quinta-feira, 27 de maio de 2010

20 - Moptop (Selftitle)


Há uns dois anos os Strokes ainda eram minha banda favorita (hoje em dia, eu SEI que Foo Fighters é a melhor banda do universo).
Ah, eu sabia todas as letras e cantava umas quinze com minha banda da época. Mas os caras estão sem material novo desde 2006 e acho que só no fim desse ano eles lançarão algo inédito (que terá de atender fãs do mundo todo).
Entrementes, pra todo fã de Strokes, sempre existe uma frase que diz: cara, escute Moptop! Os caras são Strokes em português.

Sua cara feia e suja que são.

Tudo bem que são as mesmas distorções de guitarra, as mesmas firulinhas, e tudo mais, mas pessoas: banda é banda. Julian Casablancas não escreveu as músicas do Moptop. Foi o Gabriel e companhia. Comparar as semelhanças é uma coisa, mas simplesmente tascar um como genérico do outro não rola.
O tema das músicas é o abismo que divide uma banda da outra: Strokes cantam sobre muitas coisas diferentes e com uma pegada diferente em cada álbum (desde o Lendário Is This It? até o FIOE); o Moptop tem letras mais voltadas a amor (não como "amor, que gay", mas como "amor, e o que fazer com ele").
Eu podia comentar aqui o Como se Comportar, o último álbum deles, mas resolvi comentar o Selftitle porque realmente adoro esse disco.
Voltando ao começo do post, quando escutei que eles eram parecidos com Strokes eu na hora fui ver o material dos caras. Achei esse clipe aqui na época:



Isso foi uma iniciativa dos caras de promover a banda depois de um trabalho ainda anterior, o In English (que soa realmente como Strokes...).
Nessa época a MTV estava com aquela onda de 5 bandas de Rock (que de rock eram só o Moptop e o Hateen de aceitáveis - quem disser que NX0 é rock faça o favor de se jogar de um prédio próximo, sim?) e deu um reforço pros caras em matéria de divulgação e apoio. Daí o clipe ficou assim:



Bão, né?
Pois é, fui atrás do álbum com os quatro astronautas e não me decepcionei.
E depois (ou melhor: hoje em dia) ouvindo o cd com um pouco mais de maturidade crítica musical (que poder, hã?) eu o considero um dos melhores trabalhos de rock da cena brasileira atual (na época ainda podia-se contar com bandas como Rock Rocket, Matanza, Cachorro Grande, etc...) digno de comentário.

Vamos a eles, então.
Gosto de "O Rock Acabou". Acho o som simples e muito bom. "Moonrock" foi a segunda música que escutei deles e gostei também (apesar de ela ficar meio enjoativa depois de um tempo). a Letra de "Paris" é muito boa e me remete à música de abertura do Is This It (um papo rápido pra se entender, é tarde, etc...). Sublime, mas muito boa.
"Seja até o Fim" é a mais animadinha do cd, dá pra cantar ela fácil. 
E "Sempre Igual" só não é a mais foda do cd por ser curta (porra, ela podia durar mais um minuto!).
Eu divido minha preferência entre três músicas, todas diferentes entre si.
Gosto de "Lugar Qualquer" pelas guitarras alucinantes do começo e pela letra ser bem pessoal; "Leve Demais" tem um vocal invocado e backing ainda mais invocados! A guita também não deixa a desejar.
E "Uma Chance" é letra na veia! Simples, mas impossível de passar despercebida.
Donos de um som simples e letras muito boas, o Moptop vai levando a vida fazendo um show aqui e outro ali (e raríssimos na minha cidade...) e com um trabalho cada vez melhor. Como se Comportar é um album que tenho escutado bastante e gostado também. Espero que lancem mais coisas novas em breve.
Que tudo funcione e que a cena de rock brasileiro siga adiante com esses caras.
Que são o Moptop e não o genérico de...

domingo, 23 de maio de 2010

19 - Humbug - Arctic Monkeys


Depois de um pequeno recesso eu volto a postar com um álbum pelo qual esperei bastante no ano passado, o Humbug.
Não me perguntem o que significa isso, mas se tratando de um nome de álbum da Arctic Monkeys, Humbug seja até a ser simples (comparado a "Whatever People Say I Am, That's What I'm Not", por exemplo).

Bem, começando pela mesma coisa de sempre, conheci o Arctic Monkeys quando estava saindo da minha fase metaleira-poser e entrando na vida musical do que existia de bom e novo.
E, como no geral aconteceu com muitas das bandas que conheci na época, foi a MTV de manhã que me mostrou um clipe massa deles:



