não é uma Bad Girl cuspida e escarrada:


(Esse clipe não tem quase nada de mais, mas acho ele animal!)
A coisa começa com uma pegada quase sutil, com vocais duplos e talz, engrossa lá pelo refrão e vira um rockão fudidaço. E apesar de curto, acho o solo matador. "Threat Me Like Your Mother" vale o cd inteiro, mas existem outras tão boas quanto ela. Gosto de "No Hassle Night" porque apesar de levemente calma (depois daquela entrada diabólica, claro...) carrega muito do timbre da Alison que mencionei acima. 
Outra no mesmo estilo é "So Far From Your Weapon". Com uma pegada muito pistoleira (juro que já cheguei a imaginar umas doze versões diferentes para um clipe dela e, modéstia a parte, ficariam ótimas as doze) que dá pra imaginar fácil um daqueles bares de faroeste... Nossa, se fosse viajar nessa música o post viria em três volumes... A melhor do cd, pra mim sem dúvidas.

"New Pony" é (mais uma) cover do Bob Dylan. Acho uma música engraçada, apesar da letra toda macabra sobre uma Ponei chamada Lúcifer (???) que quebrou a perna e foi sacrificada com um tiro na cabeça... Nenhum sadismo, mas os backing vocals são hilários (e me remetem inevitavelmente à "Salute Your Solution", em que a voz do Jack regride uns 30 anos hehehe).
Na leva engraçada eu também gosto de "I Cut Like a Buffalo", com uma dupla pegada vocal entre a moça e Jack White, que aliás acontece em quase metade do disco. Destaque pro Fertita no órgão deixando a música com o clima mais bizarro possível. Mas o cara manda muito bem.
Falando do Fertita e dedos mágicos, ele tocar "Will There Be Enough Water?" encerra o cd com um "quase" blues da hora. Tudo bem quer aqui o estrelismo do White pega um pouco pesado e a voz dele aparece mais, mas enfim, irrelevante. A música é fodona e ponto.

Pra destaque do Lawrence eu gostaria de não deixar passar em branco "Rocking Horse":


(Esse riff do baixo de Jack Lawrence e toda a música foi algo que deixei passar em branco da primeira vez em que comentei esse disco. Quando revisei a postagem achei um absurdo não ter falado dela antes...). "Rocking Horse" é a que pra mim melhor representa a banda no clima "tétrico" que tanto venho falado. Fora que a guitarra dela aqui me lembra daquele mesmo clima "pistoleiro" de "So Far From Your Weapon". Muito boa, mesmo!

O cd é bom e capricha em inovações instrumentais. Vale a pena escutar, mas não é nenhum clássico. Eu daria 8 pra ele. Mas daria um 10 fácil pro Sea of Cowards.

"Ah, e por que não falou deste antes então, Senhor Crítico?"

Porque na época em que escrevi a postagem o Sea of Cowards ainda estava em processo de finalização e lançamento e ainda não havia vazado sido lançado à venda. Só um ou dois meses mais tarde me deparei com ele e o comprei. Mas haverá outras oportunidades...
E com essa postagem um tanto curta eu encerro minha leva de vocais femininos por Março.
Em breve espero postar mais sobre moças de personalidade forte e música boa!
Um grande abraço!

segunda-feira, 22 de março de 2010

12 - Four on the Floor - Juliette & The Licks


Quem é essa louca?
A Juliette era (ou ainda é?) atriz. Já foi até uma Sra. Brad Pitt!
Mas no fim, ela é meio despirocada. Lá por 2005 ela se juntou com a Licks e criou seu primeiro disco como cantora amadora/profissional (You're Speaking My Language).
O álbum não foi exatamente um sucesso de vendas (pelo menos aqui no Brasil, já que alcançou a trigésima quinta posição em vendas na terra da Rainha), mas pelo menos a moça entrou pro mercado e conheceu muita gente do ramo.
Uma dessas pessoas, por favor prestem reverência, Mr. Dave Grohl.
E depois da turnê do primeiro disco, a banda ficou sem baterista. Quem vocês acham que ela chamou pra assumir no segundo disco?
=D

