quinta-feira, 21 de julho de 2011

48 - Crocodilla - Crocodilla


É, já faz quase dois meses...
Minhas sinceras desculpas aos leitores que esperaram pacientemente e confiaram que eu voltaria a postar no Zumbidos.
Zumbidos que, aliás, de cara nova continua no mesmo formato, com o mesto crítico pacífico que eu sou aqui.
Sim, ainda estou no poder, MUAHAHAHA!!!!

Eu tive uma espécie de overdose de bandas recentemente.
Havia tantas, mas TANTAS, que eu simplesmente não sabia sobre qual comentar primeiro. Estava com um post quase pronto, quando num acesso completo de fúria e meninice eu fui lá e o deletei.
No meu interior dei um tiro de 12 em mim mesmo e pensei no que faria em seguida. Eis que...

...

Que bem, a Crocodilla (finalmente) lançou seu CD. E aí você se pergunta: "Que banda é essa?".

Eu já falei recentemente no blog sobre outra banda da minha terra natal, a Sabonetes. A Crocodilla é daqui também e existe desde 2008. Os músicos são todos calejados, já tiveram outras bandas e finalmente depois de 3 anos batalhando acharam seu espaço no confuso e complicado cenário musical curitibano.
Eu conheci a banda no final do ano passado, quando eles foram participar de um festival daqui chamado Kaiser Sound. Confesso que fui lá conhecendo apenas o trabalho de uma das 10 bandas semi finalistas (a Janela Oval da poderosa Bruna Michelin), mas não estava torcendo por ninguém (apesar de a Janela ter feito um showzaço quando os conheci da primeira vez).
Me lembro de que quando escutei os caras tocarem foi animal. O espaço do evento era gigante e o quarteto mandou bem pra caralho. Quando a votação estava pra acabar, dei meu voto aos guris e não deu outra: a banda réptil estava na final.
Três das bandas que eu havia gostado tinham ido pra final, por sinal. E tendo um espírito invejável e admirável, as três viraram parceiraças (Janela, Crocodilla e Uh La La).

Mas falando da Crocodilla (que ganhou o festival), os caras tem uma pegada muito da fodona.
Por exemplo:



"Falando de Você" é a segunda do disco e já chega apavorando como ninguém. O troço é pesado e pra colocar pra correr qualquer um que diga por aí que na minha cidade não tem som foda. Enquanto a Sabonetes é uma banda mais pop rock e tudo mais, a Crocodilla aposta num som mais cru e rock 'n' roll. Essa é a segunda do álbum e é praticamente a guia do estilo da banda. Tesão de música e ponto.

A que abre o cd é "Migalhas", uma música que é introdução e que prepara todo o terreno pro disco. À primeira vista ela parece instrumental, mas quando os vocais entram só pra fazer aquele verso curto a expectativa aumenta bastante. Quando emenda ali com "Falando de Você" a banda ganha qualquer um.
"Talvez" tem uma levada um pouco mais susse (até o refrão pelo menos) e uma letra muito da bacana contando um dos "blablablablabla" mais bem encaixados numa música que já vi. Aliás, em se tratando de composição, os caras são extremamente simplistas sem ser chatos nem clichês. As faixas tem todas letras curtas, fortes, sem nhé nhé nhé e com frases de efeito simples.

Se for pra falar de socos na cara certos, "Não Vai Escapar (Crocodylus Actus)" é uma das mais legais do disco. O riff dela é ultra massa e quando os versos acabam as guitarras e o baixo dão todo um clima tenso pra música (que é o ataque do crocodilo, véy). Escutar ela pra mim é pensar num clipe automaticamente hehehehe. Outra na qual dá pra se pensar em clipe fácil e que é uma das minhas favoritas da banda é "Crocodilla". É a maior das letras deles, mas ao vivo ela é simplesmente surreal de foda. As viradas de bateria são geniais. Uma das coisas mais legais de ir ver um show deles é justamente a capacidade se surpreender com o Dudu tocando bateria. Cacete, o moleque fica com o demônio no corpo e destrói tudo! Nem chega a suar, só pega as baquetas e apavora.

Falando de viradas de bateria geniais e do resto da banda, o baixo é dos melhores que já pude escutar e a cozinha da banda é simplesmente boa demais. Vale a pena escutar ali com fones de ouvido só pra prestar atenção em cada virada, em cada escala e tudo mais. Show de bola.

Ainda da parte rock do cd, "Enquanto Você Fala" é o que eu chamaria de uma música genérica da banda. Não porque é comum (num cd de 9 músicas não há música comum), mas porque é o tipo de música que você escuta e sabe que é da banda. Só pelo timbre das guitarras e do apelo da bateria. Mas ela emenda com um hit, a "Situação Atual". Ela é bem direta e aqui um trabalho formidável com backing vocals que ficaram na minha cabeça desde que adquiri o cd em um dos pocket shows da banda na Livrarias Curitiba (ou adquiriram pra mim). Aquele "Eu não gosto da noss'situação atuaaal (não, não gooooooooosto!)" é pra ficar martelando e cantar sozinho na rua. Demais.

Se dá pra dizer que os caras tem baladinhas eu apontaria o dedo pra "Me Perco em Você" na hora. Mesmo com o fundão cheio de rock 'n' roll do bom, toda a melodia da música é sutil, com vocais tranquilos e voz mansa. Depois entram mais backing vocals que incrementam o conjunto muito bem.
Mas minha favorita mesmo, que eu curto, não é do estilo predominante da banda:



"Eu Sei" (acústica assim mesmo) é de tirar o chapéu. A letra é do estilo das que eu gosto, sem muito fru fru e é praticamente um texto em forma de música. Gosto do feeling dela, do embalo, e tudo mais (e na versão de estúdio ela ficou tão boa quanto). O refrão dela me lembra coisa mais antiga, mas coisa legal. Ela não fica isolada ou deslocada no disco e... Enfim, é minha favorita. Vou parar com a pagação de pau.

O trabalho dos caras é excelente e dá gosto escutar o disco.
Dá gosto, mas ao mesmo tempo é o que dá pra apontar de "chato" (porque não chega a ser ruim) já que o disco tem 21 minutos. Bate o Record do St. Elsewhere do Gnarls Barkley como novo disco que mais deixa a sensação de músicas curtas demais no ar.

Apesar de curto, contudo, essa sensação de satisfação pessoal em ter comprado e ouvido música por música é impagável. Eu esperava mais faixas, mas o cd ficou extremamente bom como foi lançado e talvez estragasse se fosse diferente.
Os caras estão em shows pra lá e pra cá (tendo um hoje, inclusive) e o cd sai a venda em Agosto, com várias pessoas ansiosas por mais coisa boa vinda deles.

Enquanto isso, na batcaverna, outras bandas começam seus planos malignos (a minha é um exemplo) para mudar e melhorar a imagem sonora (por mais estranho que isso pareça) de Curitiba City. Assim que outra se engatar, terá seu espaço no Zumbidos, sem dúvida.

Abração e até mais!

terça-feira, 24 de maio de 2011

47 - The House that Dirt Built - The Heavy



Se você dá valor à sua sanidade
Não entre na casa!
Se você acredita no mal
Não entre na casa!
Porque as pessoas que vivem lá
Não são mais...pessoas
Não entre na casa!
Mas se você entrar, heheh
Não diga que não avisamos você...

Essa introdução macabrassa, estilo filmes de terror trash antigo, vem da música de abertura deste disco surpreendentemente incrível de mais uma banda desconhecida pelas massas que eu tive o prazer de escutar.
Eu gosto MUITO quando alguém me indica uma banda que eu não conheço. Adoro ir atrás de material da banda, escutar as músicas e poder dizer quais delas eu achei bacanas, se o grupo é bacana e comparar estilos, timbres e mais qualquer outra coisa musical.

Eu conheci a The Heavy através de um dos meus alunos, o Adam. Ele se sente feliz até hoje por ter me apresentado uma banda que eu não conhecia (mais ou menos a mesma sensação que eu desfruto quando conheço uma banda que o Rafinha não conhece hehehe), mas eu me sinto mais feliz ainda por ter acreditado nele e ter baixado escutado os dois discos dos caras. Apesar do estilo ter se mantido o mesmo em ambos, eu gostei mais do The House That Dirt Built por ele soar macabrão. Mas não aquele macabro do Gramunha, como a Dead Weather. Eu sei lá, ele é um macabro legal. Eu dou muita risada escutando esse cd e nem sei o por que.

"Talvez porque você seja bobo".

É, talvez.

Hehehehe.

A banda tem pouco material e o fato de ela ser tão pouco conhecida torna ainda mais difícil encontrar vídeos, imagens e músicas. Mas eu sou um herói e achei coisa (porque fuçar na internet vale a pena e às vezes é mais simples do que imaginamos).

Uma coisa é importante deixar clara: eles não tocam Rock. O estilo deles é uma mistura de funk (o true, do tio James Brown; não aquela bosta que insiste em atrapalhar meu ideal de mundo perfeito), com Rock das antigas, um pouco de Pop e uma pitada de Soul (e um toque de Blues). Com o vocalista negão ultra foda deles não podia ser diferente. E se fosse diferente não seria tão bom.



As músicas tem, apesar do clima pesado e sinistro, um trabalho excelentemente bem feito. Todas elas são mais do que só boas pra pirar e dançar e tudo mais. Elas são bonitas, musicalmente falando. “Short Change Hero”, por exemplo, é uma que poderia entrar em um filme do Tarantino fácil, fácil. Todo aquele clima de chuva, violãozinho estilo pistoleirão, tambor criando um ambiente tenso... É alucinante de ouvir. Se você é alguém de mente criativa, escutar este álbum pode atiçar sua imaginação a níveis Klaxônicos. Mas diferente das sensações de se escutar a psicodelia superliminar (sim, superliminar) da Klaxons, ouvir a The Heavy faz você pensar em histórias, situações... O exemplo se encontra aqui, neste post, comigo começando a devanear. Mas é lindo.

