sábado, 18 de dezembro de 2010

38 - Youth and Young Manhood - Kings of Leon (em pratos limpos)


Kings of Leon.
Ultimamente se tornou meio estranho pensar neles. Pelo menos pra mim.
Bom, é mais uma coisa minha mesmo.
A banda não está ruim, mas está completamente diferente do que era quando em 2003 lançaram esse disco aí. Visual, composições, estilo musical, postura de palco, clipes... Tudo mudou.

"Ah, venha você dizer que foi pra pior... Vai pro hospital, seu maníaco".

Nah, calma lá.
Não acho que o som esteja pior. Mas é outra banda, e isso não dá pra negar. Eu conheci os caras bem no meio da transição entre os extremos da banda através de "Charmer" e curti pra caramba. Era uma música meio bizarra, mas eu achei bem original. Fora que aquele grito não é pra qualquer um.
Dei um jeito de escutar o disco e... sei lá... não era bem o que eu esperava. Mas foi então que dei uma ouvida no YAYM e cara... Começando aqui, ó:


(tirando o Jack Black incorporando o vocal, essa versão ficou bem boa; os vídeos originais estão todos bloqueados...)
"Red Morning Light" ganhou a banda pra mim na hora em que apertei o "play" do Media Player. Ali, na introdução mesmo. A maneira de cantar... tudo na música ali estava certo. É rock 'n' roll pra ninguém colocar defeito. Simples e muito bom.
E o disco todo é na mesma levada. Todas músicas com o antigo selo "KOL" de qualidade e identidade únicos que durou até o segundo disco, o Aha Shake Heartbreak. Não dá pra ficar parado escutando o primeiro disco. A música de sequência até nem parece ser tão dançante e boa assim. Mas é só entrar o refrão de "Happy Alone" e cabeças balançam, pés batem, e air guitars enchem o ambiente. Aqui os vocais ainda tem o som rasgadão e tudo mais.

Mais som fodão em "Spiral Staircase" desde as guitarras, passando pela bateria, baixo, vocal e as palmas depois do solo (e que solo!). Uma música dessas é pra levantar multidão. Acho que uma das turnês mais animadas da história foi a primeira, porque com esse disco a multidão deveria ir ao delírio. Só estas três aí já são de enlouquecer. Outra animada é "Joe's Head". Do mesmo jeito que "Happy Alone" não parece ser muita coisa à primeira ouvida, quase não se dá nada pra "Joe's Head". Mas ela é o tipo de música que fica melhor a cada minuto em que o final se aproxima. Mas vale a pena escutar.
"Wasted Time" vem no embalo das duas primeiras e a ponte dela ("Time on me is wasted time" - repetidamente) ficou mais na minha cabeça do que o refrão. Mas só coisa boa aqui também. O verso depois do refrão é pura alucinação, de tão foda que é; fora que o riff da música toda é muito bom.

Não dá pra dizer que o disco tenha baladinhas, mas as músicas lentas são ótimas.
O Calleb dá show nessas músicas lentas pelo vocal completamente largado. É quase um diálogo, mas muito bacana de ouvir. São canções das mais simples do disco. "Trani" é um exemplo. Ele só vai falando a letra ali, na dele, bem devagar, relaxadão... Quase nem dá pra entender o que ele canta. Mas é legal pra ficar numa boa, só naquele ritmo devagar e sem compromisso.
Outra no mesmo estilo é "Dusty", inclusive, uma das minhas preferidas do disco. É mais largada que "Trani" e me traz à cabeça um bar no meio do deserto, num calor do inferno, com um radinho bem simples tocando pra quatro pessoas acabadas em tédio. Mas é boa. Boa pra caramba. E naquele crescente dela dá até pra crer que a música vai mudar; pura enganação. Enganação boa também, ao menos. A música só parece ficar melhor ainda. Sensacional.