Sim, o álbum ficou mais rockão (coisa que não chegou a faltar no primeiro, necessariamente) e chegou até aqui sem eu ter que ouvir de um conhecido de amigo de primo que ela existia. Acordei um belo dia de manhã e a tv exibia este clipe bizarro:


Entende o que eu digo? Louquinha de pedra. Mas costumo gostar de mulheres assim XD
Sem contar que, apesar de estranho o clipe, a música era muito Rock 'n' Roll.
Enfim, comecei a comentar com um pessoal sobre ela e todo mundo curtiu na época (isso foi em quê, 2007?)
Outras músicas ficaram conhecidas e me interessei pelo cd. Depois de escutar deu pra sacar uma coisa. Ela tem rock na veia.
Tudo bem que o álbum soa meio pop no começo. Mas logo na segunda música, a "Hot Kiss", a coisa fica pesada e agradável. Também não é lá esse peeeeeeeeeeeeso, mas pelo menos não é um pop safado. Dando seqüência e tão boa quanto (com um clipe divertido) "Sticky Honey" é legalzinha e rende um sorriso em ouvir. "Killer" é provavelmente a mais agitada do disco. "Bullshit King" não deixa a desejar no peso também.
E sobre o que são as letras? Bem, coisa de muher... Geralmente rock stars mulheres costumam falar de dor de corno femininas de jeito piegas, coisas como "não preciso mais de você, porque sou muito foda agora", ou "vou criticar sua nova namorada porque acho que ela nunca vai ser pra você o que eu fui", ou ainda as pérolas "te amo, mas acho melhor ficarmos afastados e quando der na telha eu te procuro"...
(Alanis Morrissete que o diga...)

Mas mesmo assim, pelo menos a "pegada" da Juliette é diferente e ela faz letras (assim também, mas) de um jeito diferentão, sentindo falta de um cara legal e de umas saídas e cerva. Até de mulher fatal ela paga (e paga bem ;D).
Desnecessário dizer o quanto a bateria de Dave Grohl ajudou no peso do álbum, mas o trabalho ainda foi da moça e ela merece o mérito.
Bem, Março está acabando e provavelmente apenas mais uma grande senhora será comentada até o fim do mês. Mais rock que a Julie.
No fim, elas fazem um bom trabalho mesmo.

Nota do autor: em nenhum momento quis me fazer de machista e nem quí-lo (nossa, nunca achei que usaria esta palavra na vida XD) demonstrar. É tudo brincadeira e no fim não existe homem que viva sem mulher. Se não de uma maneira direta antes, gostaria de parabenizar a todas pelo mês e dizer o quanto amo minha rockstar favorita, a Cássia ;D




Um dia ainda comento o trabalho dela aqui.
Abraços

quinta-feira, 18 de março de 2010

11 - Eye to the Telescope - KT Tunstall


Cara, o que houve com o papo de Rock and Roll e tudo mais?
Porra, vim aqui seco em ouvir falar de coisa pesada e você me tasca mais uma minazinha qualquer com um microfone na mão???
Bom, vamos por partes:
Estamos em Março (mês da mulher, vamos dar uma colher de chá pra elas), senhores, e achei bacana comentar (de uma forma até inconsciente) sobre cantoras das quais gosto.
Outra coisa é que a KT é um pouco mais agitada do que a Sophie (postagem abaixo) nas músicas que faz e pretendo tornar essa leva de postagens uma crescente de "peso" no som.
E para concluir a introdução que fique claro que, nem de longe, elas são simplesmente "minazinhas com um microfone na mão". Todas elas, nas palavras de um grande amigo que já fiz minhas, "ruleiam".
=D

Quem me apresentou a KT foi minha prima. Ela me perguntou se eu conhecia a moça e eu disse que o nome não me era estranho. Ela cantou um pedacinho de uma dessas músicas de novela quaisquer...

"Suddenly I See...
This is where I wanna be..."