Como se saísse de um rádio, “Love Like That” tem seu jeitão tranqüilo e sutil de fazer a mesma coisa. Todos os ruídos, backing vocals e a forma animal como ela emenda com “What You Want Me to Do?” fazem de ambas provavelmente das melhores combinações do disco todo. A primeira toda happy com uma letra de pé na bunda muito da legal, parecendo até música de propaganda de refrigerante decente (Pepsi, por exemplo), enquanto “What You Want Me to Do?” já tem uma levada que, com a distorção certa, vira um Rage Against the Machine, hehehehe... Brincadeiras à parte, o peso dela cresce muito e esse vocalista... O cara canta demais! Sério, o cara apavora num dos timbres mais únicos (e bem usados) que já tive o prazer de escutar. Tem no gogó todas as misturas musicais das quais eu falei ali em cima.

Falando de peso, acho que uma que mistura de uma maneira interessante os dois elementos que eu mencionei ali em cima é “No Time”. Ela é uma música que eu chamaria de “direta”. Ela não tem introduções longas ou crescentes vocais. É porrada na cara do começo ao fim e rola até um trompete ali no meio fazendo firula. Animal! Trompetes também fazem (junto com as guitarras) o riff de “How You Like Me Now?”. Das que eu curto ela é quase minha favorita da banda e tem pegada, estilo e se prestar bem atenção no som, dá a impressão de que ela não teve os instrumentos mixados; de certa forma é como se a banda estivesse toda reunida numa sala do estúdio fazendo o som.

A que mais “foge” (o que é estranho dizer, porque no fim o disco tem uma personalidade incrível, a despeito dos mil estilos presentes) do conceito do álbum é “Cause for Alarm” que é um reggaezinho massa pra escutar. Lembra bastante coisa de raiz mesmo e se tivesse escutado ela como primeira música da banda, certamente eu iria crer que eles eram da Jamaica ou algo assim. Mas ela é muito legal. Gosto também de “Long Way from Home” que me faz pensar em “People Are Strange” da Doors, pelo baixo ali no começo e pelo teclado genial ali no meio.

“Sixteen” te transporta pros anos 50/60 fácil, fácil. Pelo estilo puramente fodão da música toda. Trombone, ritmo e backing vocals prolongando aquele refrão (“Sixteeeeeeeen!”) fazem dela única no cd. Escutando ela aqui eu começo até a enxergar carros antigos, mundo em preto e branco e tudo mais.
A segunda mais “Fuck Yea” do disco na minha sincera opinião é “Walk”. Usual de ser lido nos meus posts, “bandas boas tem baladinhas boas”. Essa é walk. Ela é lenta na medida, não tem frescura e mesmo com o refrão extremamente simples, ela consegue a façanha de ter feeling dos melhores. Se os caras pudessem fazer mais clipes (sério, eles tem uns 4 no máximo), um TERIA que ser dela. Letra, feeling... Tudo!

Só perde pra que abre o disco:



Quando escuto ela eu penso muito também nos tempos mais antigões e tudo mais, mas ela é ultraempolgante! Das do álbum todo ela é a mais forte. Aqui as mulheres que fazem backing vocals começam seu show, o Kelvin Swaby dá seus berrões hiper fodas, a música tem todo o espírito mesclado de um bom rock antigão com blues (que é todo o espírito de rock antigão, afinal) e, sério... O nome dela é MUITO legal hehehehe.

Esse, assim como muitos outros, é um disco pra ser escutado no talo. O primeiro da banda, O Great Vengeance and Furious Fire, é tão bom quanto este e se posso lamentar algo sobre a banda é que ela tem apenas dois discos lançados e não é quase nada conhecida. De resto, os caras fazem música como ninguém e esse é o meu vocalista negão favorito de hoje em diante! Vá ter versatilidade assim lá na p... Na boa, o cara canta demais e faz da voz e do estilo uma marca forte.

Assim como é difícil achar material sobre a banda, notícias são raras mesmo através de Twitter e a possibilidade de vê-los por aqui é baixíssima. Mas faça como eu: alugue uns filmes, pegue bons fones e escute o que puder. Vale a pena. Demais.

Fui, folks!

terça-feira, 10 de maio de 2011

46 - Contraband - Velvet Revolver



Desde muito tempo eu tenho mencionado a Velvet Revolver aqui no blog.
E, de fato, eu curto muito os caras.
Acho que das bandas de macho que surgiram em meados de 2000, essa é provavelmente uma das mais fodas. E nem vou falar aqui (como não falei da Audioslave) sobre aquele papo piegas de “supergrupo”, “reunião mágica de músicos ultrapowerhightech”, etc, etc, blá-blá-blá... Ao invés disso, quero que todo mundo saiba o quanto essa banda me deixou feliz enquanto durou/ dura.

Rock 'n' Roll na veia, talento fudidão, músicos de primeira e Vontade. Vontade faz sempre a diferença. Fazer um disco com Vontade é certeza de ganhar fãs, apesar de não achar que caras de bandinhas coloridas tenham essa Vontade toda... Mas eu quando escutei a banda pela primeira vez me assustei com o nivel de qualidade do som. Sim, senhores, porque a banda é uma máquina destruidora de foda de tão bom que é o som que eles fazem.

Foi num dia como outro qualquer, mas quem me mostrou a banda foi um camarada meu, chamado Tony. Ele tocou comigo na primeira banda que eu tive (acho que já mencionei ele aqui no blog antes, na real) e um dia na casa dele entre macarrão, coca cola, futebol na TV e violões ele me perguntou se eu já tinha ouvido falar dos caras. Eu disse que não. Ele perguntou se eu conhecia Stone Temple Pilots. Eu disse que não, de novo. Ele perguntou com sangue no olho se eu conhecia o Guns 'n' Roses. Esse eu disse que sim, mas que só curtia o Slash e algumas músicas. Daí ele disse: saca só:



"Fall to Pieces" tem uma das letras de baladinha enrustida mais fodas do mundo. Me lembra beeeeeem vagamente o estilo de letra de "Creep", da STP, mas aqui a coisa é bem mais hard rock e aquele solo do Slash ali é feeling que transborda! Demais, demais, demais. Aliás, as baladinhas do disco são muito animais.
Tudo bem que baladinha MESMO é só "Loving the Alien". Ela é toda levinha, tranquila pra se escutar e voar longe. A letra é das já conhecidas "vamos bater um papo cantando" que eu tanto gosto e escutá-la, tocá-la, cantá-la ou qualquer coisa do gênero faz um bem colossal. Só acho estranho aquele lance fumado de "I never noticed how lovely were the aliens" (ou "eu não havia notado quão amáveis eram os aliens" - ??? - em uma tradução não exatamente literal).
Fechando o trio lentinho "You Got No Right" é a mais pesada. Musicalmente falando, claro. A letra dela (sim, pra mim, baladinha boa = letra boa) é muito massa e extremamente simples. O jogo de vocais ali é bonito de se ouvir e ficou bem encaixada ali no disco. Por mim, inclusive, as três ficaram muito bem colocadas.

Mas o Contraband não é meu disco favorito, dos dois deles, por ter baladinhas. O lance do Velvet é fazer rock de macho!
E, tudo bem, o Libertad tem coisas ótimas, mas não aguenta três minutos de porrada com o Contraband.
Tipo, vou começar pelas mais "susses" (vulgo, o que vem antes de "Fall to Pieces"):

"Do It for the Kids" é a segunda música do disco e já começa com uma meia lua+soco forte (Hadouken, para leigos). Ela pega o final da primeira e emenda só com aquele vocalzão berrando aquele "Went too fast I'm out of luck and I don't even give a fuck!!!". Tudo bem que o refrão não é o dos mais legais (não pelo menos até começar a aparecer essa frase do começo no final dele). E emendando com ela, "Big Machine" tem acho que a melodia vocal das mais legais do album, desde o timbre vocal até a melodia dela. Mais solos fodões e mais peso. Só alegrias. Numa levada que parece uma só, "Illegal i Song" forma uma espécie de medleyzinho e confesso que de todas as mais pesadas esta é a que menos me agrada. Acho que ela é pobrinha e o que eu realmente curto nela é aquele final escrachadamente gritado. Sério, ali o Scott bota o gogó no talo+drive+grito atômico e fica demais! Sério, quando acharem um novo vocal quero ver o cara fazer igualzinho hehehehe (o mais chato).
E fechando esse "Lado A" do disco (lado comprido, não?) tem "Spectacle". Seguindo a linha do Velvet Revolver desde que você colocou aí seus fones de ouvido no talo, não faltam solos Sláshicos, vocais sobrepostos e mais gritaria ultrafodástica do Scott. Eu curto muito o riff dela e nem sei por que. Sei que esse é um disco muito do foda.

Aliás, o que define um disco bom?

Acho que falando com o Rafis esses tempos ele soltou uma frase interessante (que eu não lembro exatamente das palavras, mas era algo assim): "um disco bom é aquele que dá pra escutar até o fim. É raro ver um disco INTEIRO bom hoje em dia, mas quando aparece não dá pra parar de ouvir"

E sim, eu concordo. Muitos discos hoje em dia são num certo padrão, começando com cinco faixas realmente alucinantes, e depois decaindo a coisa para um ritmo mundano que fica então conhecido como "estilo da banda". A partir de então as bandas se ocupam em fazer discos nesse mesmo formato, com um ou dois hits realmente bons e outras músicas que servem de encheção de linguiça. Por isso que o Contraband apavora o Libertad. Não que o segundo seja um disco ruim, mas o primeiro é REALMENTE bom, de se escutar do começo ao fim sem pular nenhuma.

