sábado, 30 de abril de 2011

45 - A Rush of Blood to the Head - Coldplay



Como muita gente que lê o blog (ou talvez nem tanta gente assim por enquanto hehehe) deve imaginar devido ao que escrevi em postagens anteriores, eu não curtia Coldplay. Aliás, detestava.

Lembram-se na postagem sobre o In Your Honor, da Foo Fighters, sobre eu ter falado sobre minha primeira namorada ter me apresentado a banda? A realidade é que ela me apresentou a toneladas de bandas. Toneladas de bandas que na época me faziam rir da cara dela e perguntar coisas no estilo “que porcaria é essa?”, “sério, isso é música pra você?” ou “putz, você tem um problema com música, não?”.

Sim, eu era muito babaca.
Demais.
Muito mesmo. Se eu voltasse ao passado eu me daria mais do que só uma surra, eu me espancaria até criar vergonha na cara.

Até porque hoje em dia minha banda favorita é uma das que ela tão gentilmente me apresentou, junto com muitas outras tais como U2, Nickelback, Pearl Jam, Blur, Red Hot Chili Peppers, The Offspring... e mais algumas. Mas na época a favorita dela era a Coldplay.

E vamos e convenhamos que Coldplay não é (e nunca foi) uma banda de rock ‘n’ roll. Os caras são pop na veia. Mas pop bom. Bom pra cacete.
Mas eu não acreditava nisso na época. Já disse que era um asno musical e que qualquer coisa que não fosse uma das seis ou sete bandas de Heavy Metal que eu escutava era automaticamente tratada por mim como lixo.

Ela me mostrou algumas músicas dos dois discos que os caras tinham na época e eu dei risada. Anos mais tarde, quando a grande revolução musical de 2006 desfez a Maldição do Asno Metaleiro de Merda e me fez ver que existe coisa excelente além daquelas bandas das quais eu gostava (e como disse, gosto até hoje), eu fui atrás de muitas bandas. Uma delas, ironicamente ou não, foi a Coldplay.

Pra mim, assim como pra muita gente, música é clima. E Coldplay é uma música de climas pesados. Não necessariamente negativos, mas pesados. E este disco, é o melhor deles. Gosto muito do Parachutes e Viva La Vida é fodão, mas nada supera esse. Da época em que minha ex (onde quer que esteja) me gravou um cd, a primeira música que escutei dos caras foi desse disco:



“In My Place” é a segunda faixa do álbum e é demais. A banda toda compõe e as letras são... São demais. Sem brincadeira, Chris Martin e companhia fazem um trabalho genial com elas. São lindas. Escutar um disco deles é como escutar poesia musicada. Gosto demais quando letras parecem uma “conversa musical”, e os caras escrevem exatamente assim. “In My Place” é uma das minhas favoritas e gosto dela por todo o feeling, riff simples e porque a banda simplesmente toca. E ponto.

Outra que me agrada demais é “Clocks”. O piano, assim como em praticamente todo o trabalho da banda, marca uma presença colossal. Ela é uma música com um clima meio tenso (mesmo com a Rythms Del Mundo tendo tentado fazer um pouco diferente), mas ao mesmo tempo acho que ela faz qualquer um dar uma viajada. O cd inteiro é bom pra isso.
Mas voltando naquele lance de que falei sobre “conversa musical”, “Warning Sign” é (me perdoem) do car@#&$! Meu, o que é aquilo? Falar de Coldplay aqui talvez vá se tornar repetitivo, porque na boa, o que esses caras fazem de melhor são as letras. É sério, quando escuto aquele “And the truth is... I miss you... “ chega a me arrepiar. Perfeita.