Eu olhei pra ela e disse que sim, mas que ela era meio "pop" demais pra mim. Foi então que vi um misto de triunfo e alegria no rosto dela e ela me mostrou esse vídeo:


Quando vi isso pensei em várias coisas, tais como: "cara, ela fez um cover do Jackson 5 sozinha!", "cara, que voz impressionate!", "cara, como ela é 'legal' tocando!" e, claro, "onde acho um cd bom dessa mulher?" XD
A primeira coisa que me impressionou foi de que ela também é uma Lady Band. A diferença entre ela e a simpática moça do Ukulele, contudo, é que ela é uma Alive Lady Band!
É tudo no muque e ao vivo!
Um jogo de pedais, uma exelente noção de tempo, vontade de fazer um som legal e um timbre de voz marcante... Ela é simplesmente muito foda.

Ouvi dois discos inteiros dela (esse e o Accoustic Extravaganza) e gostei de ambos.
Ainda me falta um, mas ando sem nenhum puto no bolso (sem nenhuma referência implícita... ;D) e ele vai esperar por um download ou mais um mês.
Resolvi comentar o ETTT por achar primeiros álbuns reveladores.
Dificilmente uma banda mostra pouco de si num primeiro álbum; do contrário, querem mostrar serviço pra sair por aí e farrear com uma platéia cheia.
O ETTT é um álbum de levada pop. Não há como negar isso. Mas pelo menos é um pop agradável.

Gosto de algumas músicas do cd, todas diferentes entre si.
"Other Side of the World" abre o cd de forma agradável e gosto da letra. A levada de "Under the Weather" me lembra "Wonderwall" do Oasis por um motivo que não consigo explicar. Mas gosto de uma e gostei da outra, de qualquer maneira. "Black Horse and the Cherry Tree" tem a levada mais legal do cd (além de ter sido a segunda que vi a mulher fazer ao vivo sozinha) e é minha preferida. "Stoppin' the Love" é boa também e tem um refrão que me leva direto pra uma praia bonita em um dia de sol com coisas bizarras acontecendo em volta (não me perguntem por que). Diferente e muito boa, "Trough the Dark" é pau-a-pau com "Black Horse and the Cherry Tree", mas em composição é ótima. Além de ser quase um Jazz. Ótima e ponto.

KT tem uma história legal de vida e gosto de ver como ela faz música boa só tendo engatado na coisa com seus vinte e tantos anos.
Chega a ser inspirador até...

terça-feira, 16 de março de 2010

10 - Love. Life. Ukulele - Sophie Madeleine


Seu demagogo! Fidaputa! Cadê os álbuns de rock que disse que ía colocar???
Calma gente.
Em primeiro lugar quero dizer que mais álbuns pesados estão a caminho.
Segundo lugar, quero ressaltar que a música é o que me move. Se me chama atenção, é o que vou colocar aqui.
E a Sophie fez isso. Mesmo que a praia dela não seja Rock.

Sophie Madeleine é uma "Lady Band".
Cria e produz as próprias músicas em casa, com equipamento simples (claro, que garantam um mínimo de qualidade). Uma das minhas frases cotidianas favoritas é: quanto menos, mais.
Quanto mais simples e esforçado, mais bonito fica. Foi essa minha impressão do álbum da moça.
Não conheço bem a história dela, então vou falar como conheci ao invés de dizer bobagem.

Assistia muita MTV ano passado. Numa das passagens de canal, comentaram sobre a moça londrina que escrevia, produzia e desenvolvia em casa seu próprio material.
Ela tocava um instrumento de nome estranho do qual eu nunca tinha ouvido falar (o tal Ukulele - que pra mim, leigo, é só um cavaquinho com som mais legal) e tinha uma voz "bonitinha".
Ouvi o que passou na reportagem, que durou uns vinte segundos, anotei o nome dela e... esqueci onde tinha guardado o papel (porra, sempre faço isso...).
Semanas mais tarde estava estressado e achei o bendito papel sem querer embaixo da zona que é a minha cômoda. Procurei trabalhos dela e relaxei.

O que mais gostei, um cover do Bob Dylan (conheço muito pouco dele  - que sacrilégio! - mas prefiro ela cantando, obrigado):



Gostei porque não tem frescura. É simples e puramente bom.
No Youtube há alguns vídeos dela cantando outras músicas além das que entraram para o disco. Inclusive, quando consegui o álbum havia uma faixa extra com uma música de um dos vídeos que não faz parte do disco original. A tal música é um cover de Ella Fitzgerald e se chama "Goody Goody" (muito boa também).