Porque, chegando na "Slither", meu amigo... a coisa vira prova do que eu estou falando. Sério, aquele riff faz o disco todo valer a pena. Confesso que o refrão não é dos melhores se ouvido assim, no seco. Mas depois que vi um ao vivo dos caras com um fudilhão de pessoas cantando junto, eu mudei de opinião descaradamente. Se Satã colocou o dedo em alguma do cd foi nessa e na minha favorita (suspense... hehehe). Sério, toda a estrutura dela é pra levantar qualquer um. É rock puro. E na sequência, "Dirty Little Thing" só emenda na mesma pegada de obliterar ouvidos. Só aquela entradinha ali, toda na sutileza, mostra o poder da banda. Fora que o embalo dela da ponte pro refrão é daqueles que te faz querer escutar a música cada vez mais. Aqui, enquanto escrevo o post, ela já repete pela 6ª vez e eu quase esqueço das outras músicas. E se o "Lado A" conta com todo aquele apoio fodão, o "Lado B" do disco é tão foda quanto. "Slither" e "Dirty Little Thing" são boas. Entre tão boas quanto, estão por exemplo "Superhuman" e "Headspace".
"Superhuman" tem um dos riffs mais grudentos do disco. Não é exatamente como as pancadas devastadoras de "Do It for the Kids", mas esse riff somado ao refrão cheio de "dorgas" e o contexto da letra fazem dessa mais uma das músicas legais. De "Headspace" eu já gosto mais e o timbre de guitarras dela é perfeito para o estilo da música. Sair de algo como "Fall to Pieces" e escutar "Headspace" é como comer um "petit gateau": partir de algo suave e leve pra algo quente e pesado. Mas o conjunto é bom (tanto o do "petit gateau" quanto  o das músicas... e me deu fome).
Fechando o trio apocalíptico, "Set Me Free" tem acho que o refrão mais legal do disco em matéria de letra. A música é toda cantada num timbre de voz que varia entre o grave falado e o agudo mais característico do Scott. Acho uma das mais legais do cd.

Mas não é minha favorita.
Ela desbanca todas.
Olha só:



Acho que é a melhor abertura de discos de todos os tempos. "Sucker Train Blues" é simplesmente boa demais. Se existia alguma música pra banda dizer "Oi, viemos derrubar sua casa com toneladas de rock 'n' roll =D" seria essa. E essa certamente tem dedos do Tinhoso. Ela tem peso perfeito, melodia perfeita, refrão na medida, solo com a duração certa... Só a letra é estranha, mas pra pirar com ela você não precisa de letra alguma.

Aliás, pra pirar com a banda meu conselho é simples: pegue os cds, baixe-os e coloque os fones no talo.
Enquanto a formação não encontra seu novo vocalista, o que se pode fazer com esses dois discos é curtir até estourar os tímpanos.
Outra cuspida ae em quem disse que não existe rock 'n' roll.
E vem mais por aí.

Abração

sábado, 30 de abril de 2011

45 - A Rush of Blood to the Head - Coldplay



Como muita gente que lê o blog (ou talvez nem tanta gente assim por enquanto hehehe) deve imaginar devido ao que escrevi em postagens anteriores, eu não curtia Coldplay. Aliás, detestava.

Lembram-se na postagem sobre o In Your Honor, da Foo Fighters, sobre eu ter falado sobre minha primeira namorada ter me apresentado a banda? A realidade é que ela me apresentou a toneladas de bandas. Toneladas de bandas que na época me faziam rir da cara dela e perguntar coisas no estilo “que porcaria é essa?”, “sério, isso é música pra você?” ou “putz, você tem um problema com música, não?”.

Sim, eu era muito babaca.
Demais.
Muito mesmo. Se eu voltasse ao passado eu me daria mais do que só uma surra, eu me espancaria até criar vergonha na cara.

Até porque hoje em dia minha banda favorita é uma das que ela tão gentilmente me apresentou, junto com muitas outras tais como U2, Nickelback, Pearl Jam, Blur, Red Hot Chili Peppers, The Offspring... e mais algumas. Mas na época a favorita dela era a Coldplay.

E vamos e convenhamos que Coldplay não é (e nunca foi) uma banda de rock ‘n’ roll. Os caras são pop na veia. Mas pop bom. Bom pra cacete.
Mas eu não acreditava nisso na época. Já disse que era um asno musical e que qualquer coisa que não fosse uma das seis ou sete bandas de Heavy Metal que eu escutava era automaticamente tratada por mim como lixo.

Ela me mostrou algumas músicas dos dois discos que os caras tinham na época e eu dei risada. Anos mais tarde, quando a grande revolução musical de 2006 desfez a Maldição do Asno Metaleiro de Merda e me fez ver que existe coisa excelente além daquelas bandas das quais eu gostava (e como disse, gosto até hoje), eu fui atrás de muitas bandas. Uma delas, ironicamente ou não, foi a Coldplay.

Pra mim, assim como pra muita gente, música é clima. E Coldplay é uma música de climas pesados. Não necessariamente negativos, mas pesados. E este disco, é o melhor deles. Gosto muito do Parachutes e Viva La Vida é fodão, mas nada supera esse. Da época em que minha ex (onde quer que esteja) me gravou um cd, a primeira música que escutei dos caras foi desse disco:



“In My Place” é a segunda faixa do álbum e é demais. A banda toda compõe e as letras são... São demais. Sem brincadeira, Chris Martin e companhia fazem um trabalho genial com elas. São lindas. Escutar um disco deles é como escutar poesia musicada. Gosto demais quando letras parecem uma “conversa musical”, e os caras escrevem exatamente assim. “In My Place” é uma das minhas favoritas e gosto dela por todo o feeling, riff simples e porque a banda simplesmente toca. E ponto.

Outra que me agrada demais é “Clocks”. O piano, assim como em praticamente todo o trabalho da banda, marca uma presença colossal. Ela é uma música com um clima meio tenso (mesmo com a Rythms Del Mundo tendo tentado fazer um pouco diferente), mas ao mesmo tempo acho que ela faz qualquer um dar uma viajada. O cd inteiro é bom pra isso.
Mas voltando naquele lance de que falei sobre “conversa musical”, “Warning Sign” é (me perdoem) do car@#&$! Meu, o que é aquilo? Falar de Coldplay aqui talvez vá se tornar repetitivo, porque na boa, o que esses caras fazem de melhor são as letras. É sério, quando escuto aquele “And the truth is... I miss you... “ chega a me arrepiar. Perfeita.

Em “Politik” abrindo o disco acho que dá pra ter uma geral do que é a banda nesse disco. Tem um pouco de tudo ali, apesar de não achar a letra tãããããão complexa quanto as outras, mas o refrão é o que mais marca na cabeça (depois do de “Warning Sign”, claro). Outra que resume bem o que falei até agora é a da outra ponta do disco, “Amsterdam”. Ela tem lá seu início macabro, mas quando entram ali piano, voz e backing vocals, meus amigos... a coisa é bonita de se ouvir. A banda toda vai entrando aos poucos ali e ela encerra o disco como uma obra de arte mesmo.

O que eu não falei até agora são das músicas com o violão. A primeira a dar as caras é “God Put a Smile Upon Your Face” e ela é muito massa. Tudo bem que ela só tem o fundo do violão, mas ela começa só com ele e depois a guita dá sua excelente contribuição. A bateria entra ali só pra dar um embalo bom e no fim a música fica até “balançável” hehehe.
“Green Eyes”, bem... entra naquela onda de bater papo enquanto canta e parece ter sido uma música feita pra uma mulher (hey, lembrem, eu não faço lá muita pesquisa e qualquer dos meus comentários que pareça ingênuo É ingênuo de fato). Ela é provavelmente a mais simples do disco, mas com uma levada tranquilaça.
Mas a melhor dessas, de todas, é a que dá o título do álbum. “A Rush of Blood to the Head” tem o riff mais fim de filme de todas. Assim como descrevi “Bells of Freedom”, do Bon Jovi, esta é uma música que, se não está no final de nenhum filme, deveria estar. Eu consigo até imaginar como ficaria, mas nem descrevo. Posso acabar me desvirtuando demais do post.

Por fim, há mais duas músicas que me chamam realmente a atenção.
A primeira é “A Whisper”. Digamos que ela tenha um certo “peso moderado”. A composição não é exatamente no estilo das outras (e nem a harmonia, nem a melodia, nem nada). Até por ser uma música em um outro ritmo ela pareceria deslocada no disco, mas não de forma ruim. Ao vivo ela é realmente incrível e se não fosse a próxima da lista ser a minha preferida, eu colocaria o vídeo dela aqui.
Mas não tem nenhuma comparável à “The Scientist”:



Eu tenho sérios problemas com essa. É minha favorita da banda inteira. Mas evito escutar. A letra mexe comigo demais (e com mais um monte de gente, imagino). Mas escutar ela é obrigatório pra qualquer um que queira saber como é o disco todo. Se você leu o post, quer escutar uma música só pra conhecer, então pegue esta. Leia a letra, veja o vídeo e escute só ela durante todos os 5 minutos e 9 segundos que ela tem. Juro; poucas músicas no mundo tem uma profundidade tão foda quanto essa.

E o que é da banda? Eu não sei direito. Não sou exatamente um fã, apesar de ter os discos e escutar com uma certa freqüência. Eles com certeza exploraram ao máximo tudo o que o Viva La Vida trouxe. Lançaram EP’s e shows e o escambau e pra quem é como eu e gosta de ter tudo fica difícil comprar. Fizeram um show lindo ano passado e no fim das contas devem estar se empenhando ainda mais.

Longe de rumores de que a banda acabe (apesar de a formação ter sofrido uma ou duas modificações), Coldplay é o tipo de coisa que se deve escutar de quando em quando. Dar uma aliviada. Desabafada.
Eu preciso.
Vou ouvir mais algumas vezes.
Até mais, pessoal.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

44 - Growing Pains - Dinosaur Pile-Up


Musicalmente uma das coisas mais fodásticas que aconteceu na minha vida foi ter o prazer (ainda extendido até agora) de ter conhecido e poder ainda estar tocando na mesma banda em que meus amigos Lex e Rafinha (vulgo Felipe, ou o contrário hehehe). E dos dois, mais do que bons momentos num palco ou estúdio, posso dizer que nos ajudamos muito um fazendo os outros conhecerem um pouco mais de seu próprio gosto musical (meio confuso, mas eu explico).