Em “Politik” abrindo o disco acho que dá pra ter uma geral do que é a banda nesse disco. Tem um pouco de tudo ali, apesar de não achar a letra tãããããão complexa quanto as outras, mas o refrão é o que mais marca na cabeça (depois do de “Warning Sign”, claro). Outra que resume bem o que falei até agora é a da outra ponta do disco, “Amsterdam”. Ela tem lá seu início macabro, mas quando entram ali piano, voz e backing vocals, meus amigos... a coisa é bonita de se ouvir. A banda toda vai entrando aos poucos ali e ela encerra o disco como uma obra de arte mesmo.

O que eu não falei até agora são das músicas com o violão. A primeira a dar as caras é “God Put a Smile Upon Your Face” e ela é muito massa. Tudo bem que ela só tem o fundo do violão, mas ela começa só com ele e depois a guita dá sua excelente contribuição. A bateria entra ali só pra dar um embalo bom e no fim a música fica até “balançável” hehehe.
“Green Eyes”, bem... entra naquela onda de bater papo enquanto canta e parece ter sido uma música feita pra uma mulher (hey, lembrem, eu não faço lá muita pesquisa e qualquer dos meus comentários que pareça ingênuo É ingênuo de fato). Ela é provavelmente a mais simples do disco, mas com uma levada tranquilaça.
Mas a melhor dessas, de todas, é a que dá o título do álbum. “A Rush of Blood to the Head” tem o riff mais fim de filme de todas. Assim como descrevi “Bells of Freedom”, do Bon Jovi, esta é uma música que, se não está no final de nenhum filme, deveria estar. Eu consigo até imaginar como ficaria, mas nem descrevo. Posso acabar me desvirtuando demais do post.

Por fim, há mais duas músicas que me chamam realmente a atenção.
A primeira é “A Whisper”. Digamos que ela tenha um certo “peso moderado”. A composição não é exatamente no estilo das outras (e nem a harmonia, nem a melodia, nem nada). Até por ser uma música em um outro ritmo ela pareceria deslocada no disco, mas não de forma ruim. Ao vivo ela é realmente incrível e se não fosse a próxima da lista ser a minha preferida, eu colocaria o vídeo dela aqui.
Mas não tem nenhuma comparável à “The Scientist”:



Eu tenho sérios problemas com essa. É minha favorita da banda inteira. Mas evito escutar. A letra mexe comigo demais (e com mais um monte de gente, imagino). Mas escutar ela é obrigatório pra qualquer um que queira saber como é o disco todo. Se você leu o post, quer escutar uma música só pra conhecer, então pegue esta. Leia a letra, veja o vídeo e escute só ela durante todos os 5 minutos e 9 segundos que ela tem. Juro; poucas músicas no mundo tem uma profundidade tão foda quanto essa.

E o que é da banda? Eu não sei direito. Não sou exatamente um fã, apesar de ter os discos e escutar com uma certa freqüência. Eles com certeza exploraram ao máximo tudo o que o Viva La Vida trouxe. Lançaram EP’s e shows e o escambau e pra quem é como eu e gosta de ter tudo fica difícil comprar. Fizeram um show lindo ano passado e no fim das contas devem estar se empenhando ainda mais.

Longe de rumores de que a banda acabe (apesar de a formação ter sofrido uma ou duas modificações), Coldplay é o tipo de coisa que se deve escutar de quando em quando. Dar uma aliviada. Desabafada.
Eu preciso.
Vou ouvir mais algumas vezes.
Até mais, pessoal.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

44 - Growing Pains - Dinosaur Pile-Up


Musicalmente uma das coisas mais fodásticas que aconteceu na minha vida foi ter o prazer (ainda extendido até agora) de ter conhecido e poder ainda estar tocando na mesma banda em que meus amigos Lex e Rafinha (vulgo Felipe, ou o contrário hehehe). E dos dois, mais do que bons momentos num palco ou estúdio, posso dizer que nos ajudamos muito um fazendo os outros conhecerem um pouco mais de seu próprio gosto musical (meio confuso, mas eu explico).

