quarta-feira, 11 de abril de 2012

49 - Cage the Elephant - Cage the Elephant


É com mais do que puro deleite que eu apresento a Cage the Elephant.

"Hã?  Eu conheço a banda. Você não está apresentando nada de novo aqui, cara!"

Nah, estou sim. Esses tempos estive pensando em como as pessoas escutam música hoje em dia. ME lembrando inclusive de como eu escuto. E notei o quão distante eu estava da maneira que eu acho a melhor de todas: aproveitar um album. Entender o clima, as letras, o estilo (ou a total falta de um). Durante os últimos meses eu só escutava sons. Achava bacana, legal, massa e talz, mas não pegava nenhuma letra pra escutar e cantar junto, nada marcante. Eram toneladas e toneladas de bandas por dia e nenhuma fazia realmente a diferença.

A Cage the Elephant me chamou a atenção por um clipe que vi no meio do nada quando estava almoçando num restaurante qualquer. Gostei do clipe e me esqueci do nome da banda, da música, de tudo. Uma amiga minha (Stefani, a mesma que me apresentou à Pretty Reckless), me lembrou então da banda e eu fui direto no clipe certo:



Quando disse que curti o clipe, eu me referia ao visual completamente em "dorgas" dele. Mas quando escutei a música e prestei atenção na letra... Cara, eu não quis mais largar os fones. O tipo de música me lembrava uma fusão de... sei lá... rap com indie, com surf, com reggae... Por mais fumada que a coisa pareça, "Ain't No Rest for the Wicked" corresponde exatamente à essa comparação e todo o resto do disco me causa essa impressão.

Escutar o disco com atenção às letras eleva a banda a um patamar muito diferente do que apenas ouvir o som sozinho o faria. Elas são fortes, chamativas e de uma criatividade colossal. Falando de músicas bem parecidas entre si, "James Brown" e "Free Love" (o primeiro real hit da banda) tem contextos bem diferentes e matém o disco forte e agitado do começo ao fim. "James Brown" é a segunda e faz um arregaço no que diz respeito à inovação musical (mesmo que o disco seja de 2009). Instrumental perfeito e uma das marcas mais legais da banda esbanjam ali: a mistura de indie fudidão com letras que beiram ao rap mais tranquilo Além disso tem uma das melodias mais marcantes, na minha opinião. "Free Love" já é mais o lado indie da coisa, não à toa tendo sido o primeiro hit da banda. Fecha o disco com chave de ouro e peso pra não botar defeito. O Matthew pode ser um cara meio afetado, mas canta pra cacete! Não tem preguiça de cantar e interagir com a galera e quem assistiu o Lollapalooza semana passada viu que o cara tem uma duracell enfiada no meio do c...orpo, porque ele não para de pular um maldito segundo. E assim que é bão!

Pensando em melodias interessantes, eu gosto muito de "Lotus". Começa ali na humildade do cowbell e vem com aquela pegada que te deixa murmurando a música por dias. Aconteceu comigo bastante principalmente naquela "Fell into a daze and found my mind was gone and laid to waste/ A battle ground indeed where holy wars have taken place/ I saw the sun set watched it travel down and tear you through the ground/ The hate the drives us needs to be stopped" onde é só vocal e percussão. Fodástico como poucas coisas na vida são! Acho massa também em como ela vem no embalo de "Tiny Little Robots", apesar de ela não ser lá das minhas favoritas. Assim como não me empolgo lá essas coisas com "Drones in the Valley", apesar de o final e o refrão dela serem animais! Ela cresce bastante e empolga qualquer ouvinte.

Aliás, qualidade incrível do selftitle dos caras. O cd só "cai" (por modo de dizer, porque o clima não fica ruim nunca) em "Back Against the Wall". É a música mais lentinha do disco, mas não é baladinha. Gosto da letra e do clipe do jeito bizarro que eles são e dá uma relaxada massa no meio de toda aquela força do álbum. Recomendadíssima.

Mas se vamos falar de recomendações eu tenho 3 em especial: a primeira é "Judas". Estrutura genial e ela também começa bem na suavidade. Um refrão muito do animal e guitarras na distorção mais legal do mundo desde muitas usadas em muitas das melhores músicas da Blur (pô, eles tem distorções MUITO legais). O final é uma obra prima e me lembra bastante a Crocodilla do post passado.
A segunda é "Soil to the Sun" e, agora sim, a minha melodia favorita do disco. O riff é bastante simples e eu gosto de simplicidade em música, sem contar a entrada pro refrão emendada com estilo e o verso com cara de refrão ali pro final. Escutar e cantar por semanas. Simples assim!

E a última e preferida é uma que não se pode ignorar de maneira nenhuma:



A primeira do disco já é paulada na cara. Eu postei o primeiro clipe de "In One Ear" aqui porque acho mais caseirão e porque eu... quis. "In One Ear" é pra mim a música símbolo da banda, mais do que qualquer outra que venham a fazer. Escutei o "Thank You, Happy Birthday" de cabo a rabo e confesso que me decepcionei quando vi quão superior o primeiro disco era. Quando levei em conta que a primeira do primeiro cd era a mais foda da banda eu praticamente esqueci que havia mais do que doze músicas dos caras por aí (fora os covers bizarros que eles fazem, tipo "Rolling in the Deep"). Essa é aquela que você escuta no ultra talo, tenta cantar junto e se esfola, mas se esfola feliz!. Eu curto a letra, a melodia, o instrumental, tudo. Pra ouvir, ouvir, ouvir de novo e mais uma vez só pra estourar os tímpanos!


"Hey, hey, você não falou de todas as músicas! Eu sou fã xiita que gosta de b-side!"

Eu nunca comento álbuns inteiros por aqui, e até gosto muito de "Back Stabbin' Betty", mas não acho que ela valha muita coisa. É, como meu amigo Rafinha diz, "música genérica da banda" e não fede nem cheira.


Eu deixei bem claro que não fui lá muito com a cara do segundo disco e é só porque ele parece (ou é) monótono quando comparado com esse. Uma ou duas se salvam ali, mas no geral o primeiro destrói tudo o que vier! O ao vivo deles vale a pena de se escutar, até por ter uma quantidade absurda de músicas, e a qualidade do show ali no Lollapalooza foi sensacional. Quem não conhecia a banda voltou só elogios e ouvindo o que pudessem pegar dos caras, enquanto que fãs que esperavam por eles não se decepcionaram nem um pouco com a performance deles. O grupo manda bem pra cacete e se importa em fazer um bom espetáculo.

Mas enfim, bons sons a todos e que a banda possa animar o dia de vocês como anima o meu.
Fuck yea!

PS.: (nossa, não me parecia tanto tempo desde a última postagem! Carai!)

2 comentários:

  1. Gostei muito do post (é bom ter você de volta postando!), gosto muito da banda e pensei que você podia adicionar uma parte de sugestões, tipo: "se você gostou dessa banda, veja também essa e essa, que vão aparecer pelo blog nos próximos posts" =D

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  2. Fico feliz que tenha gostado do post e sua sugestão foi anotada, senhor (a) Bureau. Reformas no blog estão a caminho e essa sugestão pode vir bastante a calhar. Abraços!

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