É sempre legal quando outras pessoas conhecem e gostam da mesma banda e/ ou estilo musical que a gente, não?
Pois é, com esses dois (e com meu amigo Adam também) creio que meus horizontes musicais se ampliaram consideravelmente. Mas independente de tudo, certamente aquele que conhece as bandas mais bizarras, estranhas e escondidas em cidades escondidas de países escondidos é o Rafinha. Sério, o moleque conhece tanta banda que, quando conhecemos alguma de que ele nunca ouviu falar nós até comemoramos! Hehehehe

Pois foi justamente o Rafinha em um ensaio que me disse: "cara, você tem que escutar Dinosaur Pile-Up!". Estava lá eu pensando nessas bandas de hoje em dia com nomes grandes (como se Red Apple Cigs fosse um nome curto...) e fui atrás da tal banda "do dinossauro" (forma que usei pra guardar o nome estranho).

E foi assim que esse power trio apareceu na minha vida.
Os caras tocam pra car@#$%! Sério, é pancada pura na veia. O som deles me parece ser uma combinação excelente de Foo Fighters, Blur e Weezer, mas é apenas o que há de melhor em cada uma das três.
Saca só:



Já fugindo dos meus posts normais, quero começar esse com minha favorita. Tudo bem que o clipe é estranhão (de fumado, não de ruim), mas o som é demais! "Mona Lisa" deveria abrir o album, porque ela apavora! E os caras aqui fazem valer o que eu disse sobre power trios. Me lembro que quando fui no "concurso de bandas" anual da minha cidade ano passado um trio tocou. Mas era leve, bobo... meio chato até. Um dos vocalistas de uma outra banda então disse: "Cara, quando você está num trio e toca Rock, você tem que no mínimo desmontar o palco, de tão intenso que tem que ser o show."
Certo que o som da Dinosaur Pile-Up faz jus ao que esse cara disse, porque eles desossam!

Eu disse que "Mona Lisa" poderia abrir o disco, mas "Birds & Planes" desempenha bem o papel. Ela começa no veneno já, sem frescura e com guitarras, bateria, baixo e vocais no volume ideal pra ninguém achar defeito. Aliás, não sei do que gosto mais: se de quando a banda inteira toca ou quando o vocal para e o instrumental corre solto. É tudo fodão na maneira como eles tocam. Ver o batera dá vontade de aprender a tocar bateria; o cara é um gênio.
Quer ver a influência das bandas que eu falei? Se não notou nada em "Birds & Planes" espera só mais um pouco, porque "Barce Loner" é a mistura perfeita entre instrumental de Foo Fighters com vocal estilo Damon Albarn e um peso de guitas que só o Weezer pode expressar, ou talvez a Hives.
Uma que aposta nesse estilo pesadinho de guitas é "Traynor". Ela é uma que não passa despercebida por nada no mundo. O riff tem uma coisa simplesmente "legal pra cacete" que faz com que sua cabeça, movida por puro impulso, comece a balançar em um ritmo frenético. Fora que aquele final é totalmente inspirador! Foda.

Acho que uma das mais bem trabalhadas do disco é "Love to Hate Me". É uma música que muda bastante, porque começa toda fodona no embalo dessas três aí de cima e no refrão ela fica um pouco mais leve, bonitinha e style. Depois a música corre solta e explode amps e caixas e pratos, mas nada drástico e nada mal feito. Tudo no capricho. A parte em que o Matt canta sozinho ali baixinho e vai crescendo é muito massa. No começo dá até pra pensar que deu pau em alguma coisa, mas daí a banda entra e a coisa fica boa de novo.
Acho que a preferida do Rafinha é "Never that Together", hehehe; toda (TODA) a vez em que falamos na banda lá vai ele tocar o riff com um sorrisão hehehe. Na real, sendo ele O Rafinha, é possível (e totalmente provável) que ele saiba tocar todas, mas é essa que ele sempre puxa. A hora em que pegar a letra eu acompanho o guri. "Never that Together" é uma música que me lembra o estilo puramente "feliz" de "Big Me", da Foo Fighters. Não que eu imagine comerciais de Mentos, mas é uma música pra se ouvir sorrindo =D

(Putz, fazer o post escutando "Mona Lisa" me desconcentra; ela é foda e não consigo me focar nas outras heheh)

No mesmo clima "happy forever", "Maybe It's You" aparece toda folgadinha e simples. Claro, que depois ela entra no clima pesadão do disco (porque os caras parecem - mas só parecem - não saber soar diferentes). O refrão dela me lembra algo da "Barce Loner". E aqui backing vocals apavorando também. Pra lá e pra cá os caras das cordas mandando ver na melodiazinha mais relax do disco.
Antes de gostar do cd inteiro, a música que me deixava mais animadão era "Hey Man (Home You Ruin)". O refrão dela é a coisa mais legal do universo heheheh. Sério mesmo, eu escuto a música e quando ela chega no refrão eu abro um sorrisão gigante sem nem saber o por quê. Acho que ela é a mais Blur do disco todo, e o solinho até me lembra um pouco de "Coffee and TV". Muito bacana de escutar. E ela acaba no jeitão mais largado o possível também, com o Matt quase dando um gemido de gente que acaba de acordar.

Já dizia o Sagrado Mandamento dos Pseudoadimiradores de Música: "Terás uma baladinha". A do DPU é "Hey You" (tenho a impressão de que os caras adoram esse "hey"; ele está em todos os lugares). Ela é uma música realmente triste e realmente lenta. A letra é simples, mas muito bem escrita e dá pra escutar ela fácil fácil numa deprê... Mas a alteração na forma como a banda toca é gritante. Já disse antes e repito: banda que é banda só mostra o que sabe fazer com uma baladinha. É ali que você vê se os caras prestam de verdade ou não. Falem o que quiserem, essa é minha opinião, tenho ela e não abro (Thomas, o saco de batatas inflexível da montanha).
Depois dessa, "All Around the World" fecha o disco pesadão como tem que ser, mas sem faltar o estilo da banda toda ali bem misturado e altos gritos por toda a música. Não parece realmente música de fim do disco, mas acho que marca bem a simplicidade da banda toda. Apostando em simplicidade também é o que fizeram com o clipe de "My Rock and Roll":



Só mostrando os caras em estúdios, shows e tudo mais, o clipe ficou simples, mas bem condizente com a letra toda. A música é rockão pra escutar no talo com fones com isolamento acústico embaixo de cobertas dentro de um estúdio construído num porão de uma cidade submersa!

Aliás, o disco todo é assim. Ele merece o selo "Aaawesome Duuuuuude" de qualidade. É aquele tipo de cd que é de uma banda que brota do além. Você escuta não dando moral nenhuma e acaba escrevendo sobre os caras em um blog qualquer perdido por aí.
Sobre a banda, bem não sei muito mais do que escrevi aqui. Não há datas sobre eles para nada que envolva terras brasileiras: nem shows, nem cds, nem camisetas, nem fãs histéricos gritando o nome deles por aí (se bem que nenhuma banda precisa de fãs assim). O que eu sei é que os caras estão ralando na estrada pra conseguir mostrar o som deles por aí.
A divulgação é pouquíssima, mas com sua ajuda é fácil trazer eles pra cá.

Eu ía zoar, mas falando sério, é a divulgação que faz bandas crescerem. Lembram que postei ano passado sobre a The Baseballs? Que não havia nem chance sonhando dos caras terem uma versão nacional do cd? Pois bem, tal versão foi lançada no fim do ano passado e eu fiquei mais feliz que o Lemmy com um machado no show da Cine. Mas isso foi porque os fãs foram divulgando, divulgando e divulgando mais ainda, até finalmente reconhecerem que lançar uma edição nacional do disco era jogo.

Então se gostaram da banda, falem pras suas mães, pais, avós, amigos, vítimas... Vale a pena.
Bandas em fase de crescimento gostam.
Abraços.

sábado, 16 de abril de 2011

43 - Wasting Light - Foo Fighters


Hey, alguém lembra aí de 2008/ 2009?
Pois é, naquele tempo houve um rumor terrível.
Um rumor de que minha banda favorita (depois de tirar o posto dos Strokes), iria entrar em um recesso temporário.
Rumores corriam, inclusive, de que esse "temporário" seria por uns 10 anos e que o sr. Dave Grohl nunca havia se sentido tão bem desde que havia integrado o ultra trio Them Crooked Vultures e que lá ficaria pela eternidade com sua bateria, seu Josh Homme, seu John Paul Jones e seus frenéticos berros de FRESH POOOOOTS!!!

Ah, como eu gosto das voltas do mundo, da boa música e do Dave.
Sem ele não haveria como eu ter estado mais feliz nos últimos meses.
Por que?
PORQUE A FOO FIGHTERS VOLTOU!!!

Não que tivessem realmente parado, mas realmente me assustei quando aquele rumor de "recesso" surgiu. Até 2007 eu defendia com unhas e dentes os Strokes como minha banda favorita. E já expliquei em posts anteriores (sobre o In Your Honor e sobre o First Impressions of Earth) o que me fez mudar de idéia e assumir uma postura mais fã da FF. Eles são de fato uma banda melhor (e qualquer um que escute Wasting Light e Angles pode gritar alto isso como uma certeza) e já muito antes provaram isso.
Os caras tocam com vontade, escrevem letras como ninguém e estão na estrada há um bom tempo. Tem um entrosamento bacana e mais uma lista de coisas que faria o post ser em duas páginas diferentes.
Meu primeiro contato com o disco novo foi meses atrás quando eles lançaram um teaser dessa música aqui:



Quem me conhece bem sabe como eu (e mais da metade dos fãs pelo mundo todo, imagino) fiquei completamente insano escutando o teaser, já que ele para logo no fim da primeira frase do verso. Quando vazou na internet um show secreto que eles fizeram e pude escutar, bem... "Bridge Burning" foi de cara a chamariz do disco pra mim. Ela é, das músicas que abrem os discos deles, uma das melhores! Pau a pau com "The Pretender", "All My Life" e o combo "Doll" + "Monkey Wrench"! Sério, aquele "THIS ARE MY FAMOUS LAST WOOOOOOOOOOORDS!!!" ficou (e ainda está) na minha cabeça e não sai. E assim o disco começa dessa forma espetacularmente fodástica.