Ela escreve letras complexas e romantiquinhas e gostei bastante. Me acalmou muito ouvir a voz doce dela por um tempo.
Diferente, contudo, dos vídeos ela usa vários instrumentos no cd (na maioria gravados nas mãos dela); dificilmente com o auxílio de outros músicos. Há algumas exceções, claro. Já na segunda faixa do disco, "I Just Can't Stop Myself (From Wrtiting Songs About You)", ela canta na companhia de outro músico (e me perdoem sinceramente, mas não sei quem é ele). Apesar de um começo meio popzinho e meio "Tinkerbell" demais, a coisa engrena quando a moça começa a cantar. Sublime.

Sem mais delongas, gosto muito da primeira música, "Take Your Love With Me (the Ukulele Song)" por ser só com ela e o instrumento. Na verdade todas as músicas em que ela está somente com um instrumento são excelentes.
Gosto também de "One kiss, Too Many" pela letra (sim, mais uma vez a letra e seu papel decisivo pra eu gostar de música). Apesar de ter citado ali por cima que a Sophie tem um clima romântico nas suas composições, em nenhum momento significa que ela tenha o jeito Hanna Montana de fazê-lo. A mina é muito fodona boa letrista porque escreve sobre sentimentos mais elaborados. Gosto bastante disso.

"The Knitting Song" tem um quê especial pela gaitinha no começo, os assovios e os backing vocals. Acho que é a música mais tranquila do disco todo e provavelmente minha favorita da moça. E apesar de muito bem trabalhada, reforço o quão simples as músicas são. "When New Year Comes Around" também aposta em sons diferentes, já abrindo com uma flauta, xilofone e tudo mais. Parece canção de trilha sonora de filme, na verdade.
Logo depois dela, e completamente em outro clima, "Wave Goodbye" tem um feeling muito particular. Não sei bem o que é, mas essa me deixa bem nostálgico. Quando escuto vôo longe...

"Who Will Buy?" é outra da qual eu gosto, mas ela é uma espécie de mix pra mim entre "Wave Goodbye" (pelo feeling) e "One Kiss, Too Many":



Lamento apenas que a moça não tenha apostado em uma prensagem maior dos discos. Mesmo no Reino Unido, houve apenas uma prensagem muito pequena. Não deu nem tempo de encomendar na Amazon...

Mas enfim, voz doce, ritmo calmo e letras complexas.
Tudo o que quero ouvir pelo menos esta noite.
Escutem a moça, vale a pena.

quarta-feira, 10 de março de 2010

09 - Broken Boy Soldiers - The Raconteurs


Simplesmente gostei de Raconteurs.
Não tive nenhum conflito existencial ou demorei pra prestar atenção nos caras. Desde o dia em que escutei a banda, apreciei cada minuto de música tocada por eles. Sobre a banda, um resumex simples e escrachado:
Depois de encher o saco de tocar com uma mullher que, apesar do talento (inegável, apesar de pouco explorado), toca em bateria infantil e tem voz de menininha, Jack White (grande Jack White) resolveu chamar um bando de marmanjos estranhos e montar uma banda de homem (uma definição extremamente similar de tudo o que eu disse foi exibida pela MTV um tempo atrás, mas me toquei disso apenas agora e estou com preguiça de pensar em algo que não pareça tão "plágio" - e não, não foi).
Assim surgiu o Raconteurs; mais um “supergrupo” entre outros da atualidade. Com a diferença que os outros músicos não eram tão conhecidos quanto o líder do White Stripes.