É sempre legal quando outras pessoas conhecem e gostam da mesma banda e/ ou estilo musical que a gente, não?
Pois é, com esses dois (e com meu amigo Adam também) creio que meus horizontes musicais se ampliaram consideravelmente. Mas independente de tudo, certamente aquele que conhece as bandas mais bizarras, estranhas e escondidas em cidades escondidas de países escondidos é o Rafinha. Sério, o moleque conhece tanta banda que, quando conhecemos alguma de que ele nunca ouviu falar nós até comemoramos! Hehehehe

Pois foi justamente o Rafinha em um ensaio que me disse: "cara, você tem que escutar Dinosaur Pile-Up!". Estava lá eu pensando nessas bandas de hoje em dia com nomes grandes (como se Red Apple Cigs fosse um nome curto...) e fui atrás da tal banda "do dinossauro" (forma que usei pra guardar o nome estranho).

E foi assim que esse power trio apareceu na minha vida.
Os caras tocam pra car@#$%! Sério, é pancada pura na veia. O som deles me parece ser uma combinação excelente de Foo Fighters, Blur e Weezer, mas é apenas o que há de melhor em cada uma das três.
Saca só:



Já fugindo dos meus posts normais, quero começar esse com minha favorita. Tudo bem que o clipe é estranhão (de fumado, não de ruim), mas o som é demais! "Mona Lisa" deveria abrir o album, porque ela apavora! E os caras aqui fazem valer o que eu disse sobre power trios. Me lembro que quando fui no "concurso de bandas" anual da minha cidade ano passado um trio tocou. Mas era leve, bobo... meio chato até. Um dos vocalistas de uma outra banda então disse: "Cara, quando você está num trio e toca Rock, você tem que no mínimo desmontar o palco, de tão intenso que tem que ser o show."
Certo que o som da Dinosaur Pile-Up faz jus ao que esse cara disse, porque eles desossam!

Eu disse que "Mona Lisa" poderia abrir o disco, mas "Birds & Planes" desempenha bem o papel. Ela começa no veneno já, sem frescura e com guitarras, bateria, baixo e vocais no volume ideal pra ninguém achar defeito. Aliás, não sei do que gosto mais: se de quando a banda inteira toca ou quando o vocal para e o instrumental corre solto. É tudo fodão na maneira como eles tocam. Ver o batera dá vontade de aprender a tocar bateria; o cara é um gênio.
Quer ver a influência das bandas que eu falei? Se não notou nada em "Birds & Planes" espera só mais um pouco, porque "Barce Loner" é a mistura perfeita entre instrumental de Foo Fighters com vocal estilo Damon Albarn e um peso de guitas que só o Weezer pode expressar, ou talvez a Hives.
Uma que aposta nesse estilo pesadinho de guitas é "Traynor". Ela é uma que não passa despercebida por nada no mundo. O riff tem uma coisa simplesmente "legal pra cacete" que faz com que sua cabeça, movida por puro impulso, comece a balançar em um ritmo frenético. Fora que aquele final é totalmente inspirador! Foda.

Acho que uma das mais bem trabalhadas do disco é "Love to Hate Me". É uma música que muda bastante, porque começa toda fodona no embalo dessas três aí de cima e no refrão ela fica um pouco mais leve, bonitinha e style. Depois a música corre solta e explode amps e caixas e pratos, mas nada drástico e nada mal feito. Tudo no capricho. A parte em que o Matt canta sozinho ali baixinho e vai crescendo é muito massa. No começo dá até pra pensar que deu pau em alguma coisa, mas daí a banda entra e a coisa fica boa de novo.
Acho que a preferida do Rafinha é "Never that Together", hehehe; toda (TODA) a vez em que falamos na banda lá vai ele tocar o riff com um sorrisão hehehe. Na real, sendo ele O Rafinha, é possível (e totalmente provável) que ele saiba tocar todas, mas é essa que ele sempre puxa. A hora em que pegar a letra eu acompanho o guri. "Never that Together" é uma música que me lembra o estilo puramente "feliz" de "Big Me", da Foo Fighters. Não que eu imagine comerciais de Mentos, mas é uma música pra se ouvir sorrindo =D