E não só começa. Dando sequência à primeira música, "Rope" é um dos grandes destaques do disco. Confesso que de cara eu não tinha gostado muito dela. Mas assim que escutei o album com calma eu pude ver o quão boa ela realmente é. É uma aposta alta da banda em um estilo diferente. Aqui o Taylor tem bem mais espaço pra aproveitar, mas sem pieguices. A forma como ela soa é simplesmente matadora. Fora que o solo tem a distorção mais feroz do disco. Palmas para o Chris! O cara mandou bem pacas!
Um desempenho tão bom e uma aposta tão bem feita em uma levada um pouco mais aberta (e por favor, não estou dizendo que eles tinham um estilo fechado, ou cabrestado. Longe disso, é uma das bandas mais flexíveis que conheço) que permite que o cd tenha uma música como "Alandria". Ela me lembra o estilo de "Rope" por um motivo que não consigo identificar (exceto por estarem no mesmo disco), mas tem uma pegada muito boa. Mais um bom refrão pra povoar mentes por um bom tempo.

Falando em flexibilidade, não há como não se referir à primeira do disco a receber um clipe. "White Limo" é suja pacas, com o drive do Dave lá no alto a música toda. Mas aquele clipe é hilário. Pat Smear tem a cara mais traficante do universo, a mulher do Dave aparece, o Lemmy aparece (como sempre pegando mulher e sendo bárbaro atropelando pessoas heheh), o estilo de filmagem é total anos 90 - coisa que vingou para o clipe de "Rope" também -, a limosine de dorgas aparece por todo o lugar... Fora que de lá saiu o primeiro selo dos quais farei uso daqui para frente (mas isso é pro fim do post).

Por hora, focando no disco "Back and Forth" é uma música da qual eu gosto bastante. Acho toda a dinâmica dela bem feitinha e sem exageros. Hm, pensando bem, acho que sei bem o por quê de eu ter gostado dela. É por ela ser exatamente simples e boa de ouvir. Não tão simples, mas com uma melodia que fica na cabeça por causa dos seus "You got away, got away, got away from me...", "Dear Rosemary" é uma daquelas baladas da banda que não são baladas de verdade. Ela tem um ritmo diferentão e diferente da maioria das músicas da banda ela deixa o verso soando. Duvido que alguém aí que tenha ouvido o album não tenha escutado ela e depois ter se pegado com aquele verso ali de cima na cabeça.

Tocando no assunto de baladas... O que é "I Should've Known"? Caaaaaaaaara, aquela ali é uma obra de arte! A primeira vez em que escutei fiquei ali pensando nela no feeling: "o Dave se superou nessa ae". Vocal perfeito pra ela e, além do instrumental muito bem construído, a letra é uma das mais bonitas da banda (de novo, apesar da simplicidade). A música em sequência, que fecha o disco, é "Walk". "Walk" me lembra bastante de "New Way Home", que fecha o The Color and the Shape. A pegada é a mesma e ela tem clima de fim de disco mesmo. Há quem não curta, mas depois de escutá-la com tanto eu gosto muito de cantá-la a plenos pulmões. E se "I Should've Known" tem uma letra bonita, uma das letras mais fodásticas das novas pertence à "Walk". Tendo oportunidade, dê uma olhada e se não sentir vontade de cantar junto aquele "I NEVER WANNA DIE!!! I NEVER WANNA DIE!!! I'M ON MY KNEES, I NEVER WANNA DIE!!!" então Foo Fighters não é pra você.

Lenta e tão foda, ou mais, do que "Walk" é "These Days". Inspirada ou não, fato é que a banda fez uma das realmente boas com ela; desde o verso, passando pela forma como o instrumental cresce durante a música toda até o refrão matador... Não há como ignorá-la no meio do disco.
Bem, não que seja minha favorita, mas como achei o disco inteiro bom, eu pensei seriamente e deixei essa pro final:



"Matter of Time" é uma das minhas músicas favoritas porque ela parece ter sido uma que fugiu do meu disco favorito da banda, o In Your Honor. Ela é totalmente no estilo dele e desde o riff principal até o refrão ela é muito foda! Nos fones de ouvido no volume máximo de um mp4 decente ela pode até ser usada como dorgas e extasiar uma pessoa por horas. Em caso de overdose o viciado pode até soltar um grito involuntário no meio de um ônibus e fazer com que todas as pessoas ao redor o olhem como um estranho lunático. Se isso aconteceu comigo? Não, não... Que é isso, foi só um exemplo inocente... Nada mais...

Enfim, minhas piras particulares à parte, a verdade é que a Foo Fighters voltou definitivamente a ativa e disposta a tornar o Wasting Light um marco na história da banda. Desde antes do lançamento oficial do disco (muito antes, na verdade) a banda vem realizando toneladas e toneladas de shows livres/ secretos/ surpresa/ em TV aberta/ pelo Youtube. Parece que todos os diuas eu tenho visto algo no twitter como: "Olha só galera, a Foo Fighters está tocando o disco novo lá no lugar X e tem uma transmissão ao vivo e está massa pra caralho e...". As duas últimas foram de uma qualidade fenomenal; tanto a do Letterman com o disco novo sendo apresentado pela banda vestida no estilo dos Beatles e a filmagem em preto e branco até a transmissão de ontem pelo próprio site da banda.

Pois bem, a partir do Wasting Light eu pretendo inaugurar um tipo de classificação para os discos. Acima está o primeiro selo desse tipo de classificação, o "Certificado OW YEAH!!! Dave Grohl Aprova Esse Disco".

E não há como não aprovar. Elaborado com qualidade e vontade, Wasting Light é um dos melhores discos da banda e apesar de novo já traz novos fãs e faz os antigos se sentirem gratos e bem pelo trabalho deles.
Com previsão suposta para uma possível passagem pela América do Sul no fim do ano é provável que escutemos esse disco todo e todos os outros clássicos da banda em breve frente a frente com esses excelentes músicos.

Senhor Dave, obrigado por atender minhas humildes preces.
Acredito em ti, ó Senhor da bateria, Rei dos drives vocais e gênio musical perpétuo.
Amém =D

segunda-feira, 11 de abril de 2011

42 - Different Gear, Still Speeding - Beady Eye



Sim, sim, faz um longo tempo.
Depois de escutar o cd do Slash e comentá-lo aqui eu simplesmente entrei em um processo de atualização de sistema e isso, somado à uma preguiça "avassaladora" (sou foda ha ha ha - #tentarserengraçadãonãorola), não me permitiu continuar com o que eu estava fazendo por aqui. Mas já que a vontade e a inspiração retornaram eu resolvi colocar a mão na massa e fazer o que eu curto: falar dos discos de que eu gosto/ gostei muito.

Pois bem, em Junho do ano passado, ano em que este humilde escritor começou este humilde blog, eu escrevi uma postagem sobre o último trabalho dos irmãos Gallagher, o Dig Out Your Soul.
Lembro que (e fui dar uma fuçada pra ver se era isso mesmo) me senti mal escrevendo o post. O disco é ótimo, mas foi o último de uma das minhas bandas favoritas. Mas outra coisa da qual eu me lembro bem foi que escrevi no final do post que algo de bom poderia sair da separação dos dois: que "na melhor das hipóteses, dois grandes músicos pra ajudar a purificar a 'colorice'... ".

O Noel lançou pouca coisa afinal, contrariando minhas expectativas de que ele seria o pioneiro dos irmãos a lançar um novo projeto. Mas o Liam foi quem saiu na frente. Mencionei no post do DOYS que ele havia realmente subido no meu conceito como músico. Mas quando soube que ele tinha assumido o comando da Beady Eye e estava se empenhando por música eu fiquei muito feliz.

E foi mais feliz ainda que eu assisti a esse vídeo aqui:



Eu curto "The Roller", mesmo não sendo A música do disco. Gosto dela porque ela traz o que eu acredito ser a sonoridade completa da banda. A Beady Eye soa pra mim como uma mistura muito bem feita de Oasis e Beatles.
Não venham me dizer que isso é piegas e o escambau. Bem ou mal, querendo ou não, chorando pra sua mãe ou não, você sabe que a influência da musicalidade da Oasis não ía morrer como a banda. E Beatles sempre foram das maiores - e por que não a maior das - influências da banda. Natural que ao terminar a banda nenhum dos dois iria se tornar um revolucionário musical e criar um estilo novo. É uma questão de adaptação. Não que a Beady soe comum; do contrário, foi essa união perfeita de influências que deu a personalidade final para o projeto. E quanta personalidade! Os músicos realmente se dedicaram na composição das músicas e elaboração das harmonias e melodias. O resultado ficou incrível.

O disco abre com a música que parece ser Oasis puro: "Four Letter Word". A letra me parece (mas só pareceu) ser uma alfinetada nervosa no Noel. Mas quem sou eu pra dizer alguma coisa? O que posso dizer é que como guitarrista o Gem é o cara. Soltou os dedos nos solos e nessa aí é só o esquenta. Muito boa.
Outra música que me atrai principalmente pela guita é "Standing on the Edge of the Noise". Sei lá, tem um ar bem mais puxado pro bom rockão e tem uma pegada que é só dela. Vale cada minuto da escuta e é única. Fora que é a partir dela que eu começo a contar com o selo "Beady Eye" de personalidade musical. É uma música ótima.