Como muita gente, conheci a banda através de “Steady as She Goes”:



Não sei exatamente por que gosto dessa música. Mas uma coisa eu digo: por mais estranha que pareça a formação, eu gosto dos caras. Todos ali sabem exatamente seu papel (tá, tudo bem, todos sabemos como o Jack White acaba sendo “estrela” de bandas de que participa) e são todos excelentes instrumentistas. Não que eu seja o entendido da coisa, mas todos os caras ali têm técnica de sobra, sem dúvida. E acho que em “Steady as She Goes” eles já dão mostras de como sabem tocar (e eu acho cômica a vaca do clipe, hehehe).
Na leva mais agitada do cd temos também “Store Bought Bones” que, apesar de utilizar um timbre de guitarra incomum, tem um dos melhores (quiçá o melhor) solos do disco todo. É pura caveirice!

“Broken Boy Soldier” além de ser a música que dá o título ao álbum é uma das músicas mais medonhas que já vi na vida. Aquele clipe então... Tenho uma ex que tem pavor de bonecas; realiza a cara dela quando viu o clipe... Acho boa pra escutar se você fumou alguma coisa maligna e quer pirar longe. Mas só.
Eu gosto de “Level” e todo seu arranjo vocal. Fora aquele riff que dá pra ficar cantarolando o dia todo. Destaque para o baixo do Lawrence aqui. Não sou muito com a cara desse cara e ele dá medo, mas ele toca bem, não tem como negar.

A mais “happy” do disco (na melodia, a letra é meio estranha...), “Yellow Sun” é toda calminha. Violãozinho, voz calma, refrão simples e bateria com direito a rufadas e tudo mais; essa é uma música que dá pra se ouvir tranquilamente. No extremo oposto eu colocaria “Call It a Day”. Também uma das minhas preferidas dos caras, ela já parte pra um tipo de letra de que eu gosto; levemente depressiva, mas de uma complexidade diferente. É de um fim de relacionamento, mas de uma forma bem mais interessante e sem a lambança do “não se vá” que costuma permear esse tipo de letra. Demais.

Lentas, mas de qualidade superior, acho que poucas baladas superam as do Raconteurs. Não só pelas letras bonitas, mas principalmente pela forma como são cantadas/tocadas. Não parece o tipo de música que o cara faz pra parede, manja?
As três baladas são minhas músicas preferidas da banda, disparadas.
Em “Hands” temos uma declaração mais leve, cantada (e escrita) pelo Brendan. Ela é toda feliz e até o clipe dela é de arrastar mulheres para gostar da banda. Vale a pena conferir.

Melhor que ela, “Together” tem uma levada diferente e eu gosto dela também pela letra. Mas esta é uma declaração que me parece um pouco mais “honesta” do que a de “Hands”. Existe uma parte nela que diz “we wrote our names down/ on the sidewalk;/ but the rain came/ and wash them off…/ So we should write’em again on the wet cement,/ so maybe people a long time from now will know what we meant…” (ou “nós escrevemos nossos nomes/ ali na calçada;/ mas veio a chuva/ e os apagou…/ Então deveríamos escrevê-los de novo no cimento molhado/ e talvez as pessoas daqui há algum tempo saberão o que nós significamos...”)... Essa parte é algo que nunca havia visto parecido. É uma coisa que praticamente dá pra ver, de tão simples que é a descrição. Porra, demais.

Mas a que merece o troféu “música baladinha de letra fodona” é essa:



“Blue Veins” é a música que ganhou a banda pra mim. Desde a letra, passando pela melodia e... ah, tudo nessa música é bom! Se eu for falar dela aqui vai ser uma melação só e meu blog não é pra isso. Mas cacete, como ela é boa!

E como Jack White faz boa música apesar de ser meio estranho da cabeça, este foi um projeto paralelo que viveu para o segundo álbum (Consolers of the Lonely), em minha opinião bom, mas não tão simples e refinado como o humilde "Broken Boy Soldiers".
Dou realmente destaque para as músicas cantadas pelo Brendan, porque o timbre do cara é foda (mas retiro isso pra “Salute Your Solution”... Ele e o Jack parecem dois moleques cantando aquela em estúdio hehehehe).