(Putz, fazer o post escutando "Mona Lisa" me desconcentra; ela é foda e não consigo me focar nas outras heheh)

No mesmo clima "happy forever", "Maybe It's You" aparece toda folgadinha e simples. Claro, que depois ela entra no clima pesadão do disco (porque os caras parecem - mas só parecem - não saber soar diferentes). O refrão dela me lembra algo da "Barce Loner". E aqui backing vocals apavorando também. Pra lá e pra cá os caras das cordas mandando ver na melodiazinha mais relax do disco.
Antes de gostar do cd inteiro, a música que me deixava mais animadão era "Hey Man (Home You Ruin)". O refrão dela é a coisa mais legal do universo heheheh. Sério mesmo, eu escuto a música e quando ela chega no refrão eu abro um sorrisão gigante sem nem saber o por quê. Acho que ela é a mais Blur do disco todo, e o solinho até me lembra um pouco de "Coffee and TV". Muito bacana de escutar. E ela acaba no jeitão mais largado o possível também, com o Matt quase dando um gemido de gente que acaba de acordar.

Já dizia o Sagrado Mandamento dos Pseudoadimiradores de Música: "Terás uma baladinha". A do DPU é "Hey You" (tenho a impressão de que os caras adoram esse "hey"; ele está em todos os lugares). Ela é uma música realmente triste e realmente lenta. A letra é simples, mas muito bem escrita e dá pra escutar ela fácil fácil numa deprê... Mas a alteração na forma como a banda toca é gritante. Já disse antes e repito: banda que é banda só mostra o que sabe fazer com uma baladinha. É ali que você vê se os caras prestam de verdade ou não. Falem o que quiserem, essa é minha opinião, tenho ela e não abro (Thomas, o saco de batatas inflexível da montanha).
Depois dessa, "All Around the World" fecha o disco pesadão como tem que ser, mas sem faltar o estilo da banda toda ali bem misturado e altos gritos por toda a música. Não parece realmente música de fim do disco, mas acho que marca bem a simplicidade da banda toda. Apostando em simplicidade também é o que fizeram com o clipe de "My Rock and Roll":



Só mostrando os caras em estúdios, shows e tudo mais, o clipe ficou simples, mas bem condizente com a letra toda. A música é rockão pra escutar no talo com fones com isolamento acústico embaixo de cobertas dentro de um estúdio construído num porão de uma cidade submersa!

Aliás, o disco todo é assim. Ele merece o selo "Aaawesome Duuuuuude" de qualidade. É aquele tipo de cd que é de uma banda que brota do além. Você escuta não dando moral nenhuma e acaba escrevendo sobre os caras em um blog qualquer perdido por aí.
Sobre a banda, bem não sei muito mais do que escrevi aqui. Não há datas sobre eles para nada que envolva terras brasileiras: nem shows, nem cds, nem camisetas, nem fãs histéricos gritando o nome deles por aí (se bem que nenhuma banda precisa de fãs assim). O que eu sei é que os caras estão ralando na estrada pra conseguir mostrar o som deles por aí.
A divulgação é pouquíssima, mas com sua ajuda é fácil trazer eles pra cá.

Eu ía zoar, mas falando sério, é a divulgação que faz bandas crescerem. Lembram que postei ano passado sobre a The Baseballs? Que não havia nem chance sonhando dos caras terem uma versão nacional do cd? Pois bem, tal versão foi lançada no fim do ano passado e eu fiquei mais feliz que o Lemmy com um machado no show da Cine. Mas isso foi porque os fãs foram divulgando, divulgando e divulgando mais ainda, até finalmente reconhecerem que lançar uma edição nacional do disco era jogo.