Ainda tem a baladinha oculta no fim do disco, depois de "Holy Roller Novocaine". É de transportar qualquer pessoa pro mesmo bar que citei ali em cima, mas agora num clima mais noturno, com o pianista lá atrás, compenetrado na coisa (que imaginação, não?).

Mas coisa boa, acima de tudo, e conhecida por todos, é essa:



Acho que essa foi uma das primeiras músicas que escutei e que assumi como uma das melhores da banda logo de cara. "Molly's Chambers" é completa. Dá pra furar o disco ouvindo ela sem enjoar. É totalmente fodástica.

Mas por que o título do post?
Por que o lance de pratos limpos?
E que dramalhão era aquele lá no começo?

Sei lá. Pode ser que eles tenham simplesmente decidido virar uma banda comercial. Nada contra, principalmente porque eles são uma banda comercial BOA. O problema é que, como já mencionei, nem parece a mesma banda. Fãs das antigas provavelmente não irão ouvir algo como "Molly's Chambers" tão cedo em discos próximos. Cada vez mais, o apelo pop domina os discos.
E de novo, não que o som deles seja ruim, mas não é mais a mesma coisa.

Ainda este ano, a banda lançou seu quinto album, o Come Around Sundown. Eu escutei ele algumas vezes, mas nenhuma música me pareceu exatamente legal. É como se fosse um b-side bem trabalhado com muito dos dois últimos discos. Gostei de uma música em particular, mas mais por ela ter um valor pessoal do que por ela se destacar..

Longe de parar de ouvir a banda, prefiro pensar no KOL como uma banda em constante mudança. Quem sabe um dia desses eles não viram uma outra banda com boas influências e de bom rock 'n' roll como antes?
Só o tempo dirá...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

37 - Franz Ferdinand (e a grande revolução)


Cara, como foi difícil escolher qual dos álbuns postar... A dúvida entre o Selftitle e o You Could Have It So Much Better foi imensa.
Porque sem a menor dúvida, Franz Ferdinand é uma banda DO CARALH@!
Não existe nego na face da Terra em sã consciência que não curta pelo menos uma música deles. Não tem como não gostar dos caras.

A banda inteira despontou numa excelente mistura de autenticidade, dedicação e bons músicos em meados de 2004 (dois anos antes da minha já famosa revolução de 2006, na qual me livrei da fera devoradora de mentes que era o metal e passei a escutar os outros bons tipos de música mundo afora) e foi de uma forma esmagadora que vieram pra ficar.

Diferentemente do que costumo fazer com outras postagens, deixarei a música através da qual conheci a banda lá para o final (pela razão compreensível de que também é minha música favorita do disco).
Ao invés disso, vou previamente colocar aqui de cara uma das músicas mais fodas do disco e com um dos clipes mais virados na maconha que já vi na vida:



O clipe de "This Fire" é provavelmente um dos mais bizarro que já vi na vida. Coisa de psicopata mesmo. A galera gritando; os quatro com as caras mais maníacas do universo mandando cartas pro mundo inteiro; o clipe todo... Fora que aquele vídeo em conjunto com a letra (que parece ser uma hipnose em andamento) deve conter horas de mensagens subliminares. Simplesmente demais.

Os caras do Franz tem um estilo próprio de fazer música que fez com que despontassem em absoluto quando lançaram o selftitle. Junto com a Arctic Monkeys, Raconteurs e Fratellis (há outras bandas boas no meio do caminho, mas as que mais me marcaram quando surgiram na época forma certamente essas), a banda conquistou seu espaço entre as boas bandas que apareceram na virada "pós Strokes".

Abrindo o cd de modo espetacular temos "Jacqueline". Logo de cara, uma demonstração do que é um raro vocal (não tem outra palavra) bonito. Na boa, o timbre de voz do Kapranos é de deixar uma galera na inveja. Além de grave, é um timbre limpo. Aquela introduçãozinha antes da banda entrar inteira na música é de arrebentar. E quando a banda entra então... Já é paulada na cara com refrão, riff e tudo mais.
Num estilo parecido, a quarta música faz um bom serviço. "The Dark of the Matinée" tem o segundo riff mais pegajoso e fodão do disco (perde só pra minha música preferida, deixada para o fim do post). É uma música boa de ouvir e o tecladinho no fundo dá toda uma peculiaridade no som.

