segunda-feira, 9 de julho de 2012

50 - Break Up - Pete Yorn & Scarlett Johansson


Depois da paulada que é a Cage The Elephant e de me viciar em muitos outros discos que já havia postado aqui anteriormente (especialmente no Brothers da Black Keys) eu fiquei na minha e a vida fez com que a música ficasse só como pano de fundo. Já disse aqui neste mesmo blog que "clima" é o que faz muitos discos se tornarem especiais. É o caso de muitas das coisas que escuto. Amo Foo Fighters, Oasis, Bon Jovi e Black Keys e essas são as únicas bandas que escuto não importando a condição. Mas o resto...

Um dia ando afim de escutar coisa pesada e lá vou eu fuçar no meio de Nirvana, Queens of the Stone Age, Nine Black Alps e uma porrada de puro peso... No outro quero escutar voz de mulher, no dia seguinte uma coisa mais folk... E por aí vai. Mas eu tenho que ter clima pra outra coisa: ver filmes. Não consigo assistir filmes fora do clima. Se estiver passando e eu não quiser ver, pode ser o filme que for (menos Pixar, Dreamworks, Gladiador, Star Wars e mais alguns; esses eu vejo assim que bato os olhos).

"Tá, você fala de música, lembra? Ou vai dar uma de pseudo cult e falar de cinema?"

Não. Nunca. Não porque não goste de filme, mas não me acho adequado pra falar de cinema. A maioria de blogueiros de cinema tem todo um nhé nhé nhé sobre diretores e fotografia e mais um monte de coisas que não são minha praia. E daí se você não fala cinemês parece que você fica fora da linha de entretenimento. Prefiro me manter no meu terreno. Mas eu comecei a falar de cinema por causa de um filme. O filme MAIS LEGAL DO ANO ATÉ AGORA: Os Vingadores! E nos Vingadores, a despeito de deixar menininhas molhadas pela variedade incontável de peitorais definidos em diferentes uniformes, não há como não se notar a eleita mulher mais sexy do mundo. E é óbvio que é a Scarlett.

Curiosamente o primeiro trabalho que vi da Scarlett Johansson foi como coadjuvante num clipe.Era um do Justin Timberlake (What Comes Around, Goes Around, se não me engano) e lá mesmo ela era muito parecida com o que é hoje, só que com uns anos a menos. Ela era bonita e mesmo para o tipo de clipe ela atuava bastante bem (e, dou a mão à palmatória, o Timberlake também).
Mas até aí, beleza. Só tinha ouvido que ela era atriz e que era genial que ela houvesse atuado com ele, e que ela era linda e tudo mais... Mas então, um tempo depois - bastante na verdade -, eu ouvi por aí que ela cantava. E aí foi um falatório... Muita gente dizia que ela cantava bem, outras pessoas diziam que como cantora ela era uma excelente atriz e por aí vai. Eu esqueci disso até ver os Vingadores. O falatório sobre ela (e sobre todos os caras bonitões que atuaram no filme e blá blá blá) aumentou e eu lembrei que além de ela ser uma g... grande atriz, ela também cantava. E fui ver qual era.



"Relator" é a música que abre o segundo disco dela, este com a participação de Pete Yorn, um cara totalmente escolado em composições românticas folk e tudo mais. Ele é um gênio e ajudou a moça a fazer um trabalho brilhante. A combinação dos dois é quase tão boa quanto a da Viúva Negra com o Gavião Arqueiro e... Foco. Eu preciso de foco.

Eu gosto de escutar coisas calmas de quando em quando. Quebrar janelas com um som alto e destruidor de quando em quando é massa, mas nada paga poder relaxar escutando algo simples e tranquilo. E é nessa pegada que se desenvolve o "Break Up".  É o segundo disco em que a moça canta; o primeiro foi em 2008 (e este do post é de 2009) e era uma série de covers do Tom Waits muito recomendáveis.
O segundo é praticamente todo de composição do Pete e a Scarlett só entra com os vocais. Justamente por isso, o clima do álbum é todo bacana: parece que ela não só canta. Ela interpreta algumas canções com um tipo de feeling diferente; não me peça pra explicar, mas é como se ela conseguisse atuar nas canções. Como se o Pete tivesse chegado até ela e dito "hey, preciso que você seja meu par feminino nesse disco e esse é o seu script/ papel com letras".