Então se gostaram da banda, falem pras suas mães, pais, avós, amigos, vítimas... Vale a pena.
Bandas em fase de crescimento gostam.
Abraços.

sábado, 16 de abril de 2011

43 - Wasting Light - Foo Fighters


Hey, alguém lembra aí de 2008/ 2009?
Pois é, naquele tempo houve um rumor terrível.
Um rumor de que minha banda favorita (depois de tirar o posto dos Strokes), iria entrar em um recesso temporário.
Rumores corriam, inclusive, de que esse "temporário" seria por uns 10 anos e que o sr. Dave Grohl nunca havia se sentido tão bem desde que havia integrado o ultra trio Them Crooked Vultures e que lá ficaria pela eternidade com sua bateria, seu Josh Homme, seu John Paul Jones e seus frenéticos berros de FRESH POOOOOTS!!!

Ah, como eu gosto das voltas do mundo, da boa música e do Dave.
Sem ele não haveria como eu ter estado mais feliz nos últimos meses.
Por que?
PORQUE A FOO FIGHTERS VOLTOU!!!

Não que tivessem realmente parado, mas realmente me assustei quando aquele rumor de "recesso" surgiu. Até 2007 eu defendia com unhas e dentes os Strokes como minha banda favorita. E já expliquei em posts anteriores (sobre o In Your Honor e sobre o First Impressions of Earth) o que me fez mudar de idéia e assumir uma postura mais fã da FF. Eles são de fato uma banda melhor (e qualquer um que escute Wasting Light e Angles pode gritar alto isso como uma certeza) e já muito antes provaram isso.
Os caras tocam com vontade, escrevem letras como ninguém e estão na estrada há um bom tempo. Tem um entrosamento bacana e mais uma lista de coisas que faria o post ser em duas páginas diferentes.
Meu primeiro contato com o disco novo foi meses atrás quando eles lançaram um teaser dessa música aqui:



Quem me conhece bem sabe como eu (e mais da metade dos fãs pelo mundo todo, imagino) fiquei completamente insano escutando o teaser, já que ele para logo no fim da primeira frase do verso. Quando vazou na internet um show secreto que eles fizeram e pude escutar, bem... "Bridge Burning" foi de cara a chamariz do disco pra mim. Ela é, das músicas que abrem os discos deles, uma das melhores! Pau a pau com "The Pretender", "All My Life" e o combo "Doll" + "Monkey Wrench"! Sério, aquele "THIS ARE MY FAMOUS LAST WOOOOOOOOOOORDS!!!" ficou (e ainda está) na minha cabeça e não sai. E assim o disco começa dessa forma espetacularmente fodástica.

E não só começa. Dando sequência à primeira música, "Rope" é um dos grandes destaques do disco. Confesso que de cara eu não tinha gostado muito dela. Mas assim que escutei o album com calma eu pude ver o quão boa ela realmente é. É uma aposta alta da banda em um estilo diferente. Aqui o Taylor tem bem mais espaço pra aproveitar, mas sem pieguices. A forma como ela soa é simplesmente matadora. Fora que o solo tem a distorção mais feroz do disco. Palmas para o Chris! O cara mandou bem pacas!
Um desempenho tão bom e uma aposta tão bem feita em uma levada um pouco mais aberta (e por favor, não estou dizendo que eles tinham um estilo fechado, ou cabrestado. Longe disso, é uma das bandas mais flexíveis que conheço) que permite que o cd tenha uma música como "Alandria". Ela me lembra o estilo de "Rope" por um motivo que não consigo identificar (exceto por estarem no mesmo disco), mas tem uma pegada muito boa. Mais um bom refrão pra povoar mentes por um bom tempo.

Falando em flexibilidade, não há como não se referir à primeira do disco a receber um clipe. "White Limo" é suja pacas, com o drive do Dave lá no alto a música toda. Mas aquele clipe é hilário. Pat Smear tem a cara mais traficante do universo, a mulher do Dave aparece, o Lemmy aparece (como sempre pegando mulher e sendo bárbaro atropelando pessoas heheh), o estilo de filmagem é total anos 90 - coisa que vingou para o clipe de "Rope" também -, a limosine de dorgas aparece por todo o lugar... Fora que de lá saiu o primeiro selo dos quais farei uso daqui para frente (mas isso é pro fim do post).