Sendo este um cd calmo e romântico, há quem venha me cobrar por álbuns mais "destruidores" e pesados.
Mas eu mesmo estou no clima Raconteurs de ser hoje (e quase sempre, na verdade).
Então acho que vou escutar ele de novo e pensar na vida.
Abraços!

sábado, 6 de março de 2010

08 - Them Crooked Vultures (simples assim)


Este post pode ficar grande demais (ou não).
Cacete! Como pude cometer o ultraje; o sacrilégio de não falar deles antes?!
Ah, me lembro como se fosse ontem... Estava lá eu olhando tópicos inúteis da comunidade da minha banda preferida (e céus, como as pessoas criam tópicos inúteis hoje em dia - basta colocar um "OFF", "FIXO" ou "ALGUMA MERDA QUALQUER" e pronto; lá vai um Zé Mané criar outro tópico pra nada...) quando vi um em especial: "Projeto Josh, Dave, John" (ou era Homme, Grohl, Jones? Enfim...).
Pensei comigo: cara, o Dave (Grohl) está ficando que nem o Jack (White) de tanta banda que o cidadão tem! Mais uma?

Ah, como eu pagaria o preço mais tarde (nem tão caro assim e ainda paguei sorrindo).
Esqueci do tal projeto e fui vivendo meu conturbado 2009. Eis que, no fim do ano me disseram algo como "ei Thom, viu que o Dave tá tocando com o carinha do Led Zeppelin (essa do "carinha do Led Zeppelin" me gerou revolta momentânea, já que não tem "carinhas" no Led, mas enfim...)?" e eu disse "ah, sim, lá no Wimbley, com o Jimmy Page e o John Paul Jones, né?". A resposta veio na minha cara como uma brisa matutina: CLARO QUE NÃO!
Eles estavam concluindo o tal projeto e batizaram de Them Crooked Vultures.
Entrei na Internet e o que eu vejo?
Todas as músicas disponíveis para download escutar no Youtube.

Agora, na minha humilde opinião... foi uma das melhores "fusões" (ou formações, para não arrepiar os mais puristas) entre bandas desde que me conheço como apreciador de música (e isso contando Audioslave, Avantasia, Little Joy, Poisonblack e Raconteurs!).
Porque o TCV é uma união perfeita do Foo Fighters, do Queens of the Stone Age e do Led Zeppelin.
Tudo bem que sou da opinião de que tudo em que o Josh põe o vocal vira algo quase "só dele". Mas daí entra algo no meio chamado "personalidade instrumental".

"Porra, o que é isso?"

Inventei agora (apesar de crer que haja algo do gênero com outro nome), mas é quando você identifica o instrumentista só de ouvir o cara tocá-lo. Os mais fissurados por música com certeza concordarão comigo que quando você escuta um riff do Jack White, por exemplo, você SABE que é ele quem está tocando. E assim o é com os senhores John Paul Jones e Dave Grohl. Baixo e bateria pra ninguém colocar defeito. Há quem vá me jogar pedras, mas a marca do Josh pra mim é a voz, prontofaleimesmo.
A primeira coisa que vi da banda foi esse vídeo aqui:



A despeito de ser uma música ultra foda, "Mind Eraser, No Chaser".
Se prestar atenção nessa música, vai notar o quanto das três bandas está presente no som. Destaque para o baixo depois daquele solo bizarro. Sério, paguei pau.

Falando no baixo, gostaria de comentar por cima (isso não foi um trocadilho intencional) o quanto achei massa que um tiozão perdidão fodão que nem o John Paul Jones topou tocar com caras como o Dave e o Josh num projeto desses. Geralmente caras do estilão dele fogem ou pra uma carreira solo não lá muito produtiva ou criam seus próprios projetos em que eles são estrelinhas frescas. Já Mr. Jones parece levar numa boa ser parte do trio ali sem ser o manda chuva. Além disso, é massa ver a admiração que os outros dois tem por ele. Porra, ele ainda é O John Paul Jones!