Em um ritmo mais calmo, mas com essa personalidade toda aparente temos "Millionaire". Toda calma e com backing vocals em seus devidos lugares ela é simplesmente gostosa de se ouvir. Particularmente ela me deixa em um estado de conforto bem grande (como "The Roller" também deixa). "For Anyone" é quase uma música de propaganda de margarina, de tão sossegada que ela é. Tem uma simplicidade única e conta até com palmas ao fundo (e os leitores mais assíduos sabem como eu dou valor à essas palmas em qualquer música). Acho que a mais influenciada pelos caras de Liverpool, contudo, é "The Beat Goes On". Parece ter sido uma música saída direto do Abbey Road. Instrumental, vocal, melodia e harmonia; tudo se encaixa ali pra montar uma música de primeira qualidade. Emenda com "The Morning Son", que tem as mesmas características. Por sinal, acho que toda essa influência dos Beatles está mais facilmente reconhecível nessas baladinhas mais tranquilas. Essas duas fecham o disco de uma maneira bem singular.
Estilosa até o fim do universo (e falando tanto em Beatles), "Beatles and Stones" tem no nome tudo o que pode. Não, ela não é uma música ultra fodástica de perder o fôlego. Mas mesmo assim é uma das minhas preferidas do disco. Ela tem um embalo único e aquele teclado ali no meio só dá corpo ao conjunto.
Apesar de ter um riff não muito explorado, "Wind Up Dream" conta com excelente backing vocals (não comuns ao estilo Oasis) e gaita dando aquele apoio fodão e sutil na música. "Cara, a gaita aparece por  segundos!". Eu sei. E gostei.

Hey, povo, alguém aí já assistiu "Scott Pilgrim vs the World"? Pois é, "Kill for a Dream" é uma que me lembra a trilha tema do filme, "Ramona". Mas só o começo. De resto ela é do jeito que eu gosto: aposta em simplicidade e letra legal. Sem exageros, Liam canta com leveza e o refrão é daqueles que ficam fácil na cabeça. "I kill for a dream toniiight..."

"Thomas, sua preferida do disco é..."

Essa aqui:



Pois é, acho que é a música mais comercial, mas ao mesmo tempo, a melhor do album. Falo isso não só pelo clipe (show de bola pela simplicidade, de novo), mas também porque acho que essa é definitivamente a prova de que os caras tem personalidade. Tudo o que mencionei das outras músicas do disco está completamente sintetizado em "Bring the Light". Teclados, Gem e sua independência como primeiro guitarrista, o auxílio de todos para a composição das músicas, backing vocals, criatiividade e mais toda uma gama de qualidades. O disco todo é muito bom, mas essa música tem o tempero que faz a diferença. De um a dez, "Bring the Light" é 11.

E agora?
Bem e agora estamos nós diante de duas coisas. A primeira, a eterna rixa de sangue (sim, dura assim mesmo) entre Liam e o Noel. Um dando alfinetadas e o outro fingindo que não vê; um trabalhando abertamente e o outro recusando propostas milionárias; um falando em ter sido excluído e o outro falando de infantilidade e tudo mais. Aonde isso dá, não há como saber.
E a segunda é se o trabalho do mais velho dos Gallagher será tão bom ou melhor do que o do caçula.
Em se tratando de alcançar a Beady Eye, Noel vai ter que se empenhar pra fazer algo realmente bom.

De uma forma ou de outra minhas expectativas serão aliviadas e ,assim como muitos fãs inteligentes, como gosto de ambos os músicos só tenho a ganhar com ambos se empenhando.
Sucesso à Beady Eye e vida longa ao Zumbidos!
Hehehe

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

41 - Slash (and Friends)



A princípio eu não ía comentar o disco. Um grande amigo meu e companheiro de banda, o Lex, falou sobre ele brevemente em seu próprio blog (Porque Pensar Faz Bem) e achei um tanto quanto “paga pau” falar do mesmo disco. Mas a medida em que fui escutando o álbum com o tempo se tornou inevitável eu mesmo tecer meus próprios comentários e impressões sobre este disco incrível.

E eu ainda acho que “incrível” chega a ser um adjetivo raso pra definir o álbum do Slash.
E a primeira frase tabu do post é: eu não consigo gostar de Guns. Não seu se é por não ir com a cara do Axl ou simplesmente não gostar da banda, mas o fato é que nunca fui dado a ficar por aí cantando “Welcome to the Jungle” (sim, é uma música ótima, reconheço) ou qualquer outro grande hit da banda. E pra mim até uns anos atrás o Slash era “apenas” o guitarrista da banda. Tudo mudou, entretanto, quando me atrevi a escutar Velvet Revolver.
Ah, pra mim o Velvet era banda de macho. E lá no meio quem estava? Slash, o próprio, em cartola e cabelo gigante. Foi escutando Velvet que vi o quão bom ele era. De longe uma das minhas favoritas do Velvet (e que me ganhou a banda na época) foi essa:



Infelizmente, assim como ocorreu com muitas outras bandas das quais eu gosto, o Velvet encerrou a carreira (reza a lenda que temporariamente). E eu me senti órfão da banda (tá, foi bem menos dramático do que isso, mas era uma banda massa e eu gostava, oras) sem muita coisa além das outras 452 bandas que apareceram. Mas a despeito de tudo isso, o fato foi que junto com o Velvet o próprio Slash sumiu também. Ouvi uma coisa ou outra sobre ele tocar pra alguma banda random, ou pensar em um projeto solo (ao mesmo tempo em que Axl decepcionava milhões de fãs ao redor do globo com um album atrasado e ruim; não há como negar. Ou algum fã obcecado vai me dizer que se contentou com o Chinese Democracy como achou que se contentaria? Duvido. O Appetite for Destruction é bom e o resto é papo).

Independente disso, fato foi que do nada me apareceram posts, comentários, boatos e links falando ano passado de um disco do Slash solo. Eu nem me animei muito porque até então achei que fosse ser um disco ou instrumental com ele tocando riffs ultra mirabolantes (que não soam tão legais em discos instrumentais) ou um disco com ele tocando e cantando. Nunca ouvi ele cantando, mas não sei como seria isso num disco solo.
Pois bem, esqueci o bendito disco até que ele foi lançado em meados do ano passado com o nome "Slash & Friends" (e como o próprio Lex comentou no blog dele, não entendo porque na versão nacional o "& Friends" sumiu...) e rumores sobre como o disco tinha ficado foda e tudo mais. Assim que vi o nome do disco eu tive um pressentimento de que o album prometia. Imagina o naipe dos "amigos" do Slash!
Assim sendo, quando pela primeira vez coloquei meus ouvidos nele, tudo mudou. Mudou porque os amigos dele são praticamente os caras mais fodas do mundo da música (e, sim, o Dave Grohl está no meio hehehe).

Nas palavras de um amigo meu: "o Slash parece ter pensado em 20 vocalistas fodões e criado uma música perfeita pra cada um cantar". Porque é exatamente assim que o disco é; uma coleção de músicas ótimas (em puro rock, com riffs destruidores) interpretadas por vocalistas de talento cantando em seus melhores feelings. É quase... é como se... é... Animal!

"Tá, seu mané, além do Dave Grohl quem mais canta no disco?"

Bom, eu começo pelo começo. "Ghost" é estrelada por Ian Astbury (Riders of the Storm; The Cult) e abre o espetáculo de forma sutil. O vocal grave do Ian vai dando um charme pra introdução e a partir daí, meu amigo... A música fica tão boa que até pra jogo foi (Rock Band, se não me engano). e quanto mais ela chega pro fim, mais empolgadão o Ian fica.
Pulando uma música, algo que excedeu minhas humildes expectativas. Sim, porque quem vê a Fergie cantar com o Black Eyed Peas deve concordar que aquilo é um desperdício vocal... Aquela mulher tem uma voz incrível (e não só a voz... lá lá lá...) e apesar de ter seus momentos fodões no BEP eu sempre quis vê-la cantando música melhor. Pois bem, senhoras e senhores... Tó (se você sofre do coração, apenas continue lendo, sim?):



"Beautiful Dangerous" ainda mostra pouco do que a moça pode fazer com a voz; mas ainda assim a música é boa e nem comento do clipe.... Na edição nacional do disco ainda há outra música cantada por ela (juntamente com Cypress Hill), um cover de "Paradise City" numa versão parte rap, parte rock, que ficou legal apesar de não ser exatamente minha praia escutar rap (salvo Gorillaz e um ou outro rapper perdido por aí). O grupo deu uma cara muito diferente pra música do Guns e a Fergie abusa dos agudões.
Existe coisa bem melhor do que isso no disco, mas já me pronunciarei a respeito.

Por hora, vale dizer que o disco tem coisas inacreditáveis. Dois dos meus vocalistas favoritos atuam no disco e é falando do Stockdale (Wolfmother) que eu jogo "By the Sword" na roda. Sério, o que é aquele começo? É um tesão no início aquele violão e chimbal no clima mais desertão que existe. Nisso o cara me começa a cantar naquela voz que é só dele... e a música parece então ter fugido de algum disco do Wolfmother.
"Promise" tem um clima bem diferente, mas faz o Chris Cornell (Temple of the Dog; Soundgarden; Audioslave) mostrar bastante do que tem. Achei aquela música bem a cara do Carry On e o que o Slash fez com ela é formidável. Eu não sei bem se o que ele faz no meio de alguns dos versos tem um nome, mas são palhetadas diferentes que dão pro conjunto da obra uma cara única. E aquela letra... Simples e ultra foda. Curti pra cacete.