De letra duvidosa, mas com uma melodia extremamente envolvente temos "Michael". Não sei se há alguma história por trás da letra ou da música, mas enfim... essa é outra altamente recomendável para se ouvir no talo. Na verdade, todo o primeiro e segundo disco são altamente recomendáveis em alturas absurdamente elevadas em qualquer fone de ouvido. "Michael" também tem um riff interessante e um baixo bem forte (não que as linhas de baixo sejam lá muito elaboradas, como um amigo meu - e colega de banda - comentou outro dia; é interessante, contudo, ver como mesmo a linha simples faz das músicas da banda o que elas são).
É com uma boa levada de baixo, porém, que começa "Cheating on You". Aqui a banda aposta em uma letra simplificada e em instrumental pesado. Destaque aqui para Paul Thomson e sua bateria mais do que frenética. Espetacular.

"Come on Home" foi a segunda música que escutei da banda. Na verdade o solo dela. Não lembro nem onde, nem quando, mas gostei pra caramba. Quando comprei o cd (e aqui uma felicidade imensa, porque encontrei os dois primeiros discos por 10 mangos cada, novos e o YCHISMB com direito a DVD e tudo! hehehe) e fui bisbilhotar as letras, essa foi uma das que mais me chamou a atenção. Rende uma balada das boas, mas falando de coisas mais complexas do que saudade pura. Vou longe com ela.
Logo depois dessa e fechando o disco, temos "40'". Ela é meio estranha no começo e parece trilha de desenho, ou jogo do Sonic ou algo no estilo. Mas depois é só acrescentar voz e pronto: tasca aí mais uma excelente música pra enfiar ouvido adentro!

E pra encerrar o post não por ser piegas, mas principalmente por ser um sucesso absoluto, meu primeiro contato com a banda foi através desta música e clipe:



"Take Me Out" é tão foda, mas tão foda, que até hoje faz sucesso. Falo isso porque toco ela em shows com minha modesta banda e se tem um momento em que as pessoas vão ao delírio (a despeito de todo um vasto repertório da banda) é quando tocamos "Take Me Out". A música é perfeita, não tem o que tirar nem pôr. Desde aquela introduçãozinha passando devagar ao riff principal, e chegando nos intervalos aonde dá vontade de gritar mais alto que o Kapranos aquele "TAKE ME OUT!!!"... sem comentários, a melhor do disco e ponto. Se tivesse falado dela lá no começo, acho que não teria nem tido criatividade pra acabar o post e ficaria escutando ela pra sempre hehehe.

Talvez você amigo tenha notado que não fiz referências ao Tonight por aqui. Não acho ele um disco ruim. Sendo franco, acho que só houve experimentação DEMAIS no som. Ficou diferente do que eram as outras músicas e longe de achar isso algo que diminui o trabalho da banda, a questão é que apenas não me acostumei ainda com como este útlimo disco soa (mas tenho que dizer que aquele finalzinho de "What She Came For" é de cair o c# da bunda de tão fodão!).

A banda atualmente anda em ritmo de shows secretos pela Europa e boatos longínquos de fontes não seguras arriscam em um 4º disco para o fim do ano que vem. Verdade ou não, eu sem dúvida estarei com minha grana a postos quando ele for lançado. Porque qualquer coisa desses caras eu escuto sem medo nenhum. Música (orgasmaticamente foda) para os ouvidos.
Fui.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

36 - Costello Music - The Fratellis


Seguindo as postagens eu lhes apresento uma banda em recesso indeterminado que me apareceu do nada nos meus dias.
Foi na televisão o lugar em que eu ouvi falar desses caras pela primeira vez.
Acordei com uma música estranha, e eu não digo que foi bem a música que me atraiu...