Eu curto ouvir "New Fang", porque acho que a bateria dela é uma das que mais se destaca no disco todo. Não que as outras não sejam tão boas, mas nessa em particular dá pra ouvir o Dave numa boa. Fora aquele final fodão e as viradinhas...
Provavelmente a mais QOTSA do disco junto com "Warsaw or the First Breath You Take After You Give Up" (eia nomezinho...), "Dead End Friends" vem no embalo numa pegada só. Também lá no finalzinho, um solo do fodão pra matar e seguir o disco. "WOTFBYTAYGU" (até a sigla é grande!) e "Dead End Friends" não ficariam deslocadas no Lullabies to Paralyze... Hehehe

Sobre esse disco eu ouvi uma verdade de um dos meus amigos, mas com que só fui concordar depois de algum tempo: não tem riff melhor no disco todo do que em "Elephants". Porra, aquele começo é de foder. Sem contar que a música muda quase toda depois, de um andamento hiper acelerado pra uma coisa até susse. E aqui dá pra ver mais do QOTSA naquele vocal duplo durante a música. Simplesmente bom demais.
"Bandoliers" é minha favorita. Aí você me pergunta: por que? "Existem tantas outras músicas melhores no disco", "nah, fala a verdade, cê paga pau pra todas" ou ainda "pff, essa banda é ruim e você vai gostar logo da pior" (creiam em mim, já escutei tudo isso). Na verdade ela é minha favorita pela letra. Muito boa, mesmo. Quando olhei a letra pela primeira vez fiquei de cara. Vale apena ouvir e aprender a cantar.
Meio fora de realidade e fechando o disco, temos "Spinning in Daffodils". Tenho que s=dizer que aquele começo me dá medo. Aquele teclado é medonho, cara. E os backing vocals nela também são de arrepiar o pêlo do pé. Ela tem um clima meio tenso, mas curto ela pra caramba. E aquele finalzinho é coisa de mestre.

Antes de terminar, queria falar de "No One Loves Me & Neither do I":



Apesar de muito bizarra pra abrir o disco, acho que nenhuma outra teria sido melhor. E tem uma parte pesada nela que é de querer escutar no talo. O baixo e a guita juntos num riff só com a bateria lá no fundo com pratos e nada mais. Achei do caralh@!

Esse ano marcou a volta do QOTSA e o Foo Fighters já entrou em estúdio para gravação do sucessor do Echoes, Silence, Patience and Grace, a ser lançado em 2011. Havia boatos de que este projeto seguiria com um segundo álbum, mas infelizmente não me informei mais a respeito.

Mas seria bom, não?

07 - Strike! Back - The Baseballs



Essa é uma banda sobre qual eu simplesmente não podia deixar de falar aqui.
Definitivamente tendo mudado minha forma de pensar sobre a música da atualidade, esses caras apareceram na minha vida na hora certa.

Bem, não posso dizer que a descobri, mas um dos meus melhores amigos apareceu com um "cara, você precisa ouvir isso!". Tendo em vista o gosto musical dele (que não é ruim, mas é muito diferente do meu) até desconfiei. Mas meu São Elvis Presley!
E você se pergunta: tá bom, o que esses caras tem de diferente? Por que toda essa melação?
Bom, creio que muitos (dos pouquíssimos) leitores presentes se lembrem de como o pop foi atacado nos últimos anos seguidamente por personalidades como Beyoncé, Lady Gaga, Kate Perry, Pussycat Dolls, etc...
Não havia um maldito dia em 2007 em que você ligasse a tv, rádio, pc e ouvisse Rihanna com sua "Umbrella"...
Pois bem. Em 2009 um grupo de caras se conheceu indo fazer um teste pra uma banda de metal. Ao se encontrarem eles bateram o olho em si mesmos e constataram algumas semelhanças. Quer dizer: o cabelo, as roupas, o estilo de falar...
Nem pensaram e saíram fazer música.
E, sim senhoras e senhores, eles são verdadeiros "Midas" da música atual. Por que?
Porque fizeram disso:



Isso:



E muito mais.
Todo o cd é cover. Mas acho que é uma das bandas covers (se não a única) com capacidade inovadora pra lançar um disco sem músicas próprias e realmente ser reconhecida! Todas as músicas possuem uma cara completamente diferente das suas contrapartes originais. E todas em uma levada extremamente Rockabilly!