Por hora, focando no disco "Back and Forth" é uma música da qual eu gosto bastante. Acho toda a dinâmica dela bem feitinha e sem exageros. Hm, pensando bem, acho que sei bem o por quê de eu ter gostado dela. É por ela ser exatamente simples e boa de ouvir. Não tão simples, mas com uma melodia que fica na cabeça por causa dos seus "You got away, got away, got away from me...", "Dear Rosemary" é uma daquelas baladas da banda que não são baladas de verdade. Ela tem um ritmo diferentão e diferente da maioria das músicas da banda ela deixa o verso soando. Duvido que alguém aí que tenha ouvido o album não tenha escutado ela e depois ter se pegado com aquele verso ali de cima na cabeça.

Tocando no assunto de baladas... O que é "I Should've Known"? Caaaaaaaaara, aquela ali é uma obra de arte! A primeira vez em que escutei fiquei ali pensando nela no feeling: "o Dave se superou nessa ae". Vocal perfeito pra ela e, além do instrumental muito bem construído, a letra é uma das mais bonitas da banda (de novo, apesar da simplicidade). A música em sequência, que fecha o disco, é "Walk". "Walk" me lembra bastante de "New Way Home", que fecha o The Color and the Shape. A pegada é a mesma e ela tem clima de fim de disco mesmo. Há quem não curta, mas depois de escutá-la com tanto eu gosto muito de cantá-la a plenos pulmões. E se "I Should've Known" tem uma letra bonita, uma das letras mais fodásticas das novas pertence à "Walk". Tendo oportunidade, dê uma olhada e se não sentir vontade de cantar junto aquele "I NEVER WANNA DIE!!! I NEVER WANNA DIE!!! I'M ON MY KNEES, I NEVER WANNA DIE!!!" então Foo Fighters não é pra você.

Lenta e tão foda, ou mais, do que "Walk" é "These Days". Inspirada ou não, fato é que a banda fez uma das realmente boas com ela; desde o verso, passando pela forma como o instrumental cresce durante a música toda até o refrão matador... Não há como ignorá-la no meio do disco.
Bem, não que seja minha favorita, mas como achei o disco inteiro bom, eu pensei seriamente e deixei essa pro final:



"Matter of Time" é uma das minhas músicas favoritas porque ela parece ter sido uma que fugiu do meu disco favorito da banda, o In Your Honor. Ela é totalmente no estilo dele e desde o riff principal até o refrão ela é muito foda! Nos fones de ouvido no volume máximo de um mp4 decente ela pode até ser usada como dorgas e extasiar uma pessoa por horas. Em caso de overdose o viciado pode até soltar um grito involuntário no meio de um ônibus e fazer com que todas as pessoas ao redor o olhem como um estranho lunático. Se isso aconteceu comigo? Não, não... Que é isso, foi só um exemplo inocente... Nada mais...

Enfim, minhas piras particulares à parte, a verdade é que a Foo Fighters voltou definitivamente a ativa e disposta a tornar o Wasting Light um marco na história da banda. Desde antes do lançamento oficial do disco (muito antes, na verdade) a banda vem realizando toneladas e toneladas de shows livres/ secretos/ surpresa/ em TV aberta/ pelo Youtube. Parece que todos os diuas eu tenho visto algo no twitter como: "Olha só galera, a Foo Fighters está tocando o disco novo lá no lugar X e tem uma transmissão ao vivo e está massa pra caralho e...". As duas últimas foram de uma qualidade fenomenal; tanto a do Letterman com o disco novo sendo apresentado pela banda vestida no estilo dos Beatles e a filmagem em preto e branco até a transmissão de ontem pelo próprio site da banda.