Falemos do lado mais pesadão do disco.
É musicalmente foda demais o instrumental de "Nothing to Say". Lembra lá do começo daquele lance de como o Slash fez músicas perfeitas pra cada uma das vozes do disco? Não há fã de Avenged Sevenfold que vá colocar defeito nela. M. Shadows deve ter se sentido em casa cantando essa música, porque é a cara das músicas da banda dele. E aqui um dos solos mais destruidores do disco.
Mas falando a real? Se você fosse querer fazer uma coisa com rótulo "ROCK INSIDE", quem você chamaria pra cantar? Um cara que tem esse rótulo na voz só de dizer "bom dia"?
Mesmo eu chutaria o Lemmy (Motorhead) como uma das respostas mais óbvias. Sério, aquele cara tem rock na aura dele. E, vatomanoc..., o que é "Doctor Alibi"? Acho que poucas parecerias do disco ficaram tão fodas quanto essa. Se eu disse que "Nothing to Say" tem um dos melhores solos do disco, eu escrevo em cima que o MELHOR é de "Doctor Alibi". Disparado. E a voz do Lemmy é... a VOZ DO LEMMY, CARA!!! Mesmo eu que nunca fui de procurar saber muito do Motorhead acho esse cara um dos sobreviventes do Rock 'n' Roll de nível épico...

E se vamos citar níveis épicos, impossível não citar a música cantada pelo cara eu disse uma das melhores frases de 2010 ("Who the f@ck is Justin Bieber?"). Sim, até mesmo o Ozzy (Black Sabbath) empresta sua voz à "Crucify the Dead". Esta, assim como "Promise" soa mais como as do projeto solo do Ozzy do que uma do Sabbath. Não é uma das minhas favoritas, mas gostei dela o suficiente pra citar ela por aqui (falou O crítico fodão de música hehehe).
Uma que me desapontou, por outro lado, foi "Watch This Dave". Pô, o Dave e o Duff não tocaram metade; não, nem um terço do que podem tocar... Quando vi no encarte os dois participando juntos (e com o Dave na batera) minhas expectativas foram lá no alto. Não é uma faixa ruim do disco, não levem a mal, mas o trio poderia ter feito algo muito, muito melhor...

(Cara, que post longo este está se saindo...)

Bem, sendo o Slash um cara sábio, com feeling, talento épico, renome mundial e com ouvido bom (todos adjetivos bem óbvios, eu sei) ele não deixaria o disco sem baladinhas. E as que ele fez... Olha... não só pelos intérpretes, mas pelas composições...
Adam Levigne (Maroon 5 - outra banda que curto justamente pelas baladinhas) faz o que faz de melhor em "Gotten". Novamente aqui parece que o Adam deve ter se sentido cantando com a própria banda de tão natural que ela parece. Bem pop (exceto pelo solo, bem do jeito que o dono do album gosta), bem tranquila e com profundidade atômica. Essa é a "Gotten".
Mas minha favorita é outra. E sendo franco, eu não a teria notado sem ajuda no meio de tantas outras. Veja bem, durante todo o cd os nomes que participam são incrivelmente famosos; de Lemmy à Fergie, de Ozzy à Dave Grohl... Então me peguei olhando pra um nome e pergintando: "quem é esse Myles Kennedy? De onde esse cara surgiu?". A resposta? Eu ainda não sei. Por cima só sei que ele já tinha feito uma ou duas participações no Velvet e que tocava em uma banda chamada Alter Bridge (que, confesso, não conheço). Mas é só você escutar as músicas que ele canta pra ter uma noção do quão bom ele é. "Back from Cali" é legal de escutar e tudo mais... mas "Starlight":



Esse cara tem feeling pra dar, vender, produzir e conquistar 25 territórios a escolha! "Starlight" chega a me arrepiar quando escuto e o mérito vai da combinação de talento e sentimento tanto do Myles quanto do Slash. Sério, minha favorita absoluta do disco todo. Fora que quem está seguindo como vocalista oficial do disco (já que não há meio viável de reunir praticamente 20 super astros pra uma turnê mundial) é o próprio Myles cantando de tudo que o show pode proporcionar, de Guns passando por Velvet, trabalho solo do Slash e mais o que vier. O cara é foda.

"HEY, O DISCO É DO SLASH, LEMBRA???"

Verdade.
Posso ter passado praticamente o post inteiro citando nomes e mais nomes que aparecem no disco, mas o mérito final é do dono dele. Afinal, foi ele quem compôs as músicas, foi atrás das parcerias, elaborou harmonias estruturas e fez um trabalho de qualidade. O Slash sozinho (modo de dizer) em 2 anos fez o que o Axl não fez em mais de 10: um album excelente, que agrada a quase todos os públicos, com identidade musical e versatilidade.

Ele vem pro Brasil este ano (e por milagre, vem pra minha cidade também) e vou me esforçar pra ir ver de perto tudo o que puder pra curtir o show dele de perto (ou não tão de perto, já que ingressos de áreas vips já se esgotaram há algum tempo...) e cantar todas as músicas alto.
E independente de a Velvet Revolver voltar ou não - e vou dizer que não acho provável que volte - pelo menos seus membros antigos estão fazendo valer o recesso.

Perdoem a postagem longa, mas esse disco me pedia pra ser postado já há algum tempo hehehe.
Abraços e até mais

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

40 - Sabonetes


Você leitor de outros posts deve ter percebido que eu mantenho uma certa distância de bandas brasileiras. A única banda nacional mencionada aqui foi a Moptop com seu selftitle.

"Mas por que isso, cara? Você não gosta das bandas daqui? Cadê seu patriotismo? Cadê sua garra? Você é um americanizadinho, isso sim!"

Então, sendo bem honesto, eu não vou muito com a cara das bandas daqui não. Salvo Moptop, Cachorro Grande, Efervescentes e mais umas duas ou três mais famosas dessa leva dos anos 2000 eu não curto quase mais nada. Não vejo as bandas brasileiras com muito bons olhos não.
Mas e aí? Já ouviram falar de Sabonetes?

A despeito de eles serem os atuais representantes de bandas que saíram deste fim de mundo chamado Curitiba (aonde eu moro e toco com uma banda também) junto com a Anacrônica, eu gostei bastante do som deles. Os caras estão na estrada a relativamente pouco tempo (desde 2003, acredito) e recentemente tiveram seu cd lançado em São Paulo, com direito a cobertura pela MTV e tudo mais. E apesar de a MTV ter tido um gosto relativamente duvidoso ultimamente, apoiar uma banda como esta foi uma das poucas boas atitudes que vi a emissora tomar nos últimos 4 anos.

Conheci a Sabontes depois de sair de um ensaio da minha própria banda. Fomos em um pub irlandês daqui e os caras estavam tocando por lá. A música deles que abriu a noite foi esta:



"Descontrolada" é uma música legal. E ao vivo é melhor ainda. No começo eu não ía muito com a cara dos falsetinhos ali, mas com o tempo me acostumei e no fim ficou muito bom pra música. Ela é relativamente animada e o que me chamou a atenção aqui (e em muitas outras faixas do disco) é a criatividade do batera. O cara manda muito bem e toca com naturalidade.
O disco não abre com ela. "Nanana" é a que começa o disco com metade da personalidade da banda ali. Ela começa ali na dela só com a bateria, depois vai de verso em verso te levando ao clima do disco todo. É uma música boa de escutar e backing vocals fazendo sua colaboração inicial das muitas do album. "Nanana" é animada e acho que por isso curti.

As animadas são ótimas, então vou falar delas mais pro final. Como eu comentei ali em cima, eu não sou um cara lá muito chegado em bandas brasileiras porque muitas delas parecem ter dificuldade em operar com baladas e/ou músicas mais lentas. Não é o caso da Sabonetes.
"Onde Vai Parar" é um exemplo inicial desse tipo de música. Sou suspeito pra falar dela porque eu honestamente curto demais o estilo daquela guitarra ali no começo. Dá um ar diferente pra coisa (um ar diferente e bom) que mexe comigo de alguma forma. Outra com um efeito parecido pra mim é "Marcapágina". É simples demais, tranquila demais e aquele "tchururu" ali no verso ficou massa demais. O solo é todo bem trabalhado e vale a pena escutar ela até o fim. Tem um jeitão de estilo regionalzão, mas que os caras souberam aproveitar como ninguém. Fora que a letra é uma coisa cotidiana; parece bem uma história sendo contada ali com versos e uma harmonia pra acompanhar. Uma das minhas favoritas.

Mas das lentas não dá pra não comentar "Hotel". Não só por ser (também) uma das que mais gosto do dico todo, mas também porque é inegavelmente uma música ótima. É o tipo de refrão que me faz querer cantar junto (sem contar que ela fica na cabeça; mas é uma canção chiclete ótima). E por mais que muita gente possa discordar, acho que é uma das faixas com mais maturidade do cd inteiro. Parece música de banda com estrada mesmo. Ultra foda.

Mas se o negócio é uma coisa mais animadona e tals, os caras não deixam por menos. "Se Não Der Não Deu", a faixa bônus, é outra que mostra um pusta talento por parte deles. Ela não é exatamente animada, mas tem uma pegada única. Tão única quanto "Nanana" lá do começo. Tão única quanto "Enquanto os Outros Dormem". A despeito de eu gostar do jeitão dela, acho que a letra é uma das minhas preferidas. Tudo bem que o refrão é o título repetido, mas no geral ela fala bastante dos meus últimos dias por aqui. Diria que a letra é nostálgica pra mim.

Numa progressão de "peso" (não são uma banda com um ritmo mais pesado, afinal) temos "Hai Cai". Ela começa não devendo nada e tem uma continuidade boa. Gosto bastante do solo com os vocais lá no fundo ecoando suas frases e "oooouooooooo".
Começando mansa e tomando um ritmo mais acelerado depois ao mesmo tempo em que tem uma letra mais baladinha, temos "Quando Ela Tira o Vestido". O instrumental me parece ser o menos complexo do disco e apesar do disco ter várias músicas num estilo mais pop, acho que esta é a que mais se aproxima deste estilo.