(Tudo fica bem com Casey Batchelor no meio, hehehe)
Mas enfim, a música eu achei meio paradinha, pra ser bem honesto. Mas a propaganda da banda pela emissora era boa. Fazia referências boas ao som do trio da Escócia com nome de banda italiana.
Em minha infinita curiosidade, fui buscar mais a respeito (em meados de 2007, antes que as pedras e paus comecem a voar) e ao escutar o Costello Music meu respeito pela banda aumentou consideravelmente. Até porque na altura em que eu consegui dar um jeito de escutar o disco e depois comprá-lo em uma loja, os caras já haviam feito mais dois clipes e dentre eles estava o de "Chelsea Dagger".

"Chelsea Dagger" é aquele tipo de música pra tocar em um bar cheio de gente que conheça a música, com muita cerveja, abraçados em uma corrente humana, pulando e cantando aquele "parara parara pararararara" até o infinito. É simplesmente demais (e o clipe... aiai...).
E também é o exemplo do que um trio tem de fazer quando o assunto é música. Jon, Barry e Mince mostram serviço total durante as (infelizmente) curtas 13 músicas da banda. Cada música tem a marca "Fratellis" de ser. É o tipo de música que você sabe quem está tocando só de ouvir a primeira nota da música. Demais, demais!

Na linha do "cante com o bar você também!" está "Baby Fratelli". Aquele "All riiiiight!!! She was sucking fingers all niiiiiiight!!!" é de encher o pulmão de alegria. Fora que ela tem um riff dos mais maneiros (putz, maneiro é gíria de tio...) do disco. Ainda numa animação destruidora, não dá pra não mencionar "Henrietta" abrindo o disco. Sem dúvida, assim como muitas bandas decentes, a Fratellis escolheu a música certa pra inaugurar o primeiro disco. "Henrietta" tem uma levada boa o suficiente pra levantar qualquer um de um estado de morbidez e levá-lo (a) à loucura. No volume certo, até o mais autista chacoalharia a cabeça com ela!

Seguindo o mesmo estilo da marca da banda, "For the Girl" tem uma pegada até levemente cômica. É cheia de ruídos estranhos e "qua qua quás". Mas gosto bastante dela e as palmas no fundo ajudam com um ritmo gostoso de ouvir e que não enjoa.
Falando de palmas, elas aparecem a rodo em "Creepin Up the Backstairs". Aqui além delas e do estilo particular da banda, eu gostaria de ressaltar o quanto o Mince é um baterista fenomenal... Cara, ele desossa naquela bateria sem dó. Animalesco ouvir as quebradas, viradas e batidas do cidadão!
Muito das músicas é o que é por causa dele.
Falo mesmo.
Fechando as que eu gosto nesse estilo mais animadão tem também "Got Ma Nuts from a Hippy". Ela começa meio susse; aquele estilo de música que faz você ficar só batendo o pé no começo, mas que depois apavora e arrepia cada pelo do corpo. Fora que aquele solo é tudo de bom.

"Acabou já?"

Não.
Antes de terminar o post ainda tem três músicas que marcam definitivamente o Costello Music pra mim. Se eu não falasse delas eu não dormiria tranquilo (blablabla...).
A primeira é "Ole Black 'N' Blue Eyes". Ela é toda sossegadinha e também tem um solo simples, mas completo. É aquele tipo de música que fica na cabeça, mas sem ser um grude chato.
A segunda é "Doginabag" que começa num ritmo que foge um pouco do estilo do disco. Ela tem um quê de blues que é bom de ouvir. Aqui o show fica por conta do Jon e do Barry numa parceria das boas entre baixo e guitarra. Fora que o vocal rasgado do Jon dá um toque todo fodão pra música.

