terça-feira, 1 de junho de 2010

21 - Mothership - Led Zeppelin


(Esse post vai ficar meio comprido, eu acho)
Me lembro que na metade do ano passado eu cheguei pra um amigo meu e disse: cara, conheci uma banda nova; o Led Zeppelin. Daí ele deu risada e murmurou um "tava na hora" com um sorriso que chamamos de Sorriso Edguy.

Piadas internas a parte; sim, eu demorei muito pra ouvir Led Zeppelin. Por que? Por dois motivos.

Primeiro porque me lembrava um pouco de metal (o vocal agudo de Robert Plant destruiria qualquer outro do metal, exceto talvez o do Bruce), e metal era tudo do que quis me afastar nos últimos anos. Não por ser ruim (escuto meus cds de metalzão até hoje), mas porque estava enjoado do metal; cansado de riffs pesadões e agudos (enfim, todo meu relato sobre fuga do metal está no primeiro post do blog, leiam se tiverem oportunidade).

E segundo, por causa dos fãs de rock antigo, e aqui vai uma pausa. Existem dois tipos de fãs do rock antigo. Existe o tipo "Paizão" e o tipo "Desbravador". O Desbravador é aquele cara que quando se interessa por música começa a gostar de música da sua época. Depois de ouvir muita coisa alguém vai lá e diz "cara, Strokes é legal porque tiveram influência do Velvet Underground". E então o cara vai lá e começa a procurar sobre o tal Velvet e porque eles influenciaram o seu Strokes. O cara começa a explorar bandas parecidas da época e vira fã de rock de todos os tempos.
Já o Paizão, não. O Paizão é aquele cara que acha que não existe música depois (ou até antes!) de 70 (ou da época dele). Danem-se influências, danem-se bandas boas, dane-se tudo; bom era aquele tempo e nada mais. Nada presta. É por causa desses fãs que eu nem chegava perto de bandas excelentes como o Led, o Sabbath e o AC/DC. É a mesma linha de raciocínio de metaleiro poser, esse "bairrismo musical". E eu queria distância disso.

Enfim, depois de vencer o tal "bairrismo" fui ver o que havia de bom com todo o povão de 80 pra baixo. E logo de cara conheci o Zeppelin. E conheci da maneira como sempre procuro conhecer uma banda nova, ou seja, ouvindo seu "The Best of". E este é o Mothership.
Bom, surpeendentemente foda, é como eu descreveria o álbum. Pense comigo: é o "greatest hits" de uma das melhores bandas da história. O CD TINHA que ser bom.
E é.

A começar pelos músicos. Robert Plant, Jimmy Page, John Paul Jones e seu xará John Bonham. Os caras mandavam bem pra cacete (a despeito de o Jimmy Page ser meio avoado). E por mais que eu seja um vocalista e inveje a potência do vocal do Plant, acho que o melhor membro do Zeppelin é justo aquele que não está mais entre nós. Como diria um amigo meu, o Felipe: quando você escuta a bateria do Bonham, você sabe que é ele quem está tocando. O cara apavorava! Se liga no básico que ele fazia com duas baquetas na mão:



Disse básico porque esse solo leva uns bons quinze ou vinte minutos! O cara é o precursor do movimento Fresh Pots heheheh

Bom, o disco é inteiro bom. Vale a pena ouvir ele inteiro, no talo. Eu vou comentar as múscas que mais ouço, mas na real o cd não pára quando eu estou escutando; ele termina e começa de novo. Ou melhor, eles terminam e começam de novo. Porque o Mothership é duplo!
Do primeiro disco eu fico com "Dazed and Confused", "Babe, I'm Gonna Leave You", "Whole Lotta Love" e "Black Dog". Do segundo eu gosto muito de "Kashmir", "Over the Hills and Far Away", "In the Evening" e "Houses of the Holy".
Mas de todas as do disco (24 músicas no total) a que mais me faz querer ouvir um disco inteiro é "Rock and Roll". Independente de ter sido a primeira música que conheci dos caras, independente de ser extremamente adorada até o ponto de enjoar por fãs ao redor do globo, independente de ser ultra clássica, independente até de eu fazer cover dela com minha banda, independente de tudo; essa música, na versão deste disco, é demais.
Vocal destruidor, bateria destruidora, solo matador e um baixo que não pára. "Rock and Roll" merece o nome que tem e o representa mais do que satisfatoriamente.

Bem, depois de todo esse papo, eu só posso dizer que lamento o fim da banda e a morte do meu membro preferido. Não sou O Fã da banda, mas o som que eles faziam faz falta hoje em dia, na (no mínimo enojante) era "Happy Rock".
Mas não temam, pessoas. Apesar de não existir mais um Led Zeppelin, há de se levantar alguma banda para livrar o mundo dessa tirania.

Que isso aconteça de vez, é pelo que eu torço.

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