"I Don't Know What to Do" é uma música que me faz pensar muito nisso. O álbum inteiro me passa essa impressão, mas nesta a divisão da estrutura entre os dois na forma de diálogo é muito genial. Me parece na verdade um tipo de discussão bem comum. Essa coisa de "suma daqui" somado com "oh, você é tudo em que eu acredito". "Search Your Heart" me causa a mesma impressão. A forma em como as vozes são divididas é bem interessante e eu não posso deixar de pensar em como o cd todo foi bem arranjado (não falando de arranjos musicais, somente) pra que ambos tivessem momentos bem únicos e marcantes de atuação. Eu particularmente curto a performance do Pete Yorn em duas faixas. A primeira é "Blackie's Dead". Acho que a voz do cara soa genial nela e o clima dela é numa animação muito boa. Não consigo escutar ela sem ficar balançando a cabeça de um lado pro outro. Ela tem um fundo meio bizarro no começo do refrão, um monte de sinos estranhos ou algo assim e sempre tenho a impressão de que um celular está tocando perto de mim, mas fora isso ela ganha muitos pontos comigo. Essa e "Wear and Tear". Ela é a segunda do disco e, apesar da voz do cara estar meio bêbada, o timbre dela é genial. Muito baladinha de fim de filme de sessão da tarde e relaxante ao máximo. Destaque pra intervenção psicodélica da Scarlett nos seus fones de ouvido na hora em que ela canta (puras dorgas, cara).

Bom, "Someday" tem cara de fim de disco e junto com "Clean" fecham o boteco com bastante soul e efeitos sonoros. Se escutar a "Someday" com cuidado vai perceber ali no fundo aquele barulho de vinil arranhado e vitrola. Se você curte coisas diferentes vai achar legal a construção da coisa. Aqui os vocais do cara também se sobressaem e acho que das letras, essa é a minha favorita. Tem cara de música que eu cantaria tempos atrás e ainda hoje. Também acho que o disco não poderia terminar mellhor. "Clean" é uma em que a moça se sobressai e tem um clima meio "Husky Rescue" de ser. A letra é legal também e vale bastante a pena ouvir o tom sussurrante da voz de ambos ali. Genial.

Em "Shampoo" eu consigo ver muito da minha própria vida no começo da letra, hauhauhauhahuh. Eu tinha/ tenho o hábito de deixar minha namorada na casa dela antes de ir para a minha e toda aquela frescura de se gostar de alguém e ficar na base do "susse, eu pego o próximo ônibus" e não pegar nenhum faz com que meu caminho pra casa de madrugada seja quase uma constante. Eu não me importo, na verdade, e acho até bom porque meu mp4 me faz companhia na volta. Mas deixando o post menos pessoal, me atrevo a dizer que o comecinho dela também me parece uma bossa nova bem básica. Não que eu seja um exímio fã de bossa nova (não sou), mas acho massa ver esse tipo de coisa em álbuns estrangeiros (como também é assim em "Virginia Moon" no In Your Honor da Foo Fighters).

Minha favorita e última menção aqui é uma que é quase só da moça:



(Não achei nenhum vídeo dessa música, nem clipes nem versões ao vivo; no melhor eu vi vídeos de um casal que fez um clipe pra cada música... nada mal, mas não quis colocar no post e pronto).

Eu gosto de "I Am the Cosmos" porque ela me parece uma música autêntica. Autêntica como todo o resto do disco, mas também verdadeira pela letra. Já comentei como gosto de frases casuais no meio de letras e "I hate to have to take you home" (ou "Odeio ter que te levar pra casa") é a frase mais legal do disco pra mim. Acho que ela canta essa música com uma certa doçura, além de que se escutar essa e qualquer outra do disco antigo, vai perceber como ela melhorou de um pra outro.

Se estiver com tempo, pegue seus fones e ouça a moça.
Escutei muito recentemente que ela se empenha pra ser uma artista eficiente e essa declaração foi uma das muitas que me fez querer escutar essas 9 músicas. E foi total aproveitamento de tudo. O cd vale cada faixa que passa.

No mais, vou recomeçar a colocar os álbuns para serem baixados (desde que recebi um pedido especial pelo disco da Dinosaur Pile-Up). O link deste e dos próximos estará nos comentários.
Até a próxima, galere!

5 comentários:

  1. Enjoy

    http://www.mediafire.com/?eip353d02kb06xk

    ResponderExcluir
  2. Eu acho muito interessante acompanhar o crescimento de artistas como a Scarlet ou a Taylor. Vê-las se desenvolver e quebrar esteriótipos que estabeleceram para elas me deixa all warm and fuzzy inside. :)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. E COMO ambas cresceram! Se escutar os primeiros discos e compará-los com os da sequência das duas, o progresso é louvável e orgasmático de tão bom!
      Elas me deixam da mesma maneira, embora por motivos diferentes hehehe

      Excluir
  3. Eu nunca dei muita atenção ao trabalho da Scarlett. Já do Pete Yorn eu gosto muito. Na verdade, faz tempo até que não ouço o Pete... Preciso voltar às raízes. hehe
    Vou dar uma ouvida nesse disco.

    ResponderExcluir
  4. Não é tão completo e perfeito quanto a parceria entre o Marc Lanegan e a Isobel Campbell (que seguem o mesmo estilo, em "ballad of broken seas", por exemplo), mas mesmo assim é muito bom! Uma das minhas preferidas é "shampoo". - -

    ResponderExcluir