Mas a minha favorita do disco (sim, uma baladinha) é sem dúvida "Whistle for the Choir":



Sério, desde o clipe, passando pela letra, passando pela melodia, passando por tudo... "Whistle for the Choir" é jogada de mestre. Tem até solo de assovio! Aqui o Barry assume a guitarra e o Jon o violão. E longe de tornar a coisa objeto de fanatismo, mas das baladinhas recentes das bandas da época eu tenho certeza de que esta foi sem nenhuma dúvida a melhor de todas.

"Mas e aí, que papo é esse de recesso? Justo agora que estava gostando da coisa!?"

É, pois é, foi a mesma coisa que me perguntei logo depois de eles terem lançado o Here We Stand um ano depois. Estava afinzaço de escutar coisa nova da banda e o segundo disco não atendeu muitas das minhas expectativas. Não que seja um disco ruim, mas achei particularmente inferior ao trato dado ao primeiro trabalho. Pra completar a banda entrou no já famoso "recesso por tempo indeterminado". Ao consultar o site da banda, há apenas uma pequena lista de shows solos do vocal e guitarrista Jon Fratelli em alguns raros eventos. Não há datas de novos singles ou gravações.

Resta saber se um dia eles voltarão a encher mp3's (qual o plural de mp3?) mundo afora ou se esta será mais uma excelente banda com fim triste para a porrada de fãs que eles têm.
Abração

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

35 - Howl - Black Rebel Motorcycle Club


Finalmente! Depois de algum tempo eu consegui voltar a colocar algo aqui.
A demora foi por causa dessa banda aí.

Bom, tudo começou comigo imerso em um tédio infernal. Estava em casa há alguns finais de semana buscando bandas novas sobre as quais pudesse falar e não queria falar de nenhuma que eu já conhecesse. Queria algo novo, que me surpreendesse e me deixasse com vontade de escutar coisa boa por dias.
Nessa época acabei topando com a Fistful of Mercy (que rendeu a postagem passada), banda que salvou minhas semanas enchendo meu mp4 de música boa.
Mas o trem não pode parar e comecei a ficar agoniado novamente. O trio só tinha 9 músicas - de qualidade, mas ainda assim, apenas nove - e eu precisava de mais (que papo de viciado hehehe).
Foi então que meu amigo me sugeriu esta banda de nome enorme: Black Rebel Motorcycle Club. Nunca havia ouvido falar e pedi uma sugestão de melhor disco dos caras. Ele me apontou o Howl.

Bem, eu até agora escutei 4 dos discos da banda. Todos os discos são excelentes. Em cada um deles a banda renova um pouco de leve a forma de fazer música, mas não perde a essência. Os caras são um trio hiper fodão. Hayes e Levon (guitarra e baixo, respectivamente) dividem os vocais em quase todas as músicas enquanto o Shapiro, na bateria, direciona a percussão com seus diversos efeitos.
A despeito de qualquer coisa, a primeira que ouvi dos caras não foi do Howl:



Essa música pertence ao primeiro disco da banda, o selftitle B.R.M.C. Foi a primeira música que escutei por acaso, já que foi a primeira que apareceu quando realizei a busca no Youtube pelo material da banda enquanto estava... hã... esperando pra ouvir o Howl.
Mas só esse vídeo já dá uma idéia boa do que os caras são capazes.

Quando coloquei o Howl pra tocar, a primeira coisa que me chamou a atenção foi a frase de abertura do disco: "Time won't save our souls".
"Shuffle Your Feet" abre o disco com essa frase e foi por isso que gostei dela logo de cara. Eu costumo dizer essa frase ("O tempo não salva ninguém" - ali no caso é "O tempo não salvará nossas almas", mas a idéia é a mesma) constantemente. Fiquei particularmente feliz com a levada dela.
O estilo musical do Howl em particular tende a uma espécie de "garage blues" (lembrando que nome de estilo musical é uma coisa que se inventa muito hoje em dia hehehe). Esse disco em particular me pareceu o mais triste de todos e o mais "lento" também. As letras tem uma melancolia distinta e as melodias uma sensibilidade sutil, sem perder a qualidade sonora. Parece um álbum que fala de arrependimento, consequência, nostalgia e solidão.