Eram palhaços e mafiosos se caindo de pau!
Ahahhauhauhuahuah
Eu me diverti muito com o clipe antes de resolver procurar o que ouvir deles.
Quando escutei os álbuns da época (WPSIATWIN e o Favourite Worst Nightmare) reconheci muitas músicas que já haviam cruzado meu caminho, tais como "I Bet You Look Good on the Dancefloor", "When the Sun Goes Down" e "Brianstorm". Comecei a gostar realmente do som deles e o que fechou 2007 com chave de ouro pra mim foi vê-los ao vivo no último Tim Festival que minha cidade assistiu (junto com Killers, Björk e Hot Chip - aquela foi uma noite do car@lho!).
Cantei as músicas junto e fui feliz durante todo 2008.
Quando saiu a notícia de que eles estavam com planos para o terceiro álbum em 2009 eu me cocei até ter que me medicar de tão satisfeito; ali estava uma banda nova com um som bom e com vontade de trabalhar!
Vejam bem, Alex Turner (vocal e guitarra) é o que se pode chamar de gênio. O cara começou tocando cover do Led Zeppelin em bares quaisquer e quando compôs suas músicas e resolveu tocar por aí ele inovou o método de divulgação de material distribuindo suas demos por aí.
O resultado foi espetacular e a banda seguiu em frente colecionando elogios.
O terceiro álbum me atraiu ainda mais expectativas devido ao fato de o produtor do disco ser Josh Homme, o líder do Queens of the Stone Age.
Conhecido no Queens por uma sonoridade particularmente macabra, quem ouve o Humbug identifica logo de cara a influência do Josh.
O Humbug é um álbum que eu chamaria de tenso.
Tem uma sonoridade pesada, mas com a pegada Arctic Monkeys de se tocar.
Antes do lançamento oficial do disco (ou ainda na mesma semana, se me lembro bem) houve uma prévia do disco através da internet; um show de transmissão ao vivo. E vou dizer: quando assisti aquilo eu me empolguei pra cacete!
Apesar de não fazer parte do disco, esse cover que eles fizeram do Nick Cave foi demais:



Logo em seguida, o primeiro clipe do disco foi lançado. "Crying Lightning" tem uma sonoridade completamente diferente de qualquer outra música do Arctic Monkeys e o solo dela é simplesmente demais.
Admito que estranhei o cd quando o escutei pelas primeiras vezes. Ele me parecia (e às vezes ainda parece) um disco do QOTSA tocado pelo Arctic Monkeys. Mas depois que a impressão passa ele é massa de ouvir.
"Crying Lightning" tem estilo e tudo mais e eu gosto dela. "Potion Approaching" tem o riff mais massa do cd inteiro e fiquei cantando ele por semanas. O espírito do QOTSA encarna na banda em "Fire and the Thud". "Cornerstone" é a primeira baladinha dos caras da qual eu consigo realmente gostar e tem uma letra interessante. Minha preferida é "Dance Little Liar" por ser extremamente fumada. Ela começa de um jeito susse e depois entra com um solo destruidor. O instrumental é daqueles em que não se pode acrescentar nada; perfeito como está. "Pretty Visitors" me pareceu demais uma música que entraria fácil fácil no Favourite Worst Nightmare. 

Os caras andam fazendo show com um visual mais descoladão, cabeludões (ao contrário de mim que aparei a juba recentemente) e ganhando cada vez mais público. Estou curtindo meu 2010 com muita música e eles tinham que entrar na lista.
Se eles forem tentar um quarto álbum pra 2011 espero que trabalhem com o Dave Grohl. Seria interessante vê-los tocando Foo Fighters...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

18 - Accelerate - R.E.M.


Existe algo em mim relacionado à música que você leitor tem direito de saber: eu nunca (NUNCA) digo que nunca vou gostar de qualquer banda em particular.
Por que?
Pra não ter que dobrar a língua depois e dizer que gosto de uma banda (ou artista) da qual eu havia dito que nunca seria fã.
O R.E.M. por exemplo era uma banda da qual eu definitivamente não gostava. Eu até ouvia com interesse músicas deles como "Losing My Religion", uma coisa realmente boa, mas outras como "Everybody Hurts" doíam na alma de se escutar. Era uma coisa muito melosa, chata, pegajosa.
"Thomas, seu grosso, não fala assim do R.E.M.!". Ah, eu falava muito mal.
Mas é passado. Quero dizer, "Everybody Hurts" ainda é algo que não consigo digerir, mas a banda eu escuto. Graças ao Accelerate.

"Tá, e o que esse tem demais? R.E.M. sempre fez baladinhas pop atrás de baladinhas pop. Cuidado rapaz, você está a meio caminho de gostar da maldita "Everybody Hurts"

Não.
O Accelerate não tem tem frufru.
É um álbum rockão. Não é um Led Zeppelin. Mas é bom.

Bom mesmo. Meu primeiro contato com ele foi com esse clipe aqui:



Mesmo não sendo a música mais destruidora do universo eu me peguei pensando: isso é R.E.M.?
Como de praxe eu fui atrás do cd em que essa música estava e escutei ele inteiro.
Me lembro que na época (meados de 2008) eu escutei o cd e achei ele bom.
Mas nessa semana eu o ouvi novamente e, pela Gibson do Dave Grohl, como esse cd é foda!