Pois bem, a partir do Wasting Light eu pretendo inaugurar um tipo de classificação para os discos. Acima está o primeiro selo desse tipo de classificação, o "Certificado OW YEAH!!! Dave Grohl Aprova Esse Disco".

E não há como não aprovar. Elaborado com qualidade e vontade, Wasting Light é um dos melhores discos da banda e apesar de novo já traz novos fãs e faz os antigos se sentirem gratos e bem pelo trabalho deles.
Com previsão suposta para uma possível passagem pela América do Sul no fim do ano é provável que escutemos esse disco todo e todos os outros clássicos da banda em breve frente a frente com esses excelentes músicos.

Senhor Dave, obrigado por atender minhas humildes preces.
Acredito em ti, ó Senhor da bateria, Rei dos drives vocais e gênio musical perpétuo.
Amém =D

segunda-feira, 11 de abril de 2011

42 - Different Gear, Still Speeding - Beady Eye



Sim, sim, faz um longo tempo.
Depois de escutar o cd do Slash e comentá-lo aqui eu simplesmente entrei em um processo de atualização de sistema e isso, somado à uma preguiça "avassaladora" (sou foda ha ha ha - #tentarserengraçadãonãorola), não me permitiu continuar com o que eu estava fazendo por aqui. Mas já que a vontade e a inspiração retornaram eu resolvi colocar a mão na massa e fazer o que eu curto: falar dos discos de que eu gosto/ gostei muito.

Pois bem, em Junho do ano passado, ano em que este humilde escritor começou este humilde blog, eu escrevi uma postagem sobre o último trabalho dos irmãos Gallagher, o Dig Out Your Soul.
Lembro que (e fui dar uma fuçada pra ver se era isso mesmo) me senti mal escrevendo o post. O disco é ótimo, mas foi o último de uma das minhas bandas favoritas. Mas outra coisa da qual eu me lembro bem foi que escrevi no final do post que algo de bom poderia sair da separação dos dois: que "na melhor das hipóteses, dois grandes músicos pra ajudar a purificar a 'colorice'... ".

O Noel lançou pouca coisa afinal, contrariando minhas expectativas de que ele seria o pioneiro dos irmãos a lançar um novo projeto. Mas o Liam foi quem saiu na frente. Mencionei no post do DOYS que ele havia realmente subido no meu conceito como músico. Mas quando soube que ele tinha assumido o comando da Beady Eye e estava se empenhando por música eu fiquei muito feliz.

E foi mais feliz ainda que eu assisti a esse vídeo aqui:



Eu curto "The Roller", mesmo não sendo A música do disco. Gosto dela porque ela traz o que eu acredito ser a sonoridade completa da banda. A Beady Eye soa pra mim como uma mistura muito bem feita de Oasis e Beatles.
Não venham me dizer que isso é piegas e o escambau. Bem ou mal, querendo ou não, chorando pra sua mãe ou não, você sabe que a influência da musicalidade da Oasis não ía morrer como a banda. E Beatles sempre foram das maiores - e por que não a maior das - influências da banda. Natural que ao terminar a banda nenhum dos dois iria se tornar um revolucionário musical e criar um estilo novo. É uma questão de adaptação. Não que a Beady soe comum; do contrário, foi essa união perfeita de influências que deu a personalidade final para o projeto. E quanta personalidade! Os músicos realmente se dedicaram na composição das músicas e elaboração das harmonias e melodias. O resultado ficou incrível.

O disco abre com a música que parece ser Oasis puro: "Four Letter Word". A letra me parece (mas só pareceu) ser uma alfinetada nervosa no Noel. Mas quem sou eu pra dizer alguma coisa? O que posso dizer é que como guitarrista o Gem é o cara. Soltou os dedos nos solos e nessa aí é só o esquenta. Muito boa.
Outra música que me atrai principalmente pela guita é "Standing on the Edge of the Noise". Sei lá, tem um ar bem mais puxado pro bom rockão e tem uma pegada que é só dela. Vale cada minuto da escuta e é única. Fora que é a partir dela que eu começo a contar com o selo "Beady Eye" de personalidade musical. É uma música ótima.