Exemplo de música assim é "Devil's Waitin'". Extremamente simples e praticamente voz e violão, a música envolve pela melodia triste e letra caprichada. Não que os caras sejam mestres da composição, mas as letras são de encher os ouvidos.
Eles cantam sobre muita coisa diferente.
Aliás, eles cantam.

Tanto Hayes quanto Levon assumem os vocais das músicas. Ambos tem timbres extremamente similares, mas a sutil diferença é o que traz o charme para a banda.
Na levada lenta ainda há "Fault Line". Gosto bastante dela porque a letra lembra (e influenciou) muito a maneira como escrevo meu outro blog e outras coisas. É uma espécie de nostalgia vaga, rica em detalhes e tudo mais. Sem contar que uma gaita bem tocada sempre me prende a uma música.
Em "Weight of the World" mais letras envolventes. Essa me parece falar um pouco mais de solidão de uma forma não piegas. Destaque para a frase do "B" da música: "The time will change; still the world remains the same" ("O tempo vai passar; mesmo o mundo continuando o mesmo" - tradução não literal).
A música que dá nome ao disco tem uma levada que é meio diferente do disco. O teclado no fundo dá um ar tétrico, enquanto a melodia e suave dá um contraste bem bacana. Não sei bem o que pensar de "Howl", além de ela ser uma música bizarramente legal hehehe...

Do lado menos lento do disco temos coisas realmente boas também.
"Promise" é a marca maior da influência do blues no disco. Aquele piano é digno de tudo no mundo. A levadinha lenta da música é suave e sem exageros. Pra escutar de olho fechado e viajar dentro de um bar.

Lembra do que falei sobre gaita bem tocada? Pois é, em "Complicated Situation" os caras abrem a música com ela e depois se empolgam em um ritmo tranquilo e, ao mesmo tempo, rápido. A despeito disso, ainda assim a gaita é a marca da música e só não é minha preferida porque...
Bem, eu curto quase o álbum todo e se fosse falar de todas as músicas o post sairia longo demais. Entre as que eu mais gosto (e não incluindo aqui as que já mencionei como "Weight of the World", por exemplo) estão "Sympathetic Noose", que parece ter sido uma música escrita pra mim (ah, vá; todo mundo já achou isso alguma vez na vida) e que tem um riff bem simples e marcante; e essa:



Como muitas outras músicas sobre as quais já argumentei, "Ain't No Easy Way" é o tipo de música da qual eu gosto e não faço a mínima idéia do por quê.
Tudo bem que ela é uma boa música, tem uma levada legal e tem bastante de blues também, mas o gosto por ela é meio anormal. Na verdade só falei do Howl porque ela estava perdida no meio. Acho que no fim ela resume bem tudo o que eu falei sobre o disco e de quebra tem uma levada um pouco mais animada que lembra os outros discos da banda.
Eu gosto do disco todo, mas não quero encher liguiça sobre as músicas que não postei. Gosto muito delas e se fosse ressaltar mais alguma eu certamente falaria de "The Line", que fecha o cd de forma espetacular e com direito a uma música bônus remendada. Demais.

"Tá, cara, mas e agora?"

Bom, agora fica a dica: se estiver buscando um disco cheio dessas qualidades do Howl escute-o e com certeza você terá boas horas de entretenimento.
Se curtir uma levada mais pesada eu recomendo fortemente outros dois discos da banda que são o selftitle B.R.M.C. e o Baby 81. Toda a discografia vale uma conferida, exceto talvez pelo estranho The Effects of 333 que me pareceu só barulho hehehehe.

Os discos são caros e a divulgação ainda é pobre.
Se realmente gostar do disco, espalhe pra quem quiser e escutem as músicas até estourar os tímpanos. Se permitam viajar com os caras e não haverá arrependimento.
Abraços e até a próxima.