E não tem absolutamente nada a ver com a banda antes. Todas as músicas estão em um nível muito melhor (na minha humilde e singela opinião, claro) e muito mais pesadas em comparação aos trabalhos anteriores da banda.
Ouvi o cd muitas vezes esta semana (dividindo atenção com o Plastic Beach, do Gorillaz) e realmente gostei de cada segundo musical dele.
A começar pela primeira música; "Living Well Is the Best Revenge" é muito boa. Direto no queixo com um instrumental inesperado de uma banda outrora dona de baladinhas pop.
"Supernatural Superserious" foi a primeira que eu ouvi e acho ela boa. "Hollow Man" é um exemplo de que baladinhas e músicas mais lentas podem ser feitas sem a encheção de linguiça da música já exaustivamente criticada nesse post. "Accelerate" é a música que dá nome ao álbum (não me diga...) e tem um clima meio tenso, mas é ótima.
Gosto muito de "Until the Day Is Done" por toda uma qualidade simplista que ela tem.

E agora eu gostaria de pedir atenção. Porque são minhas músicas favoritas do cd.
CAR@#$O! Nunca esperei ouvir músicas como "Horse to Water" e "I'm Gonna DJ" num cd do R.E.M. As duas soam como uma música só, mas que música!
É rockão pra ninguém botar defeito! O único defeito delas é serem muito curtas, mas... Estou sem palavras.

Não ando muito atualizado sobre a banda recentemente (só sei que lançaram um outro disco ao vivo), mas se a coisa continuar nesse ritmo, R.E.M. conquistou um fã dos bons.
Que se machuca de vez em quando...
Como todo mundo, claro...

Mas viver bem é a melhor revanche.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

17 - Plastic Beach - Gorillaz


Gorillaz é demais.
Eu sempre achei.
Mesmo.
Quando a banda lançou o primeiro trabalho em meados de 2002 eu assistia todos os clipes que podia. Eu nem sabia classificar os caras na época, mas achava demais uma banda com integrantes em desenho animado.
Mas houve um certo recesso de trabalhos oficiais. Até 2005.
O DEMON DAYS. Me lembro que, pela primeira vez na vida, comprei um cd só pelo instinto puro de que ele seria bom. E não me arrependi.
Porque o álbum era maduro. Fumado, mas muito maduro (bonito, até).
Os integrantes evoluíram (digo, amadureceram) e ganharam novos conceitos, experiências, traços. Como se fossem pessoas reais. E, nossa, como eu ouvi o Demon Days.
Mas então a banda entrou em outro grande recesso e não se ouviu falar deles até o fim de 2008/começo de 2009 com o D-Sides (que não era exatamente um álbum oficial).
Foi então que ouvi um rumor de que o disco deles sairia, mas só soube que ele estava pronto quando o vi à venda.
Comecemos do princípio de que Bruce Willis atua no primeiro clipe do disco:



Bom, o Bruce é bom ator e aqui estamos falando de música, mas é massa do mesmo jeito ver ele caçando a banda num pusta carrão massa.
A banda vive em um mundo alternativo com sua própria história cataclismática (tema encabeçado pelo Demon Days) que culmina na fuga para a Praia de Plástico (Plastic Beach).
A Praia de Plástico foi o que despoluiu o mundo, acumulando toda a poluição em uma ilha gigantesca. De longe ela parece um lugar bonito e tranquilo, mas é toda feita de garrafas pet, aviões quebrados e todo o tipo de lixo que se possa imaginar.
Existem vários vídeos da banda com versões bizarras sobre como eles foram parar lá, mas no fim das contas isso não é o tema central do disco.
Não consigo deixar de pensar que ele é muito triste e muito bonito, apesar do estilo "happy songs" que a banda costuma colocar.
"Feel Good Inc." do Demon Days, por exemplo tem uma batidinha legal e dançante, mas a letra é reflexivamente triste. O clipe então...
O mesmo acontece no Plastic Beach.
As músicas tem o jeito Gorillaz de ser, com melodias bonitinhas, mas com uma mensagem de cansaço do mundo podre, vontade de mudar pra algum lugar melhor ou fugir pra um lugar em que a vida valha mais a pena...
Poderia voar longe falando sobre eles, mas o post ficaria muito longo, então vamos a o que ouvir e o que não ouvir no Plastic Beach.
Ninguém menos do que Snoop Dog abre o cd com "Welcome to the World of the Plastic Beach".
Não faz muito meu Gênero.
"Stylo" é uma música tensa, mas muito boa. Até agora a flautinha de "White Flag" não me sai da cabeça e parece uma música de trilha de animação.
"Rhinestone Eyes" é a música mais Gorillaz do cd inteiro na minha opinião. O vocal do Damon Albarn é sem dúvida igual ao do primeiro disco.
"On Melancholy Hill" me lembrou uma música do disco solo de Julian Casablancas pelo instrumental. Achei a música legal, apesar de meio repetitiva. Mas a que ganhou o cd pra mim foi "Some Kind of Nature" com a participação do renomado Lou Reed. A batidinha é simples e o vocal mais simples ainda. Perfeita.

A despeito de tudo, o que mais me agradou no disco todo foi a montagem.
Existe o rap Gorillaz de ser, uma parte orquestrada de dar inveja e tirada de várias partes do mundo e participações marcantes.
Todo o conjunto foi uma obra bem realizada do Damon e agora é rezar pro cara continuar com o projeto.

Vou me mandar pra Plastic Beach agora e vejo vocês em um mundo mais limpo.
Fui