Em um ritmo mais calmo, mas com essa personalidade toda aparente temos "Millionaire". Toda calma e com backing vocals em seus devidos lugares ela é simplesmente gostosa de se ouvir. Particularmente ela me deixa em um estado de conforto bem grande (como "The Roller" também deixa). "For Anyone" é quase uma música de propaganda de margarina, de tão sossegada que ela é. Tem uma simplicidade única e conta até com palmas ao fundo (e os leitores mais assíduos sabem como eu dou valor à essas palmas em qualquer música). Acho que a mais influenciada pelos caras de Liverpool, contudo, é "The Beat Goes On". Parece ter sido uma música saída direto do Abbey Road. Instrumental, vocal, melodia e harmonia; tudo se encaixa ali pra montar uma música de primeira qualidade. Emenda com "The Morning Son", que tem as mesmas características. Por sinal, acho que toda essa influência dos Beatles está mais facilmente reconhecível nessas baladinhas mais tranquilas. Essas duas fecham o disco de uma maneira bem singular.
Estilosa até o fim do universo (e falando tanto em Beatles), "Beatles and Stones" tem no nome tudo o que pode. Não, ela não é uma música ultra fodástica de perder o fôlego. Mas mesmo assim é uma das minhas preferidas do disco. Ela tem um embalo único e aquele teclado ali no meio só dá corpo ao conjunto.
Apesar de ter um riff não muito explorado, "Wind Up Dream" conta com excelente backing vocals (não comuns ao estilo Oasis) e gaita dando aquele apoio fodão e sutil na música. "Cara, a gaita aparece por  segundos!". Eu sei. E gostei.

Hey, povo, alguém aí já assistiu "Scott Pilgrim vs the World"? Pois é, "Kill for a Dream" é uma que me lembra a trilha tema do filme, "Ramona". Mas só o começo. De resto ela é do jeito que eu gosto: aposta em simplicidade e letra legal. Sem exageros, Liam canta com leveza e o refrão é daqueles que ficam fácil na cabeça. "I kill for a dream toniiight..."

"Thomas, sua preferida do disco é..."

Essa aqui:



Pois é, acho que é a música mais comercial, mas ao mesmo tempo, a melhor do album. Falo isso não só pelo clipe (show de bola pela simplicidade, de novo), mas também porque acho que essa é definitivamente a prova de que os caras tem personalidade. Tudo o que mencionei das outras músicas do disco está completamente sintetizado em "Bring the Light". Teclados, Gem e sua independência como primeiro guitarrista, o auxílio de todos para a composição das músicas, backing vocals, criatiividade e mais toda uma gama de qualidades. O disco todo é muito bom, mas essa música tem o tempero que faz a diferença. De um a dez, "Bring the Light" é 11.

E agora?
Bem e agora estamos nós diante de duas coisas. A primeira, a eterna rixa de sangue (sim, dura assim mesmo) entre Liam e o Noel. Um dando alfinetadas e o outro fingindo que não vê; um trabalhando abertamente e o outro recusando propostas milionárias; um falando em ter sido excluído e o outro falando de infantilidade e tudo mais. Aonde isso dá, não há como saber.
E a segunda é se o trabalho do mais velho dos Gallagher será tão bom ou melhor do que o do caçula.
Em se tratando de alcançar a Beady Eye, Noel vai ter que se empenhar pra fazer algo realmente bom.

De uma forma ou de outra minhas expectativas serão aliviadas e ,assim como muitos fãs inteligentes, como gosto de ambos os músicos só tenho a ganhar com ambos se empenhando.
Sucesso à Beady Eye e vida longa ao Zumbidos!
Hehehe