Tem de tudo no disco: Rihanna, Usher, Kate Perry, Beyoncé, Pussycat Dolls, Maroon 5, Scisor Sisters...
Muito bom e simplesmente envolvente. No Youtube há outras versões de músicas mais recentes (Lady Gaga, Shakira e Britney Spears) e algumas entrevistas (todas muito boas de se ver).

Das músicas do álbum que eu daria destaque eu começo com o cover de "I Don't Feel Like Dancing" da Scisor Sisters. No embalo mais dançante do disco esta música que no original é toda em falsete se torna uma daquelas músicas pra se dançar (dhã) no instante em que se escuta (sério, não tem como escutar uma coisa assim e ficar parado olhando as nuvens ou os carros passando). Do mesmo estilo, "Crazy in Love", de Beyoncé, toma uma cara completamente nova e diferente. Como muitas (se não todas) das faixas do disco, a presença dos dedos estalando pra marcar o tempo é marcante demais. Acho que é uma das coisas que mais acrescenta personalidade ao som dos caras.
A própria "Umbrella" (exaustivamente tocada de noventa maneiras diferentes pela Rihanna e até por outras bandas, das quais se destaca também a Vanilla Sky) tem seu ritmo alterado pra algo em ritmo animado e bom de se ouvir (e sem aquele "ella, ella, ella, ê, ê" da versão original).
De levantar mesmo, mais do que todas, "The Look" nem parece a canção do Roxette. E, assim como a maioria do álbum, deixa no chinelo a versão original. Brilhante, é também a música da qual mais gosto da guitarra. Aquele solo que precede o final e de arrebentar. Muito fodão!

Sem fugir do estilo antigão, mas em ritmo de baladinha temos das melhores versões do disco todo.
"Don't Cha", das Pussycat Dolls (se não me engano, a única em versão ao vivo do disco), se torna uma daquelas músicas todas trabalhadas com orquestra e backing vocals femininos contrastando o vozeirão do trio vocal da banda. "This Love", da autoria de Adam Levigne (Maroon 5), toma mais cara de balada, já que a original apesar de boa tem uma cara "descarada" por assim dizer heheh.
Em "Bleeding Love" o trio vocal excede expectativas e faz uma baladinha digna dos anos 50/60. Todo o instrumental praticamente se resume aos backing vocals ao fundo e dedos estalando. É simples demais, mas é muito boa.
E tranformação também se vê em "Angels", de Robbie Williams. Acho que é uma das com mais feeling que a banda apresenta e simplesmente é destruidora. Por sinal gosto mais do solo de guitarra dela do que do que o de "The Look". É, de novo, simples e bom demais ao mesmo tempo.
"No One" de Alicia Keys não muda muito, mas ainda assim, é diferente de se ouvir uma música dessas cantadas por um cueca (na verdade acho que "Don't Cha" é ainda mais bizarra...) ao invés de uma mulher hehehe.

Acho que o único vacilo da banda foi com "Chasing Cars", da Snow Patrol. Não que a versão dos caras seja ruim, mas é a única do disco da qual eu não gosto mais do que a versão original. Ficou um pouco "diferente DEMAIS".

Em compensação, diferente e original, a minha preferida do disco é essa:



(Apesar disso, eu gosto do clipe do original - não é todo o dia em que você vê noivas com tacos de baseball na mão hehehe)

Infelizmente a divulgação da banda por aqui ainda é pobre, de boca em boca e não há previsão do lançamento da versão nacional do cd.
Por enquanto o máximo que se pode fazer é acompanhar a banda via Youtube, já que periodicamente o grupo lança algo de novo por lá. As versões de "Pokerface" (de Lady Gaga), "No One" (de Alicia Keys), "Chasing Cars" (da Snow Patrol), "Monday Morning" (de Melanie Fiona) e "Jungle Drum" (de Emiliana Torrini) foram adicionadas ao álbum apenas este ano. O disco original, lançado em 2009 contava com 12 faixas apenas, ao contrário deste que connta com as mesmas 12 e as cinco acima num total de 17 músicas.

Valeria cada centavo comprar um disco desses, mas talvez daqui há algum tempo...

E é isso.
Escutem o cd e curtam a viagem que é. Eu diria no mínimo que parado não dá pra ficar.
Abraço