Minha preferida do disco é essa:



Gosto de "Hora de Partir" por tudo o que ela é. A letra é muito boa, o instrumental é animadão, acho que o vocal se destaca bem, os backing vocals não são exagerados e com tudo isso ela ainda consegue ser uma música extremamente simples. Gosto do jeitão dela até na versão acústica (que acompanha o disco como faixa bônus).

E a banda? Bom, de quando em quando os caras fazem seus shows por aqui. Infelizmente nunca tive a oportunidade de dividir o palco com eles aqui em Curitiba (apesar de termos tocado no bar aonde eles costumam tocar e também ter tocado no mesmo evento que eles na metade de 2010), mas todos os integrantes parecem bem humorados e a postura de palco deles é bem humorada e confiante. Os shows por aqui costumam lotar e eles fazem covers excelentes de várias músicas, mas tem seus fãs e dá pra ouvir uma boa parte da platéia cantando as letras do grupo.

Aguardando novidades deles, só me resta encerrar a postagem orgulhoso dos caras daqui estarem mostrando um serviço tão bom.
Mais bandas nacionais e discos novos e antigos serão comentados em breve.
Abraços

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

39 - Abbey Road - The Beatles (porque nunca é tarde pra escutar)


Táqueopariu, que disco animal.

"Você está falando de Beatles, cara! Tudo é animal!"

É, pode ser.
Sem exageros, e opinião mundial, os Beatles foram uma das melhores coisas que já aconteceram no mundo. Não há ser vivo que nunca tenha ouvido nada deles. Não tem como alguém nunca ter ouvido falar em John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo "Napinha" Star. E não tem como eu não falar de qualquer coisa deles aqui, sendo este um blog que fala de bandas da minha vida.

"Mas vem cá: tu é fã mesmo?"

Não.
Fã mesmo é o Rafinha (um amigo meu e um dos guitarristas da banda com que eu toco) que sabe todas as letras, cifras, solos, histórias e biografias.
Eu curto os caras. Simples assim. Sempre curti, mesmo quando estava na fase das trevas, quando só escutava seis bandas horríveis e achava que era música.
Fui saber o que era Beatles muito pequeno, quando assisti Timão e Pumba e o Timão cantou "Stand By Me" (que é do John Lennon, eu sei). Minha mãe parou do meu lado (eu tinha uns sete anos) e ficou lá dizendo que a banda era demais, e que eu deveria ouvir a original e tudo mais. Escutei outras músicas deles com o tempo, mas quando eu tinha 12 eu vi esse vídeo aqui em uma certa convenção na minha cidade:



E foi aí que juntei a fome com a vontade de comer (pra quem não conhece, essas cenas são de um anime chamado "Cowboy Bebop" e vale cada minuto dos 26 episódios que tem; fora a trilha sonora espetacular de puro blues). "Yesterday" mexe comigo sempre que escuto, desde então.
Mas e o Abbey Road?

Eu confesso que nunca tinha me interessado muito por ele não. O primeiro disco que comprei dos caras foi o One, que era uma coletânea de hits (e hits o Abbey Road não tem muitos). Curti o cd por um tempão, mas então veio uma curiosidade maior pelo trabalho deles. Fui comprando os discos aos poucos e não tem nenhum do qual eu não tenha gostado. Há claro, aqueles que eu ouvi pouco, mas nenhum é ruim.
Antes de postar sobre a banda eu iria falar do White Album, porém um colega de trabalho me recomendou fortemente o Abbey e eu fui atrás dele. E não me arrependi.

O disco abre com "Come Together" e essa é uma das minhas favoritas sem nem precisar tocar alto nem nada. Ela é uma música simples, com uma levadinha de blues tranquila e letra estranha (como no resto do disco inteiro) e boa. A maneira como ela soa não é padrão no disco; aliás, o disco não tem sonoridade parecida com nada: exceto pelas "músicas que são uma só" (ver mais pra frente), nenhuma música se parece. Ao mesmo tempo, todas são a cara dos Beatles.
"Here Comes the Sun", por exemplo. Aquela música é exatamente tudo o que "Come Together" não é. É quase uma música hippie. Nem só pelo nome, mas não dá pra não relaxar quando aquela coisa começa. É quase uma abertura de desenho da Disney. No Rock Band essa música toca na abertura; vale a pena ver (e vale a pena jogar o jogo também).

Se alguém pediu uma balada, os caras tem "Oh! Darling" como prova de que mesmo em um disco de letras que não fazem sentido, há o que se parar para admirar como quase poesia. A despeito das recordações que ela me traz ela é uma música fantástica. No vocal certo ali ela arrepia qualquer um.
É uma coisa muito melhor e menos repetitiva que "I Want You (She's So Heavy)". Tudo bem querer alguém, mas imaginem senhoras uma letra que diz "eu te quero, te quero muito, eu te quero, te quero muito..." indefinidamente por 7 minutos... Dessa música o que vale é toda a variação instrumental (que muitos podem dizer que não é muita, mas eu acho bacana).
Numa levada similar e tensa temos "Because". Sério, aquela música tem um "quê" sinistro que me surpreendeu (tendo em vista que vem justamente depois de "Here Comes the Sun"). A intenção dela é de ser uma baladinha, mas ela soa medonha demais pra encantar uma dama...

Uma música de ritmo gostoso e letra fumadinha é "Octopus's Garden". O ritmo é todo um conjunto do já instrumental clássico da formação dos Beatles adicionados de um bom piano e os (também clássicos) backing vocals marcando presença na música.

Se alguém lembra ali de cima eu mencionei "músicas que são uma só".

"Sim, e que me#$@ vem a ser isso?"

Quando comprei o disco fiquei feliz em ver que ele possuía 17 músicas. Mas quando escutei no silêncio do meu quarto e tranquilidade do meu lar eu só notei a passagem das músicas até um certo ponto do disco. A partir de então algumas músicas parecem tornar-se uma só. Isso acontece pro fim do disco e com dois grupos diferentes de músicas. O primeiro grupo vai das músicas 9 ("You Never Give Me Your Money") até a  13ª ("She Came in Through the Bathroom Window") e é o mais variado.
Começando pela nona música, "You Never Give Me Your Money" parece contar uma história de rompimento. Sozinha, ela muda de ritmo duas vezes (e sempre pra melhor, na minha opinião). Seguindo na cola, "Sun King" tem uma levada diferentona e quase psicodélica. "Tá, mas a história do rompimento continua?". Não. Ela é só estranha e ponte pra "Mean Mr. Mustard" que fala a triste história (mas com ritmo animado - os Beatles certamente estavam loucaços quando escreveram estas letras) de um mendigo velho. Disso "Polythene Pam" fala de uma mulher bonita que parece homem e segue para o desfecho do conjunto que começa num embalo destruidor. Sim, "destruidor" é como começa a música de título "Ela Entrou Pela Janela do Banheiro". A música fica numa levada mais calma depois, mas aquele começo é muito fodão. A letra fala do relacionamento estranho entre a moça e o policial que larga o emprego. Ela o ajuda dizendo que podia afanar uma coisa aqui e outra ali, mas que nunca roubaria.

(Ufa)

O segundo grupo de músicas é mais curto. Começa em "Golden Slumbers". É uma música de melodia e letra bonitas. Eu pelo menos achei. Parece falar de conforto. Mas aqui há uma parte surpresa: lá pelo fim da música ela volta ao ritmo e estrutura de "You Never Give Me Your Money". A letra se mantém na mesma linha também e já emenda com "Carry That Weight". É uma música curta e a letra se resume a apenas um refrão.
Chegando a um dos melhores fins de disco de todos, "The End" tem tudo o que precisa pra fechar o Abbey Road com chave de ouro. Um começo com a pegada mais pesada do disco (que no fim é um disco leve) levando a uma melodia simples e uma letra tão pequena ou menor do que a anterior, mas com a frase mais bonita do disco.
Sublime.
Demais.
Ultra foda.

"E foi essa música que te ganhou o disco?"

Não. A música que me ganhou foi uma que eu tinha visto esse clipe feito por um louco qualquer, mas que é, no mínimo, engraçado hehehe:



Nunca que eu iria imaginar antes os Beatles escrevendo a história do carismático Maxwell Edison e seu martelo de prata (nada mais do que um simbolismo de Paul pra seus momentos frustrantes da época - e que me fizeram pensar muito sobre o lado psicopata dele) em uma música que viesse a ter uma letra tão estranha.
Mas nem foi a letra e a história. Foi a levadinha toda alegre da música.
Se você é daquelas pessoas que simplesmente não presta atenção na letra enquanto escuta uma música dá até pra dizer que é uma música "legal e bonitinha". Eu simplesmente adoro ela. Quando vi este clipe aí então...

Ah, é bom falar de Beatles.
Estava há alguns dias comentando com uma amiga como eles são uma coisa que ultrapassa as gerações de forma quase inigualável (talvez apenas ao lado dos Stones, Zeppelin e poucas outras com tanto prestígio e idade). E merecidamente, a banda foi algo extraordinário. Quando me imagino nascendo em outra época, certamente gostaria de ter chegado ao mundo cedo o bastante pra ver um show deles.

Sir Paul McCartney veio às terras brasileiras no fim do ano passado levando euforia satisfatória a todos os que foram aos seus shows (uma aluna minha chegou a fugir de casa pra ir ver o cara). Sendo parte dos 50% da formação da banda que ainda vive, o cara mostrou pra todo mundo que acredita que ele está vivo que ele está muito melhor do que isso. Foram três horas por show de um músico em pleno controle de seu talento tocando as canções de sua carreira solo e com os Beatles. Excelente.

Por fim, esta foi minha maneira de abrir o ano para o Zumbidos.
Espero que você que é novo venha apreciar um pouco da minha modesta jornada musical através destes discos e que possa sugerir outros caminhos para esta jornada.
Até mais, e bom 2011 (tarde